As vezes acho que Brian Wilson é um dos poucos que me entende...
The Beach Boys - That's Not Me lyrics
I had to prove that I could
Make it alone, but that's not me,
I wanted to show
How independent I'd grown, but that's not me,
I'd try to be big
In the eyes of the world
But what matters to me
Is what I could be to just one girl
I'm a little bit scared
'Cause I haven't been home in a long time.
You needed my love
And I know that I left at the wrong time,
My folks when I wrote them
Told 'em what I was up to said that's not me,
Went through all kinds of changes,
Took a look at myself and said that's not me,
I miss my pad
And the places I've known
And every night as I lay there alone
I will dream
I once had a dream
So I packed up and split for the city,
I soon found out
That my lonely life wasn't so pretty
I'm glad I went
Now I'm that much more sure that we're ready
I once had a dream
So I packed up and split for the city,
I soon found out
That my lonely life wasn't so pretty
I once had a dream
So I packed up and split for the city,
I soon found out
Fonte: http://www.metrolyrics.com/thats-not-me-lyrics-beach-boys.html
That my lonely life wasn't so pretty
segunda-feira, 19 de março de 2012
segunda-feira, 12 de março de 2012
"Play it again, Sam"
Pain of Salvation
The only cribs that we should care for
Are the ones that we are here for
The ones belonging to our children
That do that we do, scar from our wounds
The only cribs that make a difference
Where the magic really happens
Don't come with a Mercedes Benz
Or a wide screen showing nothing
Showing nothing...
I'm sick of home control devices
Sick of sickening home designers
Sick of drugs and gold and strip poles
Sick of homies, sick of poses
Despite the nodding staff that serves you
Despite your name on clothes and perfume
Despite the way the press observes you
You're just people...(6x)
Successful people
Dressed up people
Smiling people
Famous people
Red carpet people
Wealthy people
Important people
But still just people
So fuck the million dollar kitchen
Fuck the Al Pacino posters
Fuck the drugs, the gold, the strip poles
Fuck the homies, fuck the poses
Fuck the walls they build around them
Fuck the bedroom magic nonsense
I don't want to hear their voices
As long as they vote with their wallets
Fuck the silly "throw you out" joke
Fuck the framed cigar DeNiro smoked
Fuck their lack of originality and personality
Fuck this travesty
Fuck this new norm
Fuck conformity
Fuck their Kristal
Fuck their sordity
Fuck the way they fuck equality
Fuck their freebie gear
Fuck the ones they wear
You're just people...(6x)
Successful people
Dressed up people
Smiling people
Famous people
Red carpet people
Wealthy people
Important people
But still just people
Messed up people
Shallow people
Stupid people
Plastic people
Meta people
Theta people
Therapyople
Entropiople
Oh, fuck the ones they wear
I'm cribcaged
Cribcaged
The only cribs that we should care for
Are the ones that we are here for
The ones belonging to our children
That do what we do, scar from our wounds
Berços
Os únicos berços com os quais deveríamos nos importar
São aqueles para os quais estamos aqui
Aqueles que pertencem a nossos filhos
Que fazem o que nós fazemos, cicatrizes de nossas feridas
Os únicos berços que fazem a diferença
Onde a mágica realmente acontece
Não vêm com uma Mercedes-Benz
Ou uma Wide-Screen não mostrando nada
Não mostrando nada...
Estou cansado de aparelhos de controle domésticos
Cansado de exaustar designers domésticos
Enjoado de drogas, ouro e Strip Poles
Enjoado dos lares, enjoado de poses
Apesar do pessoal que te acena, que te serve
Apesar do nome em roupas e perfumes
Apesar do jeito que a imprensa te observa
Vocês são só pessoas... (6x)
Pessoas bem sucedidas
Pessoas bem vestidas
Pessoas sorrindo
Pessoas famosas
Pessoas de tapete vermelho
Pessoas ricas
Pessoas importantes
Mas ainda assim, apenas pessoas
Então foda-se a cozinha de milhões de dólares
Fodam-se os pôsters do Al-Pacino
Fodam-se as drogas, o ouro, os Strip-Poles
Fodam-se o lares, fodam-se as poses
Fodam-se as paredes que eles construíram em volta deles
Foda-se o quarto de mágica sem sentido
Eu não quero ouvir as vozes deles
Enquanto eles votarem com suas carteiras
Foda-se a piada idiota de "te jogar fora"
Foda-se o cigarro filmado que DeNiro fumou
Foda-se a falta de originalidade e personalidade deles
Foda-se essa farsa grotesca
Foda-se essa nova norma
Foda-se o senso-comum
Foda-se o Kristal deles
Foda-se a sordidez deles
Foda-se o jeito que eles ferram a igualdade
Foda-se os brindes
Fodam-se aqueles que eles vestem
Vocês são só pessoas...
Pessoas bem sucedidas
Pessoas bem vestidas
Pessoas sorrindo
Pessoas famosas
Pessoas de tapete vermelho
Pessoas ricas
Pessoas importantes
Mas ainda assim, apenas pessoas
Pessoas bagunçadas
Pessoas superficiais
Pessoas idiotas
Pessoas plásticas
Meta pessoas
Theta pessoas
Therapessoas
Entropessoas
Oh, fodam-se os que eles vestem
Eu tenho berço
Berço
Os unicos berços que nós deveriamos nos importar
São aqueles para os quais estamos aqui
Aqueles que pertencem aos nossos filhos
Que fazem o que nós fazemos, cicatrizes de nossas feridas
Fonte: http://letras.terra.com.br/pain-of-salvation/862952/traducao.html
The only cribs that we should care for
Are the ones that we are here for
The ones belonging to our children
That do that we do, scar from our wounds
The only cribs that make a difference
Where the magic really happens
Don't come with a Mercedes Benz
Or a wide screen showing nothing
Showing nothing...
I'm sick of home control devices
Sick of sickening home designers
Sick of drugs and gold and strip poles
Sick of homies, sick of poses
Despite the nodding staff that serves you
Despite your name on clothes and perfume
Despite the way the press observes you
You're just people...(6x)
Successful people
Dressed up people
Smiling people
Famous people
Red carpet people
Wealthy people
Important people
But still just people
So fuck the million dollar kitchen
Fuck the Al Pacino posters
Fuck the drugs, the gold, the strip poles
Fuck the homies, fuck the poses
Fuck the walls they build around them
Fuck the bedroom magic nonsense
I don't want to hear their voices
As long as they vote with their wallets
Fuck the silly "throw you out" joke
Fuck the framed cigar DeNiro smoked
Fuck their lack of originality and personality
Fuck this travesty
Fuck this new norm
Fuck conformity
Fuck their Kristal
Fuck their sordity
Fuck the way they fuck equality
Fuck their freebie gear
Fuck the ones they wear
You're just people...(6x)
Successful people
Dressed up people
Smiling people
Famous people
Red carpet people
Wealthy people
Important people
But still just people
Messed up people
Shallow people
Stupid people
Plastic people
Meta people
Theta people
Therapyople
Entropiople
Oh, fuck the ones they wear
I'm cribcaged
Cribcaged
The only cribs that we should care for
Are the ones that we are here for
The ones belonging to our children
That do what we do, scar from our wounds
Berços
Os únicos berços com os quais deveríamos nos importar
São aqueles para os quais estamos aqui
Aqueles que pertencem a nossos filhos
Que fazem o que nós fazemos, cicatrizes de nossas feridas
Os únicos berços que fazem a diferença
Onde a mágica realmente acontece
Não vêm com uma Mercedes-Benz
Ou uma Wide-Screen não mostrando nada
Não mostrando nada...
Estou cansado de aparelhos de controle domésticos
Cansado de exaustar designers domésticos
Enjoado de drogas, ouro e Strip Poles
Enjoado dos lares, enjoado de poses
Apesar do pessoal que te acena, que te serve
Apesar do nome em roupas e perfumes
Apesar do jeito que a imprensa te observa
Vocês são só pessoas... (6x)
Pessoas bem sucedidas
Pessoas bem vestidas
Pessoas sorrindo
Pessoas famosas
Pessoas de tapete vermelho
Pessoas ricas
Pessoas importantes
Mas ainda assim, apenas pessoas
Então foda-se a cozinha de milhões de dólares
Fodam-se os pôsters do Al-Pacino
Fodam-se as drogas, o ouro, os Strip-Poles
Fodam-se o lares, fodam-se as poses
Fodam-se as paredes que eles construíram em volta deles
Foda-se o quarto de mágica sem sentido
Eu não quero ouvir as vozes deles
Enquanto eles votarem com suas carteiras
Foda-se a piada idiota de "te jogar fora"
Foda-se o cigarro filmado que DeNiro fumou
Foda-se a falta de originalidade e personalidade deles
Foda-se essa farsa grotesca
Foda-se essa nova norma
Foda-se o senso-comum
Foda-se o Kristal deles
Foda-se a sordidez deles
Foda-se o jeito que eles ferram a igualdade
Foda-se os brindes
Fodam-se aqueles que eles vestem
Vocês são só pessoas...
Pessoas bem sucedidas
Pessoas bem vestidas
Pessoas sorrindo
Pessoas famosas
Pessoas de tapete vermelho
Pessoas ricas
Pessoas importantes
Mas ainda assim, apenas pessoas
Pessoas bagunçadas
Pessoas superficiais
Pessoas idiotas
Pessoas plásticas
Meta pessoas
Theta pessoas
Therapessoas
Entropessoas
Oh, fodam-se os que eles vestem
Eu tenho berço
Berço
Os unicos berços que nós deveriamos nos importar
São aqueles para os quais estamos aqui
Aqueles que pertencem aos nossos filhos
Que fazem o que nós fazemos, cicatrizes de nossas feridas
Fonte: http://letras.terra.com.br/pain-of-salvation/862952/traducao.html
domingo, 11 de março de 2012
Avanti squadra Palestrina! - Palmeiras 0 X 1 Mirassol
Ainda preciso readiquirir o hábito de assistir jogos de futebol ao vivo. Com esses últimos anos em que o alviverde pouco fez para orgulhar seu torcedor, tenho frequentado pouco o estádio e, apesar de não ter sido esse o meu último jogo, estive no Palmeiras 0 X 2 Boca Júniors no fechamento do Palestra Itália e sinto até hoje falta de um estádio do clube.
Não consegui achar nenhum site na internet com registros de todos os jogos do campeonato paulista, mas me lembro quando fui ao estádio pela primeira vez assistir a uma partida do Palmeiras nas arquibancadas numeradas (às quais abrigavam inúmeras pombas entre as vigas de sustentação da cobertura, oferecendo nossas cabeças às suas cloacas) com meu pai que morria de medo de briga de torcidas. Não consigo me recordar exatamente do adversário, Ferroviária ou Guarani, mas me recordo com saudades de um gol que definiu o jogo no final do segundo tempo, uma falta cobrada com perfeição pelo atacante Evair.

Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/protofutebol/2012/02/21/album-de-figurinhas-21-de-fevereiro/?topo=84,1,1,,,77
O Pacaembu é um ótimo estádio: estive no Paulo Machado de Carvalho sábado passado para assistir à segunda derrota da Sociedade Esportiva Palmeiras no ano, porém, antes de escrever sobre o jogo, gostaria de escrever um pouco sobre assistir jogos em estádio.
Certa vez um colega de trabalho, professor de Filosofia, disse que não gostaria dever o estádio de seu clube coberto, como as modernas arenas que estão sendo construídas para a Copa do Mundo 2014, pois, contar com o desconhecido é uma das emoções de frequentar estádios de futebol. São essas declaracões que fazem eu sinta que deveria ter mais amigos do que colegas como este. Realmente, ir a um jogo de futebol ao vivo é prever o imprevisto, não apenas no que diz respeito às intepéries do clima, mas das reações, da torcida, do policiamento, da imprensa, dos times, dos árbitros; um bom observador (ou ainda, alguém que não leve um Dostoiévski para ler no intervalo) conta com um verdadeiro espetáculo para os olhos curiosos sobretudo no céu outonal despontando nesses jogos de sábado final da tarde.
Autoria própria
Por outro lado, gostaria que a atuação do alviverde de Palestra Itália fosse tão poética quanto o céu do último sábado...
Apesar de todas as conquistas de Felipão como técnico do Palmeiras e, considerando a situação em que o técnico assumiu tanto o time quanto o clube (um pausa, desde de 2009, a única coisa que mudou no clube foram as vitórias, mas do ponto de vista político a diretoria alviverde continua a mesma), posso incluir mesmo a passagem atual de Scolari como uma conquista, pouco se dá ouvidos ao treinador. Antes da derrota para o Mirassol, numa entrevista coletiva, o treinador avisou que aproveitaria a classificação adiantada para a próxima fase do Campeonato Paulista para fazer testes entre os jogadores durante a partida, e isso, em parte, explica o desempenho do time.
O que se vê na televisão não é a décima parte do que um torcedor pode ver no estádio, por exemplo, a tentativa fracassada de revezar Juninho como meia esquerda deixando Wesley na cobertura (a única forma da última contratação palmeirense jogar bem é continuar jogando) , a inversão de Maikon Leite da esquerda para a direita (função que Luan executava com maior qualidade), ou a contenção de Arthur do meio de campo para trás. Sobre este último, entendo ser uma experiência como afirmou o treinador, mas poucos são os jogadores se encontram em outras posições que não suas originais, Arthur é um lateral direito ofensivo e ficou evidente sua deficiência defensiva, tanto que pela lado direito da defesa palestrina que saiu o cruzamento que levou ao gol.
Relevando o fato do Palmeiras estar classificado, relevando o fato de o treinador declarar que está fazendo testes, relevando o fato de dar folga a alguns titulares importantes como Marcos Assunção e Cicinho, relevando tudo isso, é de se pensar que outros times como Corinthians e Santos disputam o Campeonato Paulista com times mistos e fazem ns campeonatos.
Gato escaldado tem medo de água fria, e não queria ser eu a escrever isso, mas a verdade é que o Palmeiras, como muitos comentaristas tem repetido, precisa de um título. Não pela torcida, que sempre será crítica e continuará a mesma, ou pelo clube, que enquanto não passar por profundas reformas políticas continuará o mesmo, mas para recuperar a confiança que o time perdeu naquele ano de 2009.
Per favore non me rompere i coglioni...
Não consegui achar nenhum site na internet com registros de todos os jogos do campeonato paulista, mas me lembro quando fui ao estádio pela primeira vez assistir a uma partida do Palmeiras nas arquibancadas numeradas (às quais abrigavam inúmeras pombas entre as vigas de sustentação da cobertura, oferecendo nossas cabeças às suas cloacas) com meu pai que morria de medo de briga de torcidas. Não consigo me recordar exatamente do adversário, Ferroviária ou Guarani, mas me recordo com saudades de um gol que definiu o jogo no final do segundo tempo, uma falta cobrada com perfeição pelo atacante Evair.

Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/protofutebol/2012/02/21/album-de-figurinhas-21-de-fevereiro/?topo=84,1,1,,,77
O Pacaembu é um ótimo estádio: estive no Paulo Machado de Carvalho sábado passado para assistir à segunda derrota da Sociedade Esportiva Palmeiras no ano, porém, antes de escrever sobre o jogo, gostaria de escrever um pouco sobre assistir jogos em estádio.
Certa vez um colega de trabalho, professor de Filosofia, disse que não gostaria dever o estádio de seu clube coberto, como as modernas arenas que estão sendo construídas para a Copa do Mundo 2014, pois, contar com o desconhecido é uma das emoções de frequentar estádios de futebol. São essas declaracões que fazem eu sinta que deveria ter mais amigos do que colegas como este. Realmente, ir a um jogo de futebol ao vivo é prever o imprevisto, não apenas no que diz respeito às intepéries do clima, mas das reações, da torcida, do policiamento, da imprensa, dos times, dos árbitros; um bom observador (ou ainda, alguém que não leve um Dostoiévski para ler no intervalo) conta com um verdadeiro espetáculo para os olhos curiosos sobretudo no céu outonal despontando nesses jogos de sábado final da tarde.
Por outro lado, gostaria que a atuação do alviverde de Palestra Itália fosse tão poética quanto o céu do último sábado...
Apesar de todas as conquistas de Felipão como técnico do Palmeiras e, considerando a situação em que o técnico assumiu tanto o time quanto o clube (um pausa, desde de 2009, a única coisa que mudou no clube foram as vitórias, mas do ponto de vista político a diretoria alviverde continua a mesma), posso incluir mesmo a passagem atual de Scolari como uma conquista, pouco se dá ouvidos ao treinador. Antes da derrota para o Mirassol, numa entrevista coletiva, o treinador avisou que aproveitaria a classificação adiantada para a próxima fase do Campeonato Paulista para fazer testes entre os jogadores durante a partida, e isso, em parte, explica o desempenho do time.
O que se vê na televisão não é a décima parte do que um torcedor pode ver no estádio, por exemplo, a tentativa fracassada de revezar Juninho como meia esquerda deixando Wesley na cobertura (a única forma da última contratação palmeirense jogar bem é continuar jogando) , a inversão de Maikon Leite da esquerda para a direita (função que Luan executava com maior qualidade), ou a contenção de Arthur do meio de campo para trás. Sobre este último, entendo ser uma experiência como afirmou o treinador, mas poucos são os jogadores se encontram em outras posições que não suas originais, Arthur é um lateral direito ofensivo e ficou evidente sua deficiência defensiva, tanto que pela lado direito da defesa palestrina que saiu o cruzamento que levou ao gol.
Relevando o fato do Palmeiras estar classificado, relevando o fato de o treinador declarar que está fazendo testes, relevando o fato de dar folga a alguns titulares importantes como Marcos Assunção e Cicinho, relevando tudo isso, é de se pensar que outros times como Corinthians e Santos disputam o Campeonato Paulista com times mistos e fazem ns campeonatos.
Gato escaldado tem medo de água fria, e não queria ser eu a escrever isso, mas a verdade é que o Palmeiras, como muitos comentaristas tem repetido, precisa de um título. Não pela torcida, que sempre será crítica e continuará a mesma, ou pelo clube, que enquanto não passar por profundas reformas políticas continuará o mesmo, mas para recuperar a confiança que o time perdeu naquele ano de 2009.
Per favore non me rompere i coglioni...
Carta aberta aos meus futuros ex-alunos - Carta presente para ex-alunos
Olá meu presentes ex-alunos... Essa é só para vocês...
Ano passado foi a formatura da primeira turma para quem dei aula, desde que assumi minha vocação de professor.
Talvez não tenha me emocionado tanto com essa formatura, afinal, apesar de deixarem de ser meus alunos, ainda existe algum vínculo pois muitos ainda estão na escola, mas no Ensino Médio. Porém, reconheço que, apesar de serem uma das minhas primeiras turmas, tive poucos momentos prazerosos...
Preparando material para as aulas dessa semana, encontrei um daqueles trabalhos que a escola obriga a incluir no planejamento, ainda que aparentemente pouco proveitoso. Apesar de ser um professor bastante cuidadoso com o que os alunos produzem, reconheço que, a dificuldade financeira da escola em promover encontros interdisciplinares para que esse trabalho fosse articulado à área de teatro, e a falta de tempo, me fizeram dar pouca atenção para esse valioso trabalho cujo espaço no meu armário se fez pequeno demais...
Deixando o romantismo de lado, a verdade é que MUITOS alunos fizeram esse trabalho somente para garantir sua nota de participação em história, mas outros fizeram algo realmente cuidadoso. Me surpreendi com a atenção dispensada por alguns alunos que não imaginei serem tão sensíveis... Em cada pequeno envelope uma emoção silenciada por um universo alienígena esverdeado de divórcios com comunhão de bens, e por isso, de filhos; constantes mudanças de cidade para garantir o dinheiro, e o tempo, no trabalho, e; vazios de afeto dando lugar a um universo violáceo azulfrio de silêncio e solidão.
Pequenas vidas estavam naqueles envelopes que hoje joguei no lixo, e, ainda que separar esse lixo para reciclagem alivie minha consciência ambiental, o ser humano permanece insondável...
Gostaria de poder fazer mais por vocês meus, hoje ainda mais, presentes ex-alunos...
Ano passado foi a formatura da primeira turma para quem dei aula, desde que assumi minha vocação de professor.
Talvez não tenha me emocionado tanto com essa formatura, afinal, apesar de deixarem de ser meus alunos, ainda existe algum vínculo pois muitos ainda estão na escola, mas no Ensino Médio. Porém, reconheço que, apesar de serem uma das minhas primeiras turmas, tive poucos momentos prazerosos...
Preparando material para as aulas dessa semana, encontrei um daqueles trabalhos que a escola obriga a incluir no planejamento, ainda que aparentemente pouco proveitoso. Apesar de ser um professor bastante cuidadoso com o que os alunos produzem, reconheço que, a dificuldade financeira da escola em promover encontros interdisciplinares para que esse trabalho fosse articulado à área de teatro, e a falta de tempo, me fizeram dar pouca atenção para esse valioso trabalho cujo espaço no meu armário se fez pequeno demais...
Deixando o romantismo de lado, a verdade é que MUITOS alunos fizeram esse trabalho somente para garantir sua nota de participação em história, mas outros fizeram algo realmente cuidadoso. Me surpreendi com a atenção dispensada por alguns alunos que não imaginei serem tão sensíveis... Em cada pequeno envelope uma emoção silenciada por um universo alienígena esverdeado de divórcios com comunhão de bens, e por isso, de filhos; constantes mudanças de cidade para garantir o dinheiro, e o tempo, no trabalho, e; vazios de afeto dando lugar a um universo violáceo azulfrio de silêncio e solidão.
Pequenas vidas estavam naqueles envelopes que hoje joguei no lixo, e, ainda que separar esse lixo para reciclagem alivie minha consciência ambiental, o ser humano permanece insondável...
Gostaria de poder fazer mais por vocês meus, hoje ainda mais, presentes ex-alunos...
segunda-feira, 5 de março de 2012
Carta aberta aos meus futuros ex-alunos - Eu também já fui Holden Caufield...
Olá meus futuros ex-alunos...
Antes de qualquer coisa... Acho que jamais me acostumarei a falta do hifém na gramática brasileira...
Entre tantas vivências que a profissão me tem proporcionado nos últimos meses que me mantive tão ausente desse blog, uma delas me tem especial importancia: impaciência. Sei que parece um pouco agressivo, mas a impacienência tem sido um dos sentimentos mais frequentes durantes minhas últimas aulas, ainda que, imageinei ser algo temporário.
A profissão de professor implica numa série de virtudes desejáveis como o desejo pelo aprendizado, a auto crítica, a paciência, mas me tem faltado essa última, e hoje, depois de alguns meses me pergunto afinal, como a virtude partiu como o ar fresco de outono transfigurado em inverno.
Talvez tenha sido apenas comodidade da experiência docente que me tenha tornado seguro, permitindo que essa impaciência em transformar tudo ganhasse vulto. Contudo, algumas situações de impaciência são objetivas, por exemplo, a transformação que sofrem os estudantes entre o 8o e 9o anos (desculpem, mas o laptop possui teclado norte-americano e não consigo incluir símbolos).

Fonte: http://www.flickr.com/photos/51053493@N04/4858228794/sizes/l/in/photostream/
Autoria: EyeNorth
Brinco entre os estudantes do final do 8o ano em que digo: "Pena que ano que vem vocês ficarão chatos" e por mais que eu queri deixar de acreditar nisso, isso vem se repetindo ao longo dos anos irrevogavelmente. Entendo, eu também já fui Holden Caufield, um adolescente querendo ser alguém... Querendo ser, como escreveu J. D. Salinger, o apanhador no campo de centeio...
"-Você sabe o que eu quero ser? - perguntei a ela. Sabe o que é que eu queria ser? Se pudesse fazer a merda da escolha?" Seja lá como for, fico imaginando uma porção de garotinhos brincando de alguma coisa num baita campo de centeio e tudo... E eu fico na beirada de um precipicio maluco. Sabe o que eu tenho de fazer? Tenho que agarrar todo mundo que vai cair no abismo. Quer dizer, se um deles começar a correr sem olhar onde está indo, eu tenho que aparecer de algum canto e agarrar o garoto. Só isso que eu ia fazer o dia todo. Ia ser o apanhador no campo de centeio."
Entendo a adolescência, mas para quem um dia deixou o campo de centeio em troca de três refeiçoes e um banho quente no final do dia, é bastante complicado tentar entender sem comparar com sua própria adolescência...
Talvez seja apenas saudades daqueles meninos e meninas do 8o ano, ainda tão dependentes... E talvez, de alguma maneira, eu ainda seja o apanhador no campo de centeio e não queira deixar de ser...
Antes de qualquer coisa... Acho que jamais me acostumarei a falta do hifém na gramática brasileira...
Entre tantas vivências que a profissão me tem proporcionado nos últimos meses que me mantive tão ausente desse blog, uma delas me tem especial importancia: impaciência. Sei que parece um pouco agressivo, mas a impacienência tem sido um dos sentimentos mais frequentes durantes minhas últimas aulas, ainda que, imageinei ser algo temporário.
A profissão de professor implica numa série de virtudes desejáveis como o desejo pelo aprendizado, a auto crítica, a paciência, mas me tem faltado essa última, e hoje, depois de alguns meses me pergunto afinal, como a virtude partiu como o ar fresco de outono transfigurado em inverno.
Talvez tenha sido apenas comodidade da experiência docente que me tenha tornado seguro, permitindo que essa impaciência em transformar tudo ganhasse vulto. Contudo, algumas situações de impaciência são objetivas, por exemplo, a transformação que sofrem os estudantes entre o 8o e 9o anos (desculpem, mas o laptop possui teclado norte-americano e não consigo incluir símbolos).

Fonte: http://www.flickr.com/photos/51053493@N04/4858228794/sizes/l/in/photostream/
Autoria: EyeNorth
Brinco entre os estudantes do final do 8o ano em que digo: "Pena que ano que vem vocês ficarão chatos" e por mais que eu queri deixar de acreditar nisso, isso vem se repetindo ao longo dos anos irrevogavelmente. Entendo, eu também já fui Holden Caufield, um adolescente querendo ser alguém... Querendo ser, como escreveu J. D. Salinger, o apanhador no campo de centeio...
"-Você sabe o que eu quero ser? - perguntei a ela. Sabe o que é que eu queria ser? Se pudesse fazer a merda da escolha?" Seja lá como for, fico imaginando uma porção de garotinhos brincando de alguma coisa num baita campo de centeio e tudo... E eu fico na beirada de um precipicio maluco. Sabe o que eu tenho de fazer? Tenho que agarrar todo mundo que vai cair no abismo. Quer dizer, se um deles começar a correr sem olhar onde está indo, eu tenho que aparecer de algum canto e agarrar o garoto. Só isso que eu ia fazer o dia todo. Ia ser o apanhador no campo de centeio."
Entendo a adolescência, mas para quem um dia deixou o campo de centeio em troca de três refeiçoes e um banho quente no final do dia, é bastante complicado tentar entender sem comparar com sua própria adolescência...
Talvez seja apenas saudades daqueles meninos e meninas do 8o ano, ainda tão dependentes... E talvez, de alguma maneira, eu ainda seja o apanhador no campo de centeio e não queira deixar de ser...
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