quinta-feira, 24 de junho de 2010

"Noventa milhões em ação..." - boicote à Rede Globo

Imagino que existam muitos empregos com os quais seja difícil conviver. O canal Discovery Channel exibe um programa apresentado por Mike Rowe chamado "Dirty Work" ("Trabalho Sujo") no qual a cada episódio, Rowe torna-se aprendiz nos empregos considerados, segundo o site da Discovery Channel, "inusitados e absolutamente vitais", afinal, "quantos de nós temos a oportunidade de limpar excrementos tóxicos de aves, mergulhar em águas infestadas da jacarés ou ajudar na inseminação artificial de um cavalo?".

Sob o marketing politicamente correto, entendo que o objetivo do programa seja atingir maior audiência, levando a público, com comicidade, situações profissionais que podem ser extremamente perigosas e degradantes para aqueles que muitas vezes necessitam vender não apenas sua força de trabalho, mas também sua dignidade para se manter financeiramente.

Considerando a situação que o técnico da seleção brasileira vive nessa Copa do Mundo de Futebol Masculino, seria interessante que Rowe gravasse um dos episódios junto a Dunga.

Apesar de não o ter incluído na minha primeira postagem no início da Copa, talvez exatamente por considerá-lo um dos maiores comentaristas do esporte brasileiro, sobre Dunga, compartilho a mesma opinião de Juca Kfouri: "O que penso sobre Dunga é público e notório: tem um belíssimo trabalho à frente da Seleção Brasileira no que diz respeito aos resultados obtidos e está longe de pensar o futebol dos meus sonhos" (http://blogdojuca.uol.com.br/2010/06/dunga-x-globo/). Mesmo vivendo numa sociedade global neo-liberal em que nada mais é sagrado, os poderosos conglomerados empresariais de comunicação como a Rede Globo de Roberto Marinho enquanto instrumento de poder, enquanto quarto poder, tem se prestado a interesses que se distanciam muito da concessão de serviços públicos às quais foram designadas, violando a pluridade sob a qual se assentam a inteligência do homem e a democracia do Estado.

Assim, se vivemos numa sociedade democrática, exerça sua condição de cidadão, pense e opte. Não se entregue à seleção brasileira, não se entregue a Kaká, Dunga ou Luís Fabiano, afinal, que motivos existem para esse nacionalismo de quatro em quatro anos senão um sentimento de pertencer a "um país de todos" que nos vendem na propaganda como nosso?


Vocês vão ter que me engolir!

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