quarta-feira, 29 de junho de 2011

Citações - nome do blog?

Achei muito interessante uma das frases do filme "A Caixa" (2009) de Richard Kelly, até porque tem a ver com o título deste blog, Caixa com Pedra (nunca expliquei esse nome eu acho...). Aliás esse é um filme muito original que, apesar de se perder na sua metade final, propõe uma reflexão interessante: você apertaria o botão de uma caixa para ganhar um milhão de dólares sendo que, logo após apertar o botão uma pessoa desconhecida morreria em algum lugar do mundo?


Fonte: http://www.moviewallpaper.net/w/Frank_Langella_in_The_Box_Wallpaper_2_1024.html

Martin Teague: Sir? If you don't mind my asking... why a box?
Arlington Steward: Your home is a box. Your car is a box on wheels. You drive to work in it. You drive home in it. You sit in your home, staring into a box. It erodes your soul, while the box that is your body inevitably withers... then dies. Where upon it is placed in the ultimate box, to slowly decompose.
Martin Teague: It's quite depressing, if you think of it that way.
Arlington Steward: Don't think of it that way... think of it as a temporary state of being.

Fonte: http://www.imdb.com/title/tt0362478/quotes

Traduzindo livremente:

Martin Teague: Senhor? Se não se importar com a pergunta... por que uma caixa?
Arlington Steward: Sua casa é uma caixa. Seu carro é uma caixa com rodas. Você o dirige para trabalhar. Você o dirige até sua casa. Você se senta na sua casa, olhado para uma caixa. Ela corrói sua alma, enquanto a caixa que é o seu corpo inevitavelmente seca.. E então morre. Ele então é colocado na última das caixas, para então decompor lentamente.
Martin Teague: É bastante depressivo, se você pensar nisso dessa maneira.
Arlington Steward: Não pense nisso dessa maneira... Pense nisso como um estado temporário de ser.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Citações

"O mundo não é o que existe, mas o que acontece"

Dito de Tizangara, Mia Couto em "O Voo do Flamingo"

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Midiofobia - Liberada, Marcha da Maconha deve começar no sábado

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,liberada-marcha-da-maconha-deve-comecar-no-sabado,733125,0.htm
Data: 16 de junho de 2011

Adoraria comentar sobre o assunto em sala de aula, mas a escola em que leciono, e pelo que ouço de conversas em rodas de colegas professores o mesmo acontece em outras escolas, está muito preocupada em formar alunos conteudistas, relegando a segundo plano o aspecto humanístico da educação. Em poucas palavras, tocar no assunto "Marcha da Maconha" em sala de aula é tocar em um tema polêmico que a escola prefere, na maior parte das vezes, evitar preservando-se idônea diante das famílias.

Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Protests_Madrid_2004_2.jpg
Legenda: Marcha da Maconha em Madrid, 2004

Talvez a escola se preocupe com o tema caso este seja tema de redação de vestibulares de universidades públicas, mas a reflexão pode ser redirecionada mesmo ao se refletir sobre a formação do Estado Moderno enquanto se discute Revolução Francesa, e foi precisamente isso que me chamou atenção na reportagem veiculada hoje pelo jornal Estado de São Paulo.

Como eu poderia abordar essa decisão unânime do STF em sala de aula: o que é mais importante: garantir a liberdade de expressão conforme consta na carta constitucional do país (na realidade o termo liberdade de expressão inexiste na Constituição Brasileira de 1988, temos no Artigo 5 parágrafo IV: "é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;") ou proibir a divulgação de ideias que defendem o consumo, quando este for descriminalizadoa, da droga conhecida como Cannabis sativa?

Juristas podem argumentar que a Constituição do país está acima de qualquer pessoa ou lei e por isso não pode ser violada sob nenhuma hipótese. Isso equivale a dizer que o conjunto de princípios básicos que norteiam toda uma nação, interpretados livremente por pré-socráticos sofistas vestindo Armani em pleno século XXI, podem tornar legal uma manifestação que defenda algo ilegal.

Segundo o jornal Estado de São Paulo, em outra reportagem (http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110616/not_imp733001,0.php): "os ministros deixaram claro que as manifestações não podem servir para atos de violência ou discriminatórios ou para o consumo de drogas. Luiz Fux acrescentou que participantes devem sempre informar autoridades com antecedência sobre a marcha e não poderão incentivar o consumo da maconha", porém, uma passeata a favor da "discriminalização da maconha", significa, literalmente, uma passeata a favor de "não tratar como crime ou como criminoso"(discriminalizar) a maconha: a passeata pretende defender a discriminalização da planta
Cannabis sativa para cultivo doméstico com o objetivo de consumir a erva, estimulando assim o consumo, e consequenteme se opondo diametralmente à posição do STF.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Bob-Marley.jpg
Autoria Eddie Mallin
Legenda: Bob Marley em show nos anos 80


Para mim é extremamente incômodo o argumento do STF, pois
o Estado renuncia à posição de órgão responsável por regular as relações entre os homens em detrimento da garantia do exercício da liberdade individual, sendo que estudos médicos comprovam que essa liberdade resulta em danos cerebrais permanentes, como ocorre com outras drogas lícitas como o álcool e a nicotina. Não leio mais as colunas do Felipe Pondé na Folha de São Paulo, pois agora assino outro jornal, não gosto de suas opiniões, mas me trazem reflexões interessantes: se o Estado não deve mais ser um Estado Moderno, tido como moralista, devemos assumir que o público está pronto para lidar com as consequências do exercício de sua liberdade individual, o que incluiria por exemplo, tratamentos médicos particulares para pacientes com câncer de pulmão pelo excesso de nicotina que agora poderia ser consumida novamente em ambientes fechados?

terça-feira, 14 de junho de 2011

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Autoria própria

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Midiofobia - Comentário de policial em palestra gera protesto global da 'marcha das vagabundas'

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,comentario-de-policial-em-palestra-gera-protesto-global-da-marcha-das-vagabundas,717188,0.htm
Data: 10 de maio de 2011

Foi com surpresa que conheci a marcha de protesto conhecida como "Slutwalk": um movimento organizado por mulheres em Toronto, Canadá, após um policial declarar durante uma palestra que uma jovem canadense foi estuprada por usar roupas insinuantes, como se fosse uma vagabunda ("slut").

Achei interesante a postura que a imprensa tomou diante desse movimento, pois nenhum dos dois maiores jornais de São Paulo assumiram posturas objetivas: o Estado de São Paulo pouco noticiou o evento enquanto a Folha de São Paulo apesar de maior destaque se limitou a ouvir manifestantes. Mas afinal, qual a função de um jornal senão garantir o acesso à informação e à formação de seus leitores?

Não é simples asumir uma postura, sobretudo num tema polêmico, mas não posso deixar de refletir sobre o ocorrido, pois assim como alguns protestos de minorias, a "Slutwalk" parece perder o contato com a realidade objetiva

Primeiramente, o que o movimento contesta? Se contesta, como está escrito no site oficial, a conduta do policial canadense (e a polícia canadense como um todo caso esta não tenha se manifestado contra o comentário), de se referir à mulheres de roupas insinuantes como "sluts", concordo com uma mobilização daqueles que se vestem dessa maneira, pois generaliza como vagabunda pessoas que possuem o mesmo estilo de vestir-se. Ainda que não me agrade a maneira insinuante de muitas mulheres se vestirem, vivemos numa sociedade em que as liberdades individuais são garantidas consitucionalmente e por isso devem ser respeitadas.

Além disso, o comentário parte de um profissional que deve evitar delitos como estupros. Dessa maneira, a questão torna-se ainda mais complexa, pois a polícia que deveria servir e proteger, responsabiliza pelo delito aquele que o sofre, como se se eximisse da responsabilidade de seu próprio dever.

Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Henri_de_Toulouse-Lautrec_064.jpg
Legenda: A Toalete, de Henri de Toulouse-Lauterc, 1891

Até esse momento parece interessante a proposta do "Slutwalk", porém, a proposta tem se perdido. Como acontece com movimento sociais que crescem, como foi o movimento hippie nos anos 60 e o movimento punk nos anos 70, pessoas forjam identidades para se identificarem distorcendo as propostas. No caso da "Slutwalk", a impressão que tenho pelo que leio e ouço, é que o movimento está muito mais voltado à moda do que propriamente à defesa das liberdades individuais.

Deixando de lado a questão preconceituosa da declaração do oficial canadense e desdobrando a reflexão para um campo mais amplo, não concordo com a maneira que as muitas pessoas se vestem, sobretudo com a extravagância que nossa sociedade permite a todos, mas isso não quer dizer que devam ser estupradas por isso; como escreveu Voltaire: "Posso não concordar com o que você diz, mas defenderei até a morte seu direito de dizê-lo". Porém, me pergunto se a humanidade está pronta para lidar com toda essa liberdade que o século XXI nos proporciona, pois querendo ou não, nenhuma força policial jamais estará sufiicientemente preparada para garantir a segurança de pessoas que utilizam sua liberdade para atrair a atenção.

Não se trata de censurar qualquer tipo de manifestação ou mesmo vestimenta, mas de reconhecer que não vivemos num mundo proposto pelos ideais constitucionais de filósofos iluministas do século XVIII, e sim num mundo em que o Estado, mesmo em países desenvolvidos como o Canadá, não é capaz de garantir a segurança da população contra um abuso sexual, seja qual for o motivo que leve a isso.

Parece-me que se expor demasiadamente para exercer sua liberdade individual é deixar a cargo do Estado sua segurança, abrindo mão de sua própria responsabilidade sobre si mesmo, e nenhum país, nem pessoa, está, ou deveria estar, pronto para isso.

O preço da liberdade não é a eterna vigilância, é a eterna responsabilidade.

sábado, 4 de junho de 2011

Imagem da semana



Autoria própria

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Citações

O Felipe, personagem dentuço, amigo da Mafalda, personagem de quadrinhos criada pelo Quino, sempre foi uma inspiração, talvez porque me pareça com ele quando era criança...

“O sentido da vida… é de mão dupla?”

Felipe, amigo dentuço da Mafalda, de Quino

quarta-feira, 1 de junho de 2011

"Play it again, Sam..."

Um dos melhores intérpretes da atualidade... Essa musica é trilha sonora do filme "Gran Torino" de Clint Eastwood... Maravilhoso...

Jamie Cullum - Gran Torino

So tenderly your story is
nothing more than what you see
or what you've done or will become
standing strong do you belong
in your skin; just wondering

gentle now the tender breeze blows
whispers through my Gran Torino
whistling another tired song

engine humms and bitter dreams grow
heart locked in a Gran Torino
it beats a lonely rhythm all night long
it beats a lonely rhythm all night long
it beats a lonely rhythm all night long

[*sung by Jamie Cullum*]
Realign all the stars above my head
Warning signs travel far
I drink instead on my own Oh! how I've known
the battle scars and worn out beds

gentle now a tender breeze blows
whispers through a Gran Torino
whistling another tired song

engines humm and bitter dreams grow
heart locked in a Gran Torino
it beats a lonely rhythm all night long

these streets are old they shine
with the things I've known
and breaks through the trees
their sparkling

your world is nothing more than all the tiny things you've left behind

So tenderly your story is
nothing more than what you see
or what you've done or will become
standing strong do you belong
in your skin; just wondering

gentle now a tender breeze blows
whispers through the Gran Torino
whistling another tired song
engines humm and bitter dreams grow
a heart locked in a Gran Torino
it beats a lonely rhythm all night long

may I be so bold and stay
I need someone to hold
that shudders my skin
their sparkling

your world is nothing more than all the tiny things you've left behind

so realign all the stars above my head
warning signs travel far
i drink instead on my own oh how ive known
the battle scars and worn out beds

gentle now a tender breeze blows
whispers through the Gran Torino
whistling another tired song
engines humm and better dreams grow
heart locked in a Gran Torino
it beats a lonely rhythm all night long
it beats a lonely rhythm all night long
it beats a lonely rhythm all night long