Desde que me lembro... Desde que me lembro, quando aprendi a escrever, sempre gostei de dispender algum tempo em frente ao papel e o lápis procurando algum sentido para as palavras que deslizavam por meus braços vindas de minha cabeça diretamente para minhas mãos as desenharem na folha em branco.
Assim as palavras passaram a fazer parte não apenas do meu cotidiano, ocupando desde as intermináveis tardes vermelhas após as aulas preguiçosas até as noites sombreadas pelo espectro lunar fantasmagórico curtas demais para caber meu sentimento, mas também da minha forma de compreender o mundo... Durante muito tempo não compreendia o mundo sem a escrita, e ainda não o compreendo, mas as letras sempre foram minhas confidentes quando nada mais parecia fazer sentido...
Porém, em algum momento isso se perdeu... Não sei como ou quando... Como quando u era criança e deixei um grande segredo escondido dentro em velho ferro e passar da minha avó que minha mãe mantinha na sala como decoração, onde ninguém jamais olhava e quando e ao encontrar esse grande segredo muitos anos depois ele já não faz sentido nenhum... Ainda procuro compreender essa tranformação e enquanto faço isso meu tempo se esvai novamente como quando as letras me eram completas desconhecidas...
Sempre escrevi em pequenos cadernos, pois poderia levá-los a qualquer lugar, essa companhia me fazia bem, mas mesmo essas cadernetas não me tem satisfeito e acabo deitando muitas palavras em teclas padronizadas de teclados de máquinas sem sentimento... Mas que me trazem algum conforto...
Esse espaço que denominei caderneta é uma experimentação para resgatar um pouco dessa intimidade perdida com as letras, como se estivesse a trair as palavras que antes me foram tão caras em páginas de cadernetas...
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