quinta-feira, 31 de julho de 2014

Foto do dia


Autoria própria

"Batatinha quando nasce..."

Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei

Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

Bertolt Brecht

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Autoria André Dahmer

quarta-feira, 30 de julho de 2014

"Batatinha quando nasce..."

Na última sessão do parlamento a ordem do dia era aprovar os agradecimentos a apresentar aos juízes que decidiram proibir a publicação de relatórios policiais pela imprensa.

O presidente da casa levantou um brinde ao rei.

Um ladrão propôs um brinde à prosperidade do comércio; outro brindou os juízes.

Em seguida, o orador fez uma análise dos progressos na arte de roubar, desde a origem até nossos dias. Esse hábito, disse ele, data da antiguidade. Os honestos, bem como os ladrões,  mas sobretudo os ladrões, não devem criticar as leis que protegem a propriedade. Elas são o nosso maior apoio. Dão ao público uma falsa sensação de segurança e nos proporcionam os meios de atuar em nossa profissão: o roubo.

Nosso único capital é a astúcia, e quem não a tiver deverá ser punido. Hoje, segundo os textos das leis, dispomos de mil maneiras de escapar. Bendito seja o legislador que declarou que antes de nos castigar, era necessário que se provasse o delito. Presenteou-nos com uma verdadeira guarda de honra!

Honoré de Balzac

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Autoria Daniel MT
Fonte: http://blog.drpepper.com.br/

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Midiofobia - 40 Bruce Lee Quotes That Will Change Your Life

Fonte: http://all-that-is-interesting.com/bruce-lee-quotes#1
Data: 22 de julho de 2014

Fonte: http://bestgamewallpapers.com/super-street-fighter-iv/feilong

Vale a pena acessar de ver em quando o site All Thats Interesting, realmente faz justiça ao que se propõe. Eventualmente é possível encontrar postagens bastante interessantes como essas citações de Bruce Lee, também conehcido por gerações mais novas como Fei Long do Street Fighter...

"Batatinha quando nasce..."

O anarquista que há em mim se junta com o ingênuo que há em você e propõe: "vamos fazer uma República Utópica?".
O princípio da realidade passa com a sirene aberta, pára e nos autua em flagrante.

Alex Polari

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Citações

Às vezes me perguntam como eu, escritor e roteirista, reajo ao poder das novas tecnologias que transformaram o mundo da palavra escrita. Eu me divirto inventando uma história que em meados do século XIX alguém pergunta a Gustave Flaubert, grande escritor, se a substituição das canetas com pena de ganso, pelas canetas com pena de metal mudou a literatura francesa. E faço Flaubert responder: acho que não, mas mudou a vida dos gansos

Jean-Claude Carrière

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Fonte: http://hrvb.tumblr.com/
Autoria HRVB

Foto do dia


Autoria própria

quarta-feira, 23 de julho de 2014

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Fonte: http://www.hypeness.com.br/2014/01/cartunista-retrata-as-piores-coisas-do-mundo-em-ilustracoes-sensacionais/
Autoria MANA NEYESTANI

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Autoria própria

terça-feira, 22 de julho de 2014

"Batatinha quando nasce..."

Carta ao Magro

Caro Sócrates

Aqui na terra estão gritando que “não vai ter copa”. Confesso que meu entusiasmo é maior com as manifestações que com o megaevento de junho deste ano. Nalgumas imagens das manifestações de junho de 2013, intuí sua presença, de braço erguido, entre os manifestantes. Escrevo para dizer que a coisa aqui está whitebloc e noutra noite sonhei conversando com você sobre a morte:

H: Caro Sócrates, é prazer em conhecê-lo pessoalmente. Como vê, estamos com pouca chuva, muitos apagões, pouco samba, pouco choro e rock’n’ roll.

S: É… tô sabendo. Por aqui, o velho Pedro foi dar um ‘rolezinho’ e empacou as chuvas.

H: Como está a morte?

S: Morte? Não entendi.

H: Desculpe. Você não quer falar sobre isso…

S: Podemos falar…

H: Tudo bem, todos temos medo da morte.

S: Eu não tenho medo da morte. Tenho medo é de morrer.

H: Como assim? Não é a mesma coisa?

S: A morte não é um problema filosófico pra mim.

H: E é o que?

S: É a vida vivida que faz sentido. Ou cria ou retira sentido. A morte é parte desse sentido na medida em que não faz sentido algum, porque levantamos todos os dias para viver.

H: A morte é uma ilusão, então?

S: Não. Ela só não cria sentido… quem cria sentido é o viver. O viver é o vivido

H: Não entendi. E esse nosso diálogo póstumo?

S: Você não o está vivendo? Então, não é um papo post-mortem.

H: Entendi. No entanto, você diz que tem medo de morrer. Faz sentido? Como?

S: Faz… o medo de morrer vem naquela hora em que você encontra a pessoa amada. Olha fixamente para ela, desfruta de toda sua beleza e teme perde-la de vista. A vida é feita desses sentidos plenamente vividos. Nessa hora, meu caro, ninguém quer morrer. O gostoso encontro da amizade com as pessoas e o gosto saboroso das coisas é o viver entendido como o vivido. Claro que não somos apenas bon vivant. Só estou falando do que faz ou cria sentido, se não o Trajano não estaria procurando Mônica até hoje! Ele é mestre do viver…

H: É… mas quando a morte se aproxima o que fazer?

S: Eu argumento. Lembra-se daquele filme do Ingmar Bergman, “O Sétimo Selo”, quando o cara joga xadrez com a morte? Pois é, deixe que ela goste do jogo. Que assista ao clássico Barcelona X Real Madrid ou que veja o Bayern, de Guardiola, jogar, mas argumente. Vá levando de teimoso e de pirraça…

H: Tudo bem, mas se não der para segurar o rojão, que dispara na sua direção e nos pega desprevenidos no meio da rua?

S: Aí a sombra da morte vai devorar seus sentidos, mas, repito, do viver vale o vivido. Todos nós temos direito ao último suspiro. Precisamos respirar bem fundo para sorver o último bocadinho de vida. Com o peito cheio de saudades, assopramos diretamente para a alma dos viventes e aí termina, meu caro. No meu caso, o suspiro foi de “calcanha”… tive tempo de me despedir de todos e trabalhar mais um pouquinho. A morte até hoje se sente vendida nesse lance. Logo em seguida, percebeu o xeque-mate e me traiu… ganhei o argumento: apesar de você, a vida continua…

H: Quem vai ganhar a Copa?

S: Espero que seja o futebol. Pode não ter copa, mas futebol não pode faltar. O megaevento, como a morte, ceifou a memória do Maraca e violou direitos da população mais vulnerável, eu sei, mas as manifestações são o vivido. Não podemos nos acomodar ao conforto das novas ‘arenas’ enquanto milhares de geraldinos ficam à margem ou somem feito o Amarildo. Esse é um momento importante para o reencontro com o país… tá, vendo? Continuo a argumentar. Lembre-se: a morte se distrai, mas não ela desiste. Não se engane, engane-a.

H: Abraço e obrigado pelo encontro, pelo sabor das coisas ditas.

S: Aproveito para mandar lembranças para os seus…

H: Viu que o seu Corinthians venceu ontem finalmente?

S: Ufa!

Fonte: http://blogdojuca.uol.com.br/2014/02/57323/
Autor Humberto Miranda

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Fonte: http://mathewborrett.squarespace.com/drawings/
Autoria MATHEW BORRETT

Citações

A lógica, assim como o whisky, perde seus efeitos benéficos quando em grandes quantidades.

Lord Dousany

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Autoria própria

segunda-feira, 21 de julho de 2014

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Fonte: http://mrdheo.com/
Autoria MR DHEO

"Batatinha quando nasce..."

Deus fez tudo a partir do nada. Às vezes, o nada ainda aparece no meio do que ele fez.

Paul Valéry

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Citações

Eu gosto do meu whisky velho e minhas mulheres jovens.

Errol Flynn

Foto do dia

Autoria própria

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Midiofobia - Vexame suscita debate para que o futebol brasileiro recupere a identidade perdida

Fonte: http://oglobo.globo.com/esportes/copa-2014/vexame-suscita-debate-para-que-futebol-brasileiro-recupere-identidade-perdida-13188642
Data: 9 de julho de 2014

Talvez um pouco cedo para conclusões, mas vale a pena ler o ponto de vista de Pedro Motta Gueiros sobre a catástrofe, Brasil 1 X 7 Alemanha, no Mineirão pelas quartas de final da Copa de 2014. Entre os diversos argumentos de Gueiros, vale a pena dar atenção à 1 - a reforma do Maracanã como símbolo da perda de identidade do futebol nacional, 2 - a administração duvidosa da CBF e, 3 - a mercantilização dos talentos brasileiros.

Talvez seja muito pragmático afirmar isso, mas o futebol tem se tornado cade vez mais uma indústria de entretenimento e cada vez menos um traço cultural, e com isso, se tornado menos interessante...

Citações

Whisky é o brilho do sol em estado líquido

George Bernard Shaw

"Batatinha quando nasce..."

Ausência

Por muito tempo achei que ausência é falta
E lastimava, ignorante, a falta..
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
Ausência é um estar em mim.
E sinto-a tão pegada, aconchegada nos meus braços
Que rio e danço e invento exclamações alegres.
Porque a ausência, esta ausência assimilada,
Ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade – Com o pensamento em Ana Cristina

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Autoria Nani
Fonte: http://www.nanihumor.com/

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Autoria própria

terça-feira, 15 de julho de 2014

Midiofobia - Muito instagram, pouco ataque. Seleção posta 4 vezes mais do que finaliza

Fonte: http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2014/07/13/muito-instagram-pouco-ataque-selecao-posta-4-vezes-mais-do-que-finaliza.htm
Data: 13 de julho de2014

Pra não dizer que não vencemos em algo nessa Copa do Mundo no Brasil..

Citações

Muito de uma coisa só não é bom, mas muito whisky não é o suficiente

Mark Twain

"Batatinha quando nasce..."

Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode Dizer-te.
A resposta Está além dos deuses.
Mas serenamente Imita o Olimpo No teu coração.
Os deuses são deuses Porque não pensam.

Ricardo Reis

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Autoria Fernando Balão
Fonte: http://blogs.estadao.com.br/edu-e-balao/amor/

Foto do dia


Autoria própria

domingo, 13 de julho de 2014

Foto do dia


Autoria própria

"Batatinha quando nasce..."

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.

Fernando Teixeira de Andrade

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Autoria Allan Sieber
Fonte: http://allansieber.blogosfera.uol.com.br/

Midiofobia - sobre a Copa do Mundo no Brasil... e nos EUA

Reconheço que tenho lido bastante, mas compartilhado poucas reportagens interessantes sobre a Copa do Mundo no Brasil.

Ontem conversei com um grande amigo estadunidense, e alguns artigos me chamaram bastante a atenção sobre o impacto dessa que já está sendo chamada da Copa mais emocionante de todos os tempos, sobre a cultura de nossos vizinhos yankees.

Fonte: http://www.theatlantic.com/entertainment/archive/2014/06/ann-coulter-is-right-to-fear-the-world-cup/373680/
Data: 30 de junho de 2014

Fonte: http://www.theparisreview.org/blog/2014/07/02/hooray-for-losers/
Data: 2 de julho de 2014

Acho que vale a pena ler a opinião do psicanalista Contardo Calligaris sobre a relação do esporte com a tecnologia e, por que não, nossa concepção de justiça. Aliás, ainda discutindo a aplicabilidade da tecnologia sobre diversos outros aspectos da vida, um dos filmes mais injustiçados desse ano é Transcendence: A Revolução (ver ficha técnica aqui) com Johnny Depp e Rebecca Hall, especial destaque para a fotografia do diretor Wally Pfister e o excepcional roteiro de Jack Paglen.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2014/06/1472462-jogar-sem-a-mamae.shtml
Data: 19 de julho de 2014

sexta-feira, 11 de julho de 2014

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Autoria própria

Midiofobia - Andrício na Copa

Fonte: http://www.andricionacopa.blogspot.com.br/

Cansado das mesmas opiniões de sempre sobre a Copa do Mundo no Brasil? Leia o blog do Andrício!

Citações

Eu dou esmola a bêbado, me benzo na porta de igreja, eu me emociono com beijo de novela e morro de inveja das coxas da Madonna. Eu acredito em fidelidade conjugal, tesão sem prazo de validade e milagre de santo expedito. Eu acredito que dinheiro não traz felicidade, o importante é competir, o fracasso é pedagógico, beleza não põe a mesa, dias melhores virão e o que passou, passou. Tem pílula que emagrece dormindo, creme que tira ruga na primeira passada, arte e democracia emanam do povo e em seu nome são exercidas. Muito em breve não haverá mais um só analfabeto em todo o território nacional, não haverá uma só menina vendendo o corpo pra comprar cocada, um só recém-nascido morto em berçário ou casebre, um único velho maltratado, não haverá tortura nas delegacias, na delegacia tortura será coisa dos anais da história, acredito no fim da miséria, da arrogância e do desprezo. Que fechando os olhos eu acredito que a dor passa, o telefone toca e o amor chega. E todos os homens que batem em mulher serão ridicularizados em público e terão seus nomes publicados em dossiês municipais e até bairro a bairro, em caso de megametrópole é assim que vai ser. Acredito no que me ensinaram a acreditar e no que me desensinaram também. No que foi prometido e no que não foi. No que se cumpriu e no que ficou na intenção ou nem isso. Eu acredito no que quero, quando quero e só se quero. Porque cínica ou crédula no meu coração mando eu. E mais do que tudo acredito no que me ensinou o maestro Mignone no primeiro dia de aula de canto orfeônico: se a gente canta o hino nacional com a mão no coração, a pátria mãe será sempre gentil e jamais nos deixará ao desamparo.

Consuelo de Castro Lopes

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"Batatinha quando nasce..."

Num meio-dia de fim de primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Eu vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E rir de modo a ouvir-se de longe.

Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De sua segunda pessoa da Trindade.
No céu era tudo falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
No céu ele tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque não era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.

Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!

Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o sol
E desceu pelo primeiro raio que apanhou.

Hoje ele vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pela estradas
com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.

A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.

Depois cansado, o menino Jesus adormece nos meus braços.
Levo-o ao colo para  de casa
Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural,
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.

Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos os dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.

Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens
E ele sorri, porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, da violência e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos-mares.
Porque ele sabe que a tudo isso falta àquela verdade
Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do sol
A variar os montes e os vales,
E a fazer doer nos olhos os muros caiados.

Depois ele adormece e eu deito-o.
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo-o lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.

Ele adormece dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos.
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate as palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.
   
Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.
Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam?

Alberto Caeiro

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Autoria Angeli

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Midiofobia - Revista Bula

Fonte: http://www.revistabula.com/1557-40-frases-impagaveis-barao-de-itarare/

Particularmente, não considero todas os artigos incríveis, mas algumas vezes existe algo de extremamente interessante na Revista Bula que vale a pena segui-la no Facebook ou visitar o site regularmente.

A última foram frases do Barão de Itararé, nosso GRoucho Marx tupiniquim, como:

O que se leva desta vida é a vida que a gente leva.

Dizes-me com quem andas e eu te direi se vou contigo.

O banco é uma instituição que empresta dinheiro à gente se a gente apresentar provas suficientes de que não precisa de dinheiro.

Viva cada dia como se fosse o último. Um dia você acerta…

O voto deve ser rigorosamente secreto. Só assim, afinal, o eleitor não terá vergonha de votar no seu candidato.

E a minha favorita:

O fígado faz muito mal à bebida.

"Batatinha quando nasce..."

Todo o meu esforço canalizo eu para a vida. Não para o equilíbrio, não para as certezas. Eu sigo suportando nas costas todo o peso da desesperança, pois que a esperança, ah! A esperança, é ridículo, dramático, que a humanidade ainda precise dela.

Esperança em quê? Em remédios que curem?... Em poemas que se dão de mão em mão? E as  cartas sem resposta? E os becos sem saída? E a nova hipocrisia?

E o deus-dinheiro que nos espreita a cada esquina?... E a áfrica? E a américa latina?...

E todas essas universidades e tantos analfabetos?...

Toda gente sabe a extensão da verdade: surpreendendo a paisagem esfomeada, o gatilho já não precisa do dedo de ninguém.

José Luis Peixoto

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Autoria Mones Mugre Krew
Fonte: https://www.flickr.com/photos/monesmugrekrew

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Midiofobia - Pink Floyd confirma lançamento de novo álbum em outubro

Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/musica/pink-floyd-confirma-lancamento-de-novo-album-em-outubro-13154427
Data: 6 de julho de 2014

Segunda melhor notícia do dia! "The Division Bell" tem sido a trilha sonora das férias...

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Autoria própria

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Fonte: http://www.pappas-parks.com/
Autoria Katherine Pappas-Parks

"Batatinha quando nasce..."

A arte, meus amigos, não é um espelho do mundo. É, sim, uma ferramenta para consertá-lo

Vladimir Maiakovski

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Citações

O whisky é o melhor amigo do homem. É o cachorro engarrafado.

Vinícius de Moraes