Ficha técnica: http://www.imdb.com/title/tt2024544/
Fonte: http://www.impawards.com/2013/twelve_years_a_slave.html
Tentando remar contra a correnteza midiática do feriado de carnaval do qual nem mesmo jornais conceituados como o Jornal da Cultura conseguem escapar, fui assistir ao ganhador do Oscar de 2014, "12 anos de escravidão". Supondo que a procura por ingressos estivesse grande, devido ao prêmio de ontem (meus planos eram assistir ao filme mesmo sem o Oscar), procurei as primeiras sessões da tarde, até porque poucos cinemas de rua ainda tem o filme em cartaz.
Um deles é o Playarte Bristol que ainda não vende ingressos com lugares reservados, assim uma fila se formou 30 minutos antes da abertura da sala, forçando idosos a permanecerem de pé e, ainda assim, devido à grande procura por ingressos, que se sentassem nas primeira fileiras numa postura ergonomicamente incorreta.
Há algum tempo não tenho escrito de forma autoral no blog. Acredito que esteja passando por um momento da minha vida de muita reflexão (um álbum reconfortante nas últimas semanas tem sido "Dream a Little Dream of Me" (1968) da ex-integrante, e seguramente mais talentosa, dos Mamas and the Papas, Cass Elliot), porém apesar disso, acredito ter assistido aos dois mais fortes concorrentes ao Oscar de melhor filme: "12 anos de Escravidão" e "O Lobo de Wall Street".
Ontem ao chegar em casa e ver "Gravidade" (ainda não assistido) ganhando todos os prêmios da Academia enquanto escovava os dentes, pensei que o drama da bolsa filmado por Martin Scorsese seria o grande injustiçado. Após assistir ao filme de Steve McQueen percebi que estava parcialmente errado. Explico.
Inspirado no livro homônimo, "12 anos de escravidão" ("12 Years a Slave" para baixar o audiobook do livro em inglês clique aqui!) escrito por Solomon Northup em 1853, conta a trajetória do autor, um negro livre no norte dos Estados Unidos da América que, seduzido por uma promessa de trabalho, é preso e revendido como escravo fugitivo para latifundiários produtores de cana-de açúcar e algodão no sul do país em 1841. Pela importância da discussão histórica, o longa sobre a escravidão já mereceria o prêmio de melhor filme do ano, sobretudo pelas polêmicas discussões sobre a impunidade dos financistas de Wall Street como Jordan Belfort nesse momento que a economia estadunidense parece se recuperar do golpe de 2008.
Contudo, é injusto que o trabalho da dupla Scoreses-Di Caprio não receba o reconhecimento devido, sobretudo o segundo, que tem atuado muito bem nos últimos anos como Jay Gatsby em "O Grande Gatsby" (2013), Calvin Candie em "Django Livre" (2012) e Cobb em "A Origem" (2010) e já coleciona cinco indicações ao Oscar de melhor ator.
Fonte: http://www.contabilidade-financeira.com/2011/02/rir-e-o-melhor-remedio_19.html
Legenda: mesmo a animação infantil "Meu Malvado Favorito" (2010) de culpa faz uma críticas ao sistema econômico financeiro dos EUA quando ao entrar no chamado Bank of Evil (Banco do Mal) abaixo lê-se "formerly Lehman Brothers Bank" ("antigo banco Lehman Brothers").
Apesar do domínio de "Gravidade" nos prêmios técnicos, duas dois aspectos técnicos me chamaram a atenção: primeira, a trilha sonora de "12 Anos de Escravidão" é maravilhosa (Hans Zimmer), sobretudo por resgatar as raízes da música negra estadunidense (veja a trilha sonora aqui!) cantada nas plantações por escravos. Segundo: a fotografia (Sean Bobbitt), que repetiu-se demais e poderia, talvez, estabelecer um diálogo com a fotografia de "E o Vento Levou...".
Fonte: http://www.impawards.com/2013/twelve_years_a_slave.html
Tentando remar contra a correnteza midiática do feriado de carnaval do qual nem mesmo jornais conceituados como o Jornal da Cultura conseguem escapar, fui assistir ao ganhador do Oscar de 2014, "12 anos de escravidão". Supondo que a procura por ingressos estivesse grande, devido ao prêmio de ontem (meus planos eram assistir ao filme mesmo sem o Oscar), procurei as primeiras sessões da tarde, até porque poucos cinemas de rua ainda tem o filme em cartaz.
Um deles é o Playarte Bristol que ainda não vende ingressos com lugares reservados, assim uma fila se formou 30 minutos antes da abertura da sala, forçando idosos a permanecerem de pé e, ainda assim, devido à grande procura por ingressos, que se sentassem nas primeira fileiras numa postura ergonomicamente incorreta.
Há algum tempo não tenho escrito de forma autoral no blog. Acredito que esteja passando por um momento da minha vida de muita reflexão (um álbum reconfortante nas últimas semanas tem sido "Dream a Little Dream of Me" (1968) da ex-integrante, e seguramente mais talentosa, dos Mamas and the Papas, Cass Elliot), porém apesar disso, acredito ter assistido aos dois mais fortes concorrentes ao Oscar de melhor filme: "12 anos de Escravidão" e "O Lobo de Wall Street".
Ontem ao chegar em casa e ver "Gravidade" (ainda não assistido) ganhando todos os prêmios da Academia enquanto escovava os dentes, pensei que o drama da bolsa filmado por Martin Scorsese seria o grande injustiçado. Após assistir ao filme de Steve McQueen percebi que estava parcialmente errado. Explico.
Inspirado no livro homônimo, "12 anos de escravidão" ("12 Years a Slave" para baixar o audiobook do livro em inglês clique aqui!) escrito por Solomon Northup em 1853, conta a trajetória do autor, um negro livre no norte dos Estados Unidos da América que, seduzido por uma promessa de trabalho, é preso e revendido como escravo fugitivo para latifundiários produtores de cana-de açúcar e algodão no sul do país em 1841. Pela importância da discussão histórica, o longa sobre a escravidão já mereceria o prêmio de melhor filme do ano, sobretudo pelas polêmicas discussões sobre a impunidade dos financistas de Wall Street como Jordan Belfort nesse momento que a economia estadunidense parece se recuperar do golpe de 2008.
Contudo, é injusto que o trabalho da dupla Scoreses-Di Caprio não receba o reconhecimento devido, sobretudo o segundo, que tem atuado muito bem nos últimos anos como Jay Gatsby em "O Grande Gatsby" (2013), Calvin Candie em "Django Livre" (2012) e Cobb em "A Origem" (2010) e já coleciona cinco indicações ao Oscar de melhor ator.
Legenda: mesmo a animação infantil "Meu Malvado Favorito" (2010) de culpa faz uma críticas ao sistema econômico financeiro dos EUA quando ao entrar no chamado Bank of Evil (Banco do Mal) abaixo lê-se "formerly Lehman Brothers Bank" ("antigo banco Lehman Brothers").
Apesar do domínio de "Gravidade" nos prêmios técnicos, duas dois aspectos técnicos me chamaram a atenção: primeira, a trilha sonora de "12 Anos de Escravidão" é maravilhosa (Hans Zimmer), sobretudo por resgatar as raízes da música negra estadunidense (veja a trilha sonora aqui!) cantada nas plantações por escravos. Segundo: a fotografia (Sean Bobbitt), que repetiu-se demais e poderia, talvez, estabelecer um diálogo com a fotografia de "E o Vento Levou...".



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