domingo, 31 de outubro de 2010

sábado, 30 de outubro de 2010

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O Estrangeiro e O Marketeiro...

Recentemente fui assistir ao monólogo de Guilherme Leme sobre o livro O Estrangeiro, do escritor franco-argelino Albert Camus, porém, qual não foi minha surpresa ao ser informado pelo funcionário da bilheteria do teatrocaixa que, por ser professor da rede privada de ensino, não tinha direito a meia-entrada peranteconforme a lei.

Me causou bastante estranhamento essa restrição, uma vez que desde que trabalho como professor, sempre do ensino privado, nunca fui impedido de comprar meia-entrada para shows, cinemas, teatros, etc. Diante desse estranhamento enviei um e-mail para o SINPRO (Sindicato dos Professores de São Paulo) que confirmou: "infelizmente a legislação só permite meia entrada para os professores da rede oficial do estado, existe um projeto de lei do professor e vereador Carlos Giannazi que infelizmente foi vetado na Câmara Municipal que legaliza a meia entrada nas atividades culturais(cinema, teatro, etc.) para os professores da rede municipal e privada. O mesmo aguarda tramitação.

Não conformado, afinal nem a casa de espetáculos nem o SINPRO me informaram qual o número da lei que determina esse tipo de arbitrariedade fui até o google, onde cheguei ao projeto de lei nº 10.858/2001 da câmara municipal de São Paulo que assegura "o pagamento de 50% (cinqüenta por cento) do valor realmente cobrado para o ingresso em casas de diversões, praças desportivas e similares, aos professores da rede pública estadual de ensino", ou seja, por lei, nem professores municipais, nem professores da rede privada de ensino tem direito ao pagamento de meia-entrada em eventos culturais.

Procurando por projetos de lei (PL) sobre o assunto em âmbito federal, não localizei absolutamente nenhum projeto de lei do tipo no site do Senado Federal, por outro lado, encontrei seis projetos de lei defendendo a meia-entrada para TODOS os professores no site da Câmara dos Deputados: a maior parte deles, desde 1996, arquivados como o projeto de lei de autoria de Aloizio Mercadante - PT/SP (PL-4142/ 2001) e Jurandir Loureiro - PSC/ES (PL-1863/2007);, diferindo dos dois, o projeto de lei de Hermes Parcianello - PMDB/PR (PL-3699/2008) devolvido ao autor sob o argumento de que segundo o regimento interno da Câmara dos Deputados não estava "devidamente formalizado e em termos" (art. 137, § 1º, inciso I);, o projeto de lei de Léo Alcântara - PSDB/CE (PL-4637/2001) aguardando parecer do deputado Maurício Quintella Lessa (PR-AL) desde outubro de 2009; e o projeto de lei de Iran Barbosa - PT /SE (PL-6209/2009) que está "pronto para pauta" desde setembro de 2010.

http://www.camara.gov.br/sileg/Prop_lista.asp?formulario=formPesquisaPorAssunto& Ass1=meia+entrada& co1=+AND+& Ass2=professor& co2=+AND+& Ass32=& Submit2=Pesquisar& sigla=& Numero=& Ano=& Autor=& Relator=& dtInicio=& dtFim=& Comissao=& Situacao=& OrgaoOrigem=todos

Já no âmbito estadual, não localizei nenhum projeto de lei na Assembléia Legislativa de São Paulo, enquanto o site da Câmara Municipal é muito limitado para pesquisas, restringindo os campos de busca a número e ano de projeto de lei e não por palavras-chave, o que dificulta o acompanhamento do cidadão ao trabalho dos vereadores paulistanos.

Não sou especialista em legislação, sou apenas um professor de história pagando R$ 50 num espetáculo teatral visando não apenas evitar o constrangimento de deixar a bilheteria com minha namorada sem um ingresso para o monólogo que planejamos assistir no feriado, mas também ampliar minha cultura e consequentemente meu trabalho como educador . No meu entender, à medida que o poder público se revela pouco interessado em qualificar profissionais da educação em detrimento de quantificar esses mesmos profissionais para justificar empréstimos bancários internacionais e intenções de votos de quatro em quatro anos, cabe ao poder privado enquanto importante setor de representação da sociedade civil compartilhar essa qualificação.

Contudo, parte do setor privado, representada na imagem do empresariado que administra esse tipo de instituição artística da qual faz parte a referida casa de espetáculo, apenas replica as mesmas políticas públicas educacionais sem reconhecer sua responsabilidade social para com a educação, propagandeando em seus valores corporativos a cultura/informação como poder transformador que objetiva construir um mundo melhor e mais justo, enquanto sob a atmosfera blasé de seus concertos, shows, noites de jazz, palestras, cafés filosóficos e noites de autógrafos não se digna a oferecer, como tantos outros setores do empresariado fazem, R$ 25 de desconto para professores da rede pública municipal e professores da rede particular.

Aliás, o espetáculo é ótimo...

terça-feira, 26 de outubro de 2010

"Play it again, Sam..."

Los Hermanos - Deixa O Verão

Deixa eu decidir se é cedo ou tarde
espere eu considerar
ver se eu vou assim chique-à-vontade
qual o tom do lugar.

Enquanto eu penso você sugeriu
um bom motivo pra tudo atrasar.
E ainda é cedo pra lá
chegando às seis tá bom demais
Deixa o verão pra mais tarde

Uh ah ãã aeãeã

Não tô muito afim de novidade
Fila em banco de bar
Considere toda hostilidade
que há da porta pra lá

Enquanto eu fujo você inventou
qualquer desculpa pra gente ficar
E assim a gente não sai
que esse sofá tá bom demais
Deixa o verão pra mais tarde

Uh ah ãã aeãeã

E eu digo,cá entre nós
deixa o verão pra mais tarde

Uh ah ãã aeãeã

Fonte: http://letras.terra.com.br/los-hermanos/67555/

A eterna luta entre o lirismo de Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante...

domingo, 24 de outubro de 2010

sábado, 16 de outubro de 2010

Imagem da semana


Autoria Bill Waterson

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Midiofobia - Maioria dos chilenos culpa empresa por acidente de mineiros bloqueados

Fonte: Folha de Sâo Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/mundo/788960-maioria-dos-chilenos-culpa-empresa-por-acidente-de-mineiros-bloqueados.shtml)
Data: 25 de agosto de 2010

A terça-feira, dia 12 de outubro, homenagem à Nossa Senhora Aparecida e às crianças. Poderia parecer mais um feriado muito similar a um domingo: estradas lotadas e programação deprimente na televisão. Porém, com o anúncio do resgate dos mineiros chilenos presos há mais de dois meses na mina San José, a caompaixão pela situação desse homens, presos na escuridão a umidade de 70% e temperatura de mais de 30º durante dois meses, me fez ficar acordado até um pouco mais tarde.


Fonte: http://dailycaller.com/2010/08/29/chile-miners-must-move-tons-of-rocks-in-own-rescue/
Legenda: o ministro da minas chileno Laurence Golborne olhando para um dos dutos que fazem a comunicação entre os mineiros e as equipes de resgate. É inquestionável a eficiência do governo chileno no resgate, mas assim que todos os mineiros estiverem seguros, é preciso relembrar ao mundo que os grandes responsáveis pelo desastre são a empresa particular, a Minera San Esteban e o órgão de fiscalização governamental, o Serviço Nacional de Geologia e Mineração (Sernageomin).
Autoria AP Photo/Roberto Candia

Não pretendo exaltar o ótimo trabalho desenvolvido pelo governo chileno, a despeito da construção de uma robusta plataforma política para o recém-empossado presidente Sebastian Piñera, que tão logo se encerrem os resgates viaja para a Europa para se laurear com o desastre; não pretendo também exaltar a euforia mundial em torno dos resgates, ainda que esses resgates sejam consequencia da incompetência da empresa Minera San Esteban, e do órgão de fiscalização do governo chileno, o Serviço Nacional de Geologia e Mineração (Sernageomin), mas acho interessante abrir espaço para outra reflexão pouco explorada pela grande mídia: o papel da tecnologia no resgate dos 33 mineiros chilenos presos na mina San José próximo à cidade de Capiapó por 69 dias.

Minha relação com a tecnologia é bastante paradoxal: penso que na presente sociedade somos quase coagidos a utilizar a tecnologia em todos os campos da vida, porém, particularmente tenho muito pouca paciência para utilização dessa tecnologia, ainda que a domine relativamente bem. Na minha opinião Woody Allen sintetizou com perfeição o papel da tecnologia na nossa sociedade ao falar sobre computadores: "Os computadores vieram para resolver todos os problema que nunca tivemos".

A despeito da minha relação, é óbvio que o desenvolvimento tecnológico, sobretudo durante o século XX, trouxe admiráveis avanços para a humanidade enquanto espécie, ainda que poucas pessoas considerem o custo, não apenas financeiro, desse desenvolvimento: desenvolvemos o armazenamento da energia da fissão e fusão de átomos mas também bombas de poder de destruição jamais imaginados, desenvolvemos antibióticos potentes para curar, mas também bactérias de alta letalidade em laboratórios militares e ainda, desenvolvemos tanto técnicas cirúrgicas para reimplantação de membros amputados quanto acidentes automobilísticos para garantir a utilização dessas ténicas.



Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/File:FrameBreaking-1812.jpg
Legenda: trabalhadores ludistas destruindo um tear. A prática foi condenada pelo Parlamento Inglês em 1721 e no ano de 1812 foi imposta a pena de morte para esse tipo de delito.

Mas se prendendo ao aspecto positivo do desenvolvimento tecnológico, o que as perfuradoras projetadas pelo governo chileno em parceria com a NASA operaram nas últimas horas foi um verdadeiro milagre: a perfuratriz atingiu uma profundidade de 630 metros, equivalente a um edifício de 210 andares, pouco mais de duas vezes o tamanho da torre Eiffel ou mais de vinte vezes o tamanho do Cristo Redentor, em apenas 57 dias, ou seja, perfurou e extraiu terra à velocidade de 11 metros por dia, cerca de 0,45 metros por hora. Considerando não apenas a perfuração, mas também o volume de terra que é preciso transportar para fora do duto, temos 215 m3 de terra, aproximadamente uma casa de 72 m2 completamente vazia (para efeito de comparação uma casa de 7 metros de frente por 10,2 metros de fundo) cheia de terra até o teto. Um trabalho que dificilmente o ser humano, ainda que unido em sua coletividade, poderia desempenhar sem o apoio de algum tipo de tecnologia bastante avançada.

A vida desse homens foi salva pela tecnologia envolvida no processo, mas quem opera essa tecnologia é o homem... Por isso ao final desse resgaste acho que vale a pena perguntar: Qual a finalidade política da utilização da tecnologia? Como garantir o acesso democrático aos grandes desenvolvimentos tecnológicos? Quais os maiores beneficiados com o desenvolvimento tecnológico? O episódio dos mineiros chilenos respondem a algumas dessas questões, mas a principal delas na minha opinião é pensar quais as motivações humanas para o desenvolvimento dessa tecnologia, que no caso era tão única?

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Citações

"Há muita tendência em atribuir a Deus o mal que o homem faz com seu livre arbítrtio"

Agatha Christie

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Avanti squadra Palestrina! - Campeonato Brasileiro 2010 - 29ª rodada - Botafogo 0 X 0 Palmeiras

O que se ouve nos bastidores do time do Palmeiras há meses é uma grande tensão entre a oposiçao e a posição.

Devido à cirugia de revacularização e cateterismo a que foi submetido o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo há quase um mês atrás, o vice Hugo Salvador Palaia, assumiu o time e numa atitude mais brasílica do que propriamente ítalo, dissolveu a diretoria no primeiro dia como vice presidente interino no melhor estilo Dom Pedro I quando recém-empossado imperador e "defensor perpétuo" do Brasil, fechou a Assembléia Constituinte que formulava a primeira Magna Carta do país, prendendo e exilando muitos dos membros da Assembléia.

Mas a verdade é que sob a administração de Palaia, o Palmeiras voltou a vencer. Realmente é preciso reconhecer o esforço da posição em trazer o atacante Kléber, o meia Valdívia e o técnico Luiz Felipe Scolari, mas antes disso não se pode esquecer das multas recisórias que espoliam em centenas de reais os cofres palmeirenses, a ausência ainda presente de jogadores de posições específicas como laterias e atacantes entre tantas outras ingerências da diretoria da posição.

O empate desse final de semana contra o Botofago não é o resultado esperado consideranddo as boas exibições da equipe alvi-verde nas últimas rodadas, mas um empate fora de casa ainda é considerado um resultado bom diante do desempenho demosntrado pelo time, não apenas nos resultados mas também na busca por esses resultados. Sem dúvida, uma vitória sobre o vacilante time do Botafogo seria uma boa oportunidade de alcançar o G-4 (ou G-3, sabe-se o que será decidido sobre a classificação para a Taça Libertadores da América), mas considerando o elenco e a tensão ainda existente na dirtoria palmeirense importa mais manter o time motivado e em harmonia com o tecedor palmeirense que nos últimos meses tem sofrido muito com as atuações do time.

Luiz Felipe Scolari mais uma vez demonstra inteligência ao deixar em segundo plano o Campeonato Brasileiro para se concentrar na Copa Sul Americana, afinal, conhece suas habilidades (foi campeão da Copa do Brasil, também em sistema eliminatório, com o Criciúma em 1991) e tem bastante controle sobre o grupo, fazendo por exemplo Lincoln voltar a atuar apesar do atraso da diretoria em pagar sua rescisão com o Galatasaray da Turquia. Mas as escolhas do clube tem um preço, o Palmeiras irá se concentrar para o jogo contra o Universitário Sucre da Bolívia e a tendência é que i time seja poupado para os jogos do nacional.

Não se pode ter tudo, mas me parece que, contrariando toda a lógica politicamente correta que se vive nos últimos meses para as eleições, o pequeno golpe de Palaia conseguiu dar mais direcionamento à diretoria e ao time, um dos benefícios dos regimes ditatoriais.

Per favore non me rompere i coglioni...

terça-feira, 12 de outubro de 2010

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Carta aberta aos meus futuros ex-alunos - Uma educação pra que afinal?

Um dos momentos mais curiosos de tornar-se professor são os momentos fora da sala de aula, como as festas de dia dos professores, os congressos de formação pedagógica e as reuniões. Após um dia cansativo de aulas, essa reuniões se arrastam longas e intermináveis noite adentro, e são inúmeras e ainda mais, necessárias: reuniões da área, reuniões da unidade, reuniões de rede, reuniões de tutoria, reuniões de sindicato, reuniões de formação, etc, etc, etc.

Nessas reunião que preparamos planejamentos, analisamos resultados e discutimos estratégias, como uma empresa a cuidar de seus interesses, temos apenas um único objetivo preocupar-se com a qualidade da educação fornecida pela empresa-escola aos cliente-alunos.

A propósito dessas reuniões que buscam a tal qualidade no ensino, assisti nos últimos dias a um filme lançado ano passado que se chama "Educação" da diretora Lone Scherfig, cujo título original em inglês é "An Education". Ainda que eu não seja um grande conhecedor da gramática da língua inglesa, a palavra "an" é um artigo indefinido que significa "um" ou "uma", assim, a tradução literal do título do filme seria "Uma Educação". Nunca despendi tempo pesquisando quem são as empresas que contratam os tradutores, ou melhor, os poetas-tradutores, que, sentindo-se livres para utilizar a "licença poética", violam os títulos de filmes estrangeiros. Sem dúvida, são pessoas desprovidas de qualquer senso crítico, pois o filme de Scherfig perde completamente o sentido quando o título é alterado.

Fonte: http://www.britflicks.com/Gallery/Forms/AllItems.aspx?RootFolder=%2FGallery%2FFilms

Em linhas gerais, o filme se passa na Inglaterra nos anos 60, onde Jenny (interpretada belamente por Carey Mulligan), uma baby-boomer filha da segunda grande Guerra Mundial, vive uma vida comum entre a classe média alta londrina: pais conservadores e temerosos depositam sua expectativa nas aulas de cello da filha e em seu ingresso em Oxford ou Harvard, enquando Jenny representa o esperado papel familiar impecável para se manter-se secretamente seduzida pelas canções de Juliette Gréco a emergente contra-cultura francesa inspirada pelos anéis de fumaça do cigarro ouvindo Juliette Gréco e lendo Camus.

Esse universo harmônico é rompido quando David (interpretado por Peter Sarsgaard), um homem mais velho, oferece uma carona à garota, e pouco a pouco a conquista realizando suas utpoias francesas, uma estratégia de sedução comum, ainda que de certa forma covarde, que homens mais velhos utilizam para seduzir garotas mais jovens. A vida de Jenny com David se distancia muito da expectativa de seus pais e ao final do filme a garota precisa escolher: realizar as expectativas dos pais concluindo seus estudos com louvor, ingressando em uma boa universidade, formar-se e trabalhar para estabelecer-se como mulher independente, ou realizar suas próprias expectativas partindo com o namorado para viver uma vida de glamour às suas custas, sem a necessidade de estudar ou trabalhar.

Não estragaria o final do filme contando-o, mas posso contar sobre o título original, onde reside a riqueza da película de Lone Scherfig: Jenny escolhe não "a educação", mas "uma educação".

Esse momentos de reunião discutem muito "a educação", mas não " uma educação", não discute as escolhas de vocês meud futuros ex-alunos e sim as escolhas de nós, pais, professores, assessores, coordenadores, diretores do que consideramos melhor pra vocês, como se vocês mesmos fossem apenas coadujuvantes de suas próprias vidas. Não tenho experiência suficiente para essa afirmação, mas vou concluir ousando afirmar que a percepção de realidade na qual se baseia a pedagogia moderna parte sempre do instrutor para o instruído, arruinando parte da proposta da educação, seja ela escolar ou não, que é a integração consigo mesmo e com a socciedade em que se vive.