Não pude evitar de usar a frase de Samuel Johnson no final da postagem sobre a posição do ex-presidente Lula diante das eleições da Venezuela e a posição do governo brasileiro diante da prisão dos torcedores na Bolívia.
Conheci essa frase no filme de Stanley Kubrick, "Glória Feita de Sangue" (1957), que retrata uma situação do exército francês na Primeira Guerra Mundial: um coronel (uma pequena correção que preciso fazer na última postagem) chamado Dax (interpretado por Kirk Douglas) tem dificuldades em aceitar as ordens do general Mireau (interpretado por George Macready) em tomar uma colina chamada Ant Hill do exército alemão. Mais detalhes aqui.
A frase de Dax estabelece um interessante diálogo histórico, uma vez que o patriotismo é a grande arma de ideológica dos países beligerantes durante a Grande Guerra; quem se interessar vale a pena assistir "Nada de novo no front" de 1930, baseado no livro de Erich Maria Remarque, soldado alemão que serviu durante a Primeira Guerra Mundial com 18 anos, que conta a vida de soldados alemães desde o recrutamento até o retorno da guerra. A reação do coronel é comum aos soldados voluntários depois das primeiras batalhas no front de batalha:
“De repente, uns silvos estridentes nos precipitaram ao chão, apavorados. A rajada acaba de estalar sobre nós Os homens, de joelhos, encolhidos, com a mochila sobre a cabeça e encurvando as costas, se apegavam uns aos outros. Por baixo da mochila dou uma espiada nos meus vizinhos: arquejantes, sacudidos por tremores nervosos e com a boca contraída numa contração terrível, batiam os dentes e, com a cabeça abaixada, tem o aspecto de condenados oferecendo a cabeça aos carrascos. Esta espera da morte é terrível. O cabo, que havia perdido seu capacete, me diz: rapaz, se soubesse que isso era a guerra e que vai ser assim todos os dias, prefiro que me matem logo. (…) Na sua alegre inconsciência, a maioria dos meus camaradas não havia jamais refletido sobre os horrores da guerra e não viam a batalha senão pelas cores patrióticas: desde nossa saída de Paris, o Boletim do Exército nos conservava na inocente ilusão da guerra ser um passeio e todos acreditavam na história dos boches se renderem aos magotes. (…) A explosão daquele instante, sacudiu nosso sistema nervoso, que não esperava por isso, e nos fez compreender que a luta que começava seria uma prova terrível. Escute meu tenente, parece que se defendem estes porcos!”
Diário do ten. Galtier-Boissière, na frente ocidental em 22 de agosto de 1914.
Fonte: http://blog.educacional.com.br/jovensavent/2010/03/15/missao-1-relatos-da-primeira-guerra-mundial/
Mas a frase é de Samuel Johnson, pesquisando basicamente no segundo oráculo mais importante da web, escritor, poeta, ensaísta e um talento que não pode ser retido por cargos profissionais como fazemos hoje, inglês do século XVIII. Vivendo numa Grã Bretanha pré-vitoriana que perdeu o controle sobre suas colônias americanas sob George III, mas que se consolidava como potência marítima e iniciava a maior revolução da história da humanidade, a Revolução Industrial, Johnson deve ter se deparado com a construção do império britânico sob o domínio da rainha Vitória no século seguinte, e, juntamente com os sofrimentos atrozes de sua saúde frágil no final da vida previu as políticas ideológicas gestadas ao longo do século XIX e foram aplicadas em esccala industrial no século XX.
Nada mais natural do que a continuidade da aplicação desse mesmo aparato ideológico sob nova roupagem na América Latina e Brasil alçada no século XXI a "economias emergentes" a invés de "Terceiro Mundo" como a geograifapolítica dos anos 90 nos definia.
"O patriotismo é o último refúgio dos calhordas"
Samuel Johnson/Coronel Dax
Conheci essa frase no filme de Stanley Kubrick, "Glória Feita de Sangue" (1957), que retrata uma situação do exército francês na Primeira Guerra Mundial: um coronel (uma pequena correção que preciso fazer na última postagem) chamado Dax (interpretado por Kirk Douglas) tem dificuldades em aceitar as ordens do general Mireau (interpretado por George Macready) em tomar uma colina chamada Ant Hill do exército alemão. Mais detalhes aqui.
A frase de Dax estabelece um interessante diálogo histórico, uma vez que o patriotismo é a grande arma de ideológica dos países beligerantes durante a Grande Guerra; quem se interessar vale a pena assistir "Nada de novo no front" de 1930, baseado no livro de Erich Maria Remarque, soldado alemão que serviu durante a Primeira Guerra Mundial com 18 anos, que conta a vida de soldados alemães desde o recrutamento até o retorno da guerra. A reação do coronel é comum aos soldados voluntários depois das primeiras batalhas no front de batalha:
“De repente, uns silvos estridentes nos precipitaram ao chão, apavorados. A rajada acaba de estalar sobre nós Os homens, de joelhos, encolhidos, com a mochila sobre a cabeça e encurvando as costas, se apegavam uns aos outros. Por baixo da mochila dou uma espiada nos meus vizinhos: arquejantes, sacudidos por tremores nervosos e com a boca contraída numa contração terrível, batiam os dentes e, com a cabeça abaixada, tem o aspecto de condenados oferecendo a cabeça aos carrascos. Esta espera da morte é terrível. O cabo, que havia perdido seu capacete, me diz: rapaz, se soubesse que isso era a guerra e que vai ser assim todos os dias, prefiro que me matem logo. (…) Na sua alegre inconsciência, a maioria dos meus camaradas não havia jamais refletido sobre os horrores da guerra e não viam a batalha senão pelas cores patrióticas: desde nossa saída de Paris, o Boletim do Exército nos conservava na inocente ilusão da guerra ser um passeio e todos acreditavam na história dos boches se renderem aos magotes. (…) A explosão daquele instante, sacudiu nosso sistema nervoso, que não esperava por isso, e nos fez compreender que a luta que começava seria uma prova terrível. Escute meu tenente, parece que se defendem estes porcos!”
Diário do ten. Galtier-Boissière, na frente ocidental em 22 de agosto de 1914.
Fonte: http://blog.educacional.com.br/jovensavent/2010/03/15/missao-1-relatos-da-primeira-guerra-mundial/
Mas a frase é de Samuel Johnson, pesquisando basicamente no segundo oráculo mais importante da web, escritor, poeta, ensaísta e um talento que não pode ser retido por cargos profissionais como fazemos hoje, inglês do século XVIII. Vivendo numa Grã Bretanha pré-vitoriana que perdeu o controle sobre suas colônias americanas sob George III, mas que se consolidava como potência marítima e iniciava a maior revolução da história da humanidade, a Revolução Industrial, Johnson deve ter se deparado com a construção do império britânico sob o domínio da rainha Vitória no século seguinte, e, juntamente com os sofrimentos atrozes de sua saúde frágil no final da vida previu as políticas ideológicas gestadas ao longo do século XIX e foram aplicadas em esccala industrial no século XX.
Nada mais natural do que a continuidade da aplicação desse mesmo aparato ideológico sob nova roupagem na América Latina e Brasil alçada no século XXI a "economias emergentes" a invés de "Terceiro Mundo" como a geograifapolítica dos anos 90 nos definia.
"O patriotismo é o último refúgio dos calhordas"
Samuel Johnson/Coronel Dax

Nenhum comentário:
Postar um comentário