terça-feira, 30 de junho de 2009

Carta aberta aos meus futuros ex-alunos - enfim férias?

Depois de longo tempo sem postar finalmente consegui retomar o blog. Talvez seja momento de pensar em reformular e reformatar para que as postagens ganhem mais desenvoltura e fluidez. Essa postagem por si só é uma tentativa, afinal, escrevo e publico hoje o que escrevia em rascunho uma semana antes de revisar e finalmente publicar.

Finalmente, após dois semestres de estudos as férias escolares chegaram para vocês meus alunos, mas não para mim, que continuei trabalhando até que se cumprisse não a demanda do trabalho, mas as determinações legais para apenas quinze dias de férias. Enquanto trabalhava agurdando os desígnios legais para gozar minhas merecidas férias, conheci a escola esvaziada e apenas esses dois dias foram suficientes para que sentisse saudades apesar das diversas dermatites de estresse que vocês me provocaram ao longo de dois bimestres.

Talvez pela co-responsabilidade que tenho no processo de formação escolar, educacional e mesmo humana de cada um de vocês, também me sinto um pouco pai, e como pai quis que cada um viesse até mim e desse um beijo antes de deixar não a escola por um mês, mas a nossa convivência, mesmo aqueles que, em meio à euforia infantil dispersa na atmosfera dos últimos dias de aula, entraram nas férias sem ao menos dizer "até logo".

Boas férias meus futuros ex-alunos!

Daquele que não é nem um professor nem um pai, mas de alguma maneira os ama como ambos...


P

Imagem da semana

Acho que "tira da semana" é um título muito restrito para o que eu gostaria de postar... Assim, alteração de título para "Imagem da semana"


Autor Steinberg

quarta-feira, 24 de junho de 2009

sábado, 20 de junho de 2009

Citações

"Quem não tem cabeça tem que ter perna"

Vovô Nino

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Midiofobia - Gravura causa polêmica em escola, e livro é recolhido

Fonte: Folha de São Paulo
Data: 11 de junho de 2009

Em artigo que divide uma página inteira do caderno "Cotidiano" da Folha de São Paulo de quinta-feira da semana passada com uma enorme propaganda das Casas Bahia, o jornalista Fábio Grellet da sucursal do Rio de Janeiro informa que a prefeitura da capital fluminense está recolhendo exemplares da Coleção Pitaguá da editora Moderna por conter uma gravura do artista francês Theodor de Bry considerada "inadequada" para crianças entre nove e dez anos de idade por retratar indígenas tupiniquins praticando um ritual de canibalismo que inclui o empalamento da vítima.

Autoria Theodor De Bry (1592)
Fonte: http://pro.corbis.com/
Legenda: gravura de índio tupinambás destroçando prisioneiros, reprodução do original de um livro de Hans Staden, 1557

A ilustração, como se refere o subtítulo da reportagem está acima. Antes da reflexão propriamente histórica é preciso considerar o que julgo o aspecto mais relevante dessa reportagem: a imagem é adequada ou não para crianças de nove a dez anos? Particularmente, acredito que me causaria certo desconforto que meus filhos tivessem contato com esse tipo de imagem, contudo, maior desconforto me causaria se meus filhos estivessem expostos a esse tipo de imagem fora do ambiente escolar.

Como educador, a atuação do professor tem como objetivo levar o estudante a conhecer, afinal, o que é o ambiente escolar senão o espaço para conhecer? Por excelênca, o objeto que intermedia essa relação é o livro didático. Desconsiderando os percalços inerentes à trajetória de um livro didático, das idéias de um autor até as carteiras escolares, penso que o educador deve trabalhar com o material, tanto didático como o humano, disponível, que nesse caso é a Coleção Pitaguá da editora Moderna.

Quando o educador opta por criticar o livro didático, desqualificando seu conteúdo, de certa forma está reconhecendo sua incapacidade em lidar com o material disponível que também é uma representação cultural e por isso possui um valor importante para o processo de aprendizagem do estudante. Utilizando sua criatividade, o educador poderia articular propostas a partir desse material envolvendo tanto a sala de aula de quarta série como o restante da comunidade escolar, desfazendo estigmas fundantes das sociedade judaico-cristã ocidental como a nudez, a alteridade e a "religiosidade", afinal, o empalamento faz parte de um ritual e no contexto histórico específico que a gravura pretende retrata não tem qualquer conotação sexual.

Autoria Theodor De Bry (1592)
Fonte: http://pro.corbis.com/
Legenda: gravura de índios tupinambás comendo e cozinhando prisioneiros, reprodução do original de um livro de Hans Staden, 1557

Outras imagens do mesmo Theodor de Bry revelam outros aspectos da cultura dos mais antigos habitantes do território brasileiro como o canibalismo, idéia apropriada pelos modernistas como antropofagia e fundadora das bases do manifesto da Semana de Arte de 1922. Assim, uma nova possibilidade se abre para o educador, que pode, ainda através de sua criatividade, articular propostas de discussão do contexto em que essas imagens foram produzidas, explorando o livro de Hans Staden e como essas imagens tornam-se representação à medida que são reconstruídas segundo culturas específicas que se apropriam dela como os modernistas em 22 e os estudantes do século XXI.

Autoria Theodor De Bry (1594-1596)
Fonte http://pro.corbis.com/
Legenda: gravura de índios derramando ouro derretido na boca de cristãos, como que saciando sua sede por ouro, retirada do livro La Historia del Mondo Nuovo de Girolamo Benzoni, publicado originalmente em 1565.

Cada vez mais sinto que educar é se reconstruir.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Tira da semana


Autoria Caco Galhardo
Fonte: http://www2.uol.com.br/cacogalhardo/

sexta-feira, 12 de junho de 2009

domingo, 7 de junho de 2009

Citações

A: Jake! Por que você mentiu para mim?
J: Porque eu pensei que você confiasse em mim..

Jake e Alan em "Two and a Half Men"

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Caderno de rascunhos

Breve reflexão iconográfica

Pensamentos vagueam...

Quando finalmente esses pensamentos são captados pela mente, vestem-se com aquilo disponível naquele repertório mental ganhando forma, tornando-se idéia, mas já distante do que fora aquele pensamento. Há diversas maneiras de expressar uma idéia, segundo os gregos algumas delas são a poesia, a astronomia, a música entre outras musas que se manifestam através da arte e da ciência, contudo, estas são apenas corruptelas do que originalmente foi um pensamento.

Como a essa expressão artística ou científica da idéia se tranforma de acordo com o meio que se propaga? Ainda não me sinto completamente à vontade em frente a um teclado que, apesar de familar aos meus dedos hábeis ainda é um entrave à minha escrita...

Ainda que a dança, o teatro e a história sejam aceitas como transcendentes aos aspectos culturais pelo seu caráter artístico ou científico, ainda permanecem à mercê do repertório mental de seu receptor para só então ganhar significação e cada vez mais distanciar-se daquilo que em algum momento foi apenas um simples pensamento.

Afinal, o que é toda a escrita senão a potencialização de um pensamento que jamais consegue se se realizar? Que escritor é capaz de manipular com a tinta alheia de uma caneta pensamentos que às vezes não lhe pertencem?