Opto pelo olhar estetizante, com epígrafe de molher moderna desconhecida.(“Não estou conseguindo explicar minha ternura, minha ternura, entende?) Não sou rato de biblioteca, não entendo quase nada aquele museu da praça, não tenho embalo de produção, não nasci para cigana, e também tenho o chamado olho com pecados. Nem aqui? Recito WW para você: “Amor isto não é um livro, sou eu, sou eu que você segura e sou eu que te seguro (é de noite? estivemos juntos e sozinhos?), caio das páginas em teus braços, teus dedos me entorpecem, teu hálito, teu pulso, mergulho dos pés à cabeça, delícia e chega –
Chega de saudade, segredo, impromptu, chega de presente deslizando, chega de passado em videotape impossivelmente veloz, repeat, repeat. Toma este beijo só para você e não me esquece mais. Trabalhei o dia inteiro e agora me retiro, agora repouso minhas cartas e traduções de muitas origens, me espera uma atmosfera mais real que a sonhada, mais direta, dardos e raios à minha volta, Adeus! Lembra de minhas palavras uma a uma. Eu poderei voltar. Te amo, e parto, eu incorpóreo, triunfante, morto”.
Ana Cristina César