Autoria Bill Waterson
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Midiofobia - Empresa tentar lidar com onda de suicídios
Fonte: Folha de São Paulo
Data: 12 de outubro de 2009
Há algumas semanas iniciei uma postagem no qual pretendia discorrer aos meus futuros ex-alunos que acredito nunca lerão esse blog, sobre a relação entre trabalho e felicidade. Não pretendo esgotar esse assunto apenas com essa postagem, até porque minha abordagem era especificamente sobre meu ambiente profissional escolar bastante específico, mas coincidentemente três artigos sobre o tema foram publicados na última semana: dois no caderno de segunda-feira do The New York Times publicado pela Folha de São Paulo, a saber, "Empresa tenta lidar com onda de suicídio" (o qual considerei o mais adequado para o título da postagem) e "Paixão pelo trabalho? Bem, em alguns momentos", e um no caderno dominical "Mais" do mesmo jornal entitulado "Admirável Mundo Novo?".
O primeiro deles expõe como a degradação das relações de trabalho tem impactado numa das maiores empresas de comunicação da Europa, a francesa, a France Telécom, que conta hoje com um quadro de 102 mil funcionários. Desde fevereiro de 2008, vinte e quatro funcionários cometeram suicídio, além de mais de uma dúzia de tentativas fracassadas. Considerando a média de suicídios no país, 17,8 por cem mil habitantes (sendo que entre os homens são 26,4 e entre as mulheres 9,2) e a taxa de desemprego, 9,8% , a França parece representar uma nova ordem nada auspiciosa das relações de trabalho para o século XXI.
Esse fenômeno de suicídios evidenciam nã apenas
enfrentar o que o sociólogo Ricardo Antunes da UNICAMP, chamou no artigo "Admirável Mundo Novo?" de herdar as condições de trabalho do século XX, como que ignorando as possibilidades que a tecnologia introduz no ambiente profissional.
Autoria reprodução
Fonte: http://newsfinance.over-blog.com
Uma das variáveis importantes para se compreender essa nova ordem nas relações de trabalho do século XXI é a introdução da tecnologia no ambiente profissional. Uma leitura bastante interessante é explorada pelo sociólogo da UNICAMP, Ricardo Antunes, no artigo "Admirável Mundo Novo?": Antunes defende que, apesar da maior produtividade obtida com a aplicação da tecnologia ao ambiente de trabalho, segundo o autor, a tecnologia nos possibilitaria trabalhar apenas três ou quatro horas por dia para produzir e viver bem, somos herdeiros das condições de trabalho do século XX.
Essa condições subexistem através de uma grande demanda de trabalho apesar da revolução tecnológica, desdobrando de maneira plástica a exploração mão-de-obra através da mais-valia e a perpetuação de uma mentalidade capitalista. A expressão utilizada no título do último livro do sociólogo da UNICAMP serve perfeitamente ao momento "Infoproletário - degradação real do trabalho virtual".
Autoria reprodução
Fonte: http://reelclassics.com/
Legenda: cena clássica do filme de ficção científica "Metrópolis" (1927) do diretor alemão Fritz Lang, no qual o filho do patrão da maior empresa da cidade de Metrópolis ajuda um operário que tomba desacordado atrás de um relógio após um extenuante turno de trabalho.
Outra variável que pode até mesmo soar estranha aos ouvidos é o que a autora do ensaio "Paixão pelo trabalho? Bem, em alguns momentos", Alina Tugend, explora qual a relação entre felicidade e trabalho. Tugend procura a opinião de especialistas como Mihaly Csikszentmihalyi, diretor do Centro de Pesquisa de Qualidade de Vida da Universidade de Graduaçao de Claremont, que defende que a concretização da felicidade profissional está estritamente ligada a necessidade da sensação de fluxo (continuidade) e essa depende da sensação de controle pessoal e equilíbrio entre demanda e capacidade profissional. Já Peter Warr, autor de "The Joy of Work? Jobs, Hapiness and You" acredita que muitos fatores são determinantes para manter a alegria no trabalho, entre eles estão a supervisão positiva, segurança no emprego, possibilidade de promoção e tratamento justo.
Talvez fosse necessário mais do que algumas postagem para discorre sobre a relação do homem com o trabalho, desde da satisfação de necessidades primárias como alimento e moradia até a necessidade de consumo de bens como auto-afirmação. Talvez não se possa utilizar a mesma palavra para duas motivações tão absolutamente distintas, trabalhar deixou de ser um fim e tornou-se apenas um meio.
Data: 12 de outubro de 2009
Há algumas semanas iniciei uma postagem no qual pretendia discorrer aos meus futuros ex-alunos que acredito nunca lerão esse blog, sobre a relação entre trabalho e felicidade. Não pretendo esgotar esse assunto apenas com essa postagem, até porque minha abordagem era especificamente sobre meu ambiente profissional escolar bastante específico, mas coincidentemente três artigos sobre o tema foram publicados na última semana: dois no caderno de segunda-feira do The New York Times publicado pela Folha de São Paulo, a saber, "Empresa tenta lidar com onda de suicídio" (o qual considerei o mais adequado para o título da postagem) e "Paixão pelo trabalho? Bem, em alguns momentos", e um no caderno dominical "Mais" do mesmo jornal entitulado "Admirável Mundo Novo?".
O primeiro deles expõe como a degradação das relações de trabalho tem impactado numa das maiores empresas de comunicação da Europa, a francesa, a France Telécom, que conta hoje com um quadro de 102 mil funcionários. Desde fevereiro de 2008, vinte e quatro funcionários cometeram suicídio, além de mais de uma dúzia de tentativas fracassadas. Considerando a média de suicídios no país, 17,8 por cem mil habitantes (sendo que entre os homens são 26,4 e entre as mulheres 9,2) e a taxa de desemprego, 9,8% , a França parece representar uma nova ordem nada auspiciosa das relações de trabalho para o século XXI.
Esse fenômeno de suicídios evidenciam nã apenas
enfrentar o que o sociólogo Ricardo Antunes da UNICAMP, chamou no artigo "Admirável Mundo Novo?" de herdar as condições de trabalho do século XX, como que ignorando as possibilidades que a tecnologia introduz no ambiente profissional.
Autoria reproduçãoFonte: http://newsfinance.over-blog.com
Uma das variáveis importantes para se compreender essa nova ordem nas relações de trabalho do século XXI é a introdução da tecnologia no ambiente profissional. Uma leitura bastante interessante é explorada pelo sociólogo da UNICAMP, Ricardo Antunes, no artigo "Admirável Mundo Novo?": Antunes defende que, apesar da maior produtividade obtida com a aplicação da tecnologia ao ambiente de trabalho, segundo o autor, a tecnologia nos possibilitaria trabalhar apenas três ou quatro horas por dia para produzir e viver bem, somos herdeiros das condições de trabalho do século XX.
Essa condições subexistem através de uma grande demanda de trabalho apesar da revolução tecnológica, desdobrando de maneira plástica a exploração mão-de-obra através da mais-valia e a perpetuação de uma mentalidade capitalista. A expressão utilizada no título do último livro do sociólogo da UNICAMP serve perfeitamente ao momento "Infoproletário - degradação real do trabalho virtual".
Autoria reprodução
Fonte: http://reelclassics.com/
Legenda: cena clássica do filme de ficção científica "Metrópolis" (1927) do diretor alemão Fritz Lang, no qual o filho do patrão da maior empresa da cidade de Metrópolis ajuda um operário que tomba desacordado atrás de um relógio após um extenuante turno de trabalho.
Outra variável que pode até mesmo soar estranha aos ouvidos é o que a autora do ensaio "Paixão pelo trabalho? Bem, em alguns momentos", Alina Tugend, explora qual a relação entre felicidade e trabalho. Tugend procura a opinião de especialistas como Mihaly Csikszentmihalyi, diretor do Centro de Pesquisa de Qualidade de Vida da Universidade de Graduaçao de Claremont, que defende que a concretização da felicidade profissional está estritamente ligada a necessidade da sensação de fluxo (continuidade) e essa depende da sensação de controle pessoal e equilíbrio entre demanda e capacidade profissional. Já Peter Warr, autor de "The Joy of Work? Jobs, Hapiness and You" acredita que muitos fatores são determinantes para manter a alegria no trabalho, entre eles estão a supervisão positiva, segurança no emprego, possibilidade de promoção e tratamento justo.
Talvez fosse necessário mais do que algumas postagem para discorre sobre a relação do homem com o trabalho, desde da satisfação de necessidades primárias como alimento e moradia até a necessidade de consumo de bens como auto-afirmação. Talvez não se possa utilizar a mesma palavra para duas motivações tão absolutamente distintas, trabalhar deixou de ser um fim e tornou-se apenas um meio.
domingo, 18 de outubro de 2009
Midiofobia - Brain Enhancement Is Wrong, Right?
Fonte: The New York Times (http://www.nytimes.com/2008/03/09/weekinreview/09carey.html?_r=1&pagewanted=all)
Data: 9 de março de 2008
No momento em que a mídia mundial voltava suas lentes para a escolha da cidade-sede na qual será realizada os Jogos Olímpicos de de 2016, um artigo publicado pelo jornal novaiorquino The New York Times descentralizou a discussão dos casos de doping relacionados ao esporte, sobretudo a atletas praticantes de esportes olímpicos que em breve estarão competindo pelas vagas olímpicas para as Olimpíadas de 2012 em Londres.
Uma pesquisa realizada pela Universidade de Cambridge concluiu que entre os pesquisadores da universidade pelo menos uma dúzia utilizam alguma droga estimulante como Adderall e Provigil sem prescrição média e sem propósitos médicos para aumentarem sua capacidade de produção intelectual.
Como diz o polêmico filósofo norte-americano, Francis Fukuyama: "O objetivo original da medicina é curar os doentes, e não fazer de pessoas saudáveis deuses".
Fonte: http://www.manhuntblog.com.br/
Legenda: o jogador do S.C. Corinthians Ronaldo, que antes de ser contratado pelo clube estava bastante acima do peso ideal até para um homem sedentário. Recentemente Ronaldo fez uma lipoaspiração, sendo acusado pelo fisiologista do São Paulo F.C., Turíbio Leite de Barros, de doping
Segundo Martha Farah, diretora do departamento de Neorociência Cognitiva da Universidade da Pensilvânia, não existe comparação com o esporte, pois no esporte trata-se de uma competição, contudo, muitas instituições submetem seus pesquisadores contratualmente a apresentar resultados de suas investigações em forma de publicações, sob a pena da suspensão da verba de pesquisa. Assim, a precarizaçao das relações de trabalho, juntamente com as demandas de corporações que patrocinam o mecenato científico e a crescente especialização de mão-de-obra em todos os setores, criam condições para uma competitividade que compromete a estabilidade financeira e emocional de cientistas; as drogas surgem como uma possibilidade de manter essa estabilidade, ainda que isso seja considerado por muitos anti-ético.
Fonte: http://www.lawrencelab.org/
Legenda: cena do filme Platoon (1986), "a primeira casualidade da guerra é a inocência", a enorme produção cinematográfica em torno da guerra do Vietnã expôs as fragilidades do governo norte-americano que forneceu drogas às tropas para que ficassem mais alertas
Por outro lado, a partir do momento que as drogas são capazes de ampliar consideravelmente a capaciade de produção, em que medida a prescrição dessas drogas não seria recomedável para cientistas que estudam uma possibilidade de cura do câncer? Segundo uma mensagem anônima postada no site de um dos centros de pesquisa sobre o assunto, "estou falando sobre ter a capacidade de assumir duas vezes mais responsabilidades, trabalhar duas vezes mais rápido, escrever de maneira mais efetiva, administrar melhor, estar mais atento, elaborar e desenvolver estratégias mais criativas".
Também durante muitas guerras, principalmente as guerras que ocorreram ao longo do século XX, foram prescritas drogas aos soldados para que estivessem mais despertos para a batalha, o que nos leva a pensar que não se trata exatamente de uma questão de efetividade e legalidade das drogas, mas mais do que isso, do propósito a que essa efetividade serve, ainda que seja um propósito aparentemente nobre quanto a cura de doenças degenerativas como o mal de Alzheimer.
Autoria reprodução
Fonte: http://usuarios.lycos.es/
Legenda capa do filme "O Jardineiro Fiel" que mostra como empresas farmacêuticas enriquecem ao custo de vidas humanas, mas também as salvam
Data: 9 de março de 2008
No momento em que a mídia mundial voltava suas lentes para a escolha da cidade-sede na qual será realizada os Jogos Olímpicos de de 2016, um artigo publicado pelo jornal novaiorquino The New York Times descentralizou a discussão dos casos de doping relacionados ao esporte, sobretudo a atletas praticantes de esportes olímpicos que em breve estarão competindo pelas vagas olímpicas para as Olimpíadas de 2012 em Londres.
Uma pesquisa realizada pela Universidade de Cambridge concluiu que entre os pesquisadores da universidade pelo menos uma dúzia utilizam alguma droga estimulante como Adderall e Provigil sem prescrição média e sem propósitos médicos para aumentarem sua capacidade de produção intelectual.
Como diz o polêmico filósofo norte-americano, Francis Fukuyama: "O objetivo original da medicina é curar os doentes, e não fazer de pessoas saudáveis deuses".
Fonte: http://www.manhuntblog.com.br/
Legenda: o jogador do S.C. Corinthians Ronaldo, que antes de ser contratado pelo clube estava bastante acima do peso ideal até para um homem sedentário. Recentemente Ronaldo fez uma lipoaspiração, sendo acusado pelo fisiologista do São Paulo F.C., Turíbio Leite de Barros, de doping
Segundo Martha Farah, diretora do departamento de Neorociência Cognitiva da Universidade da Pensilvânia, não existe comparação com o esporte, pois no esporte trata-se de uma competição, contudo, muitas instituições submetem seus pesquisadores contratualmente a apresentar resultados de suas investigações em forma de publicações, sob a pena da suspensão da verba de pesquisa. Assim, a precarizaçao das relações de trabalho, juntamente com as demandas de corporações que patrocinam o mecenato científico e a crescente especialização de mão-de-obra em todos os setores, criam condições para uma competitividade que compromete a estabilidade financeira e emocional de cientistas; as drogas surgem como uma possibilidade de manter essa estabilidade, ainda que isso seja considerado por muitos anti-ético.
Fonte: http://www.lawrencelab.org/Legenda: cena do filme Platoon (1986), "a primeira casualidade da guerra é a inocência", a enorme produção cinematográfica em torno da guerra do Vietnã expôs as fragilidades do governo norte-americano que forneceu drogas às tropas para que ficassem mais alertas
Por outro lado, a partir do momento que as drogas são capazes de ampliar consideravelmente a capaciade de produção, em que medida a prescrição dessas drogas não seria recomedável para cientistas que estudam uma possibilidade de cura do câncer? Segundo uma mensagem anônima postada no site de um dos centros de pesquisa sobre o assunto, "estou falando sobre ter a capacidade de assumir duas vezes mais responsabilidades, trabalhar duas vezes mais rápido, escrever de maneira mais efetiva, administrar melhor, estar mais atento, elaborar e desenvolver estratégias mais criativas".
Também durante muitas guerras, principalmente as guerras que ocorreram ao longo do século XX, foram prescritas drogas aos soldados para que estivessem mais despertos para a batalha, o que nos leva a pensar que não se trata exatamente de uma questão de efetividade e legalidade das drogas, mas mais do que isso, do propósito a que essa efetividade serve, ainda que seja um propósito aparentemente nobre quanto a cura de doenças degenerativas como o mal de Alzheimer.
Autoria reprodução
Fonte: http://usuarios.lycos.es/
Legenda capa do filme "O Jardineiro Fiel" que mostra como empresas farmacêuticas enriquecem ao custo de vidas humanas, mas também as salvam
sábado, 17 de outubro de 2009
Midiofobia - Obama dança com cantora Thalia em festa na Casa Branca
Fonte: FolhaOn-line (http://www1.folha.uol.com.br/folha/videocasts/ult10038u637954.shtml)
Data: 14/10/2009
Realmente o presidente Barack Obama mereceu o Nobel da Paz. Mas não pelos seus esforços em promover uma política migratória humanitária entre as culturas norte-americana e cultura latina, afinal, a cantora mexicana Thalia provavelmente não teve que entrar clandestinamente nos EUA correndo o risco de sua embarcação precária afundar no golfo do México, nem de ser alvejada por soldados norte-americanos enquanto tentantava pular o muro na fronteira entre os dois países.
Mas afinal, que somos nós, reles mortais, para julgar a dança dos deuses não é?
Data: 14/10/2009
Realmente o presidente Barack Obama mereceu o Nobel da Paz. Mas não pelos seus esforços em promover uma política migratória humanitária entre as culturas norte-americana e cultura latina, afinal, a cantora mexicana Thalia provavelmente não teve que entrar clandestinamente nos EUA correndo o risco de sua embarcação precária afundar no golfo do México, nem de ser alvejada por soldados norte-americanos enquanto tentantava pular o muro na fronteira entre os dois países.
Mas afinal, que somos nós, reles mortais, para julgar a dança dos deuses não é?
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Carta aberta aos meus futuros ex-alunos - Feliz dia dos professores!
Com a pandemia da gripe H1N1, popularizada pela mídia por gripe suína, ainda que os porcos sejam apenas os hospedeiros do vírus, as aulas da rede de ensino nacional foram suspensas até o dia 17 de agosto, o que levou as instituições de ensino a replanejarem o calendário escolar do segundo semestre de 2009 para que os duzentos dias letivos sejam cumpridos como determina o MEC. Com isso, alguns dias que a princípio seriam ponto facultativo, como é o caso do dia dos professores, tornaram-se dias letivos.
Hoje foi meu primeiro dia dos professores como professor, ou quase professor, considero que minha posição pedagógica profissional é bastante delicada para afirmar um ou outro. Apesar disso, foi gratificante ouvir congratulações de colegas de trabalho e até de alguns alunos, não tanto por sentir-me em uma posição profissional que contratualmente não é a minha, mas por sentir-me acolhido por pessoas que, apesar de todas as suas limitações estão reunidas em torno de um objetivo que reconheço nobre: a educação.
Contudo, ainda que eu tenha acolhido a educação como escolha profissional e, como escrevi anteriormente, também como condição de realização plena de minha condição humana, também reconheço quanto ainda possuo uma formação acadêmica deficiente e percepção relativamente romantizada da formação educativa. Apesar de hoje ser dia dos professores não posso evitar em pelo menos registrar minha impressões sobre esses dois temas, ainda que não os explore a fundo nesse momento.
Primeiramente, ainda me surpreende o quanto o ensino superior brasileiro proriza debates teórico-pedagógicos em detrimento da prática educacional in locco como ocorre nos cursos de formação de professores nos Estados Unidos, em que não existe uma formação em pedagogia, e sim uma formação em específica para o ensino primary school e elementary school. Em segundo lugar, e isso é uma reflexão bastante particular a qual ainda preciso desdobrar, reconheço como muitas vezes distorcer determinadas realidades é apenas uma maneira de aceitá-las, como acontece com a romantização da educaçao.
Autoria Rembrandt van Rijn
Fonte: http://venetianred.net
Legenda: A Lição de Anatomia de Nicholaes Tulp, 1632. Mauritshuis Gallery, The Hague/Amsterdã, Holanda
A curiosidade move o mundo...
Feliz dia dos professores!
Hoje foi meu primeiro dia dos professores como professor, ou quase professor, considero que minha posição pedagógica profissional é bastante delicada para afirmar um ou outro. Apesar disso, foi gratificante ouvir congratulações de colegas de trabalho e até de alguns alunos, não tanto por sentir-me em uma posição profissional que contratualmente não é a minha, mas por sentir-me acolhido por pessoas que, apesar de todas as suas limitações estão reunidas em torno de um objetivo que reconheço nobre: a educação.
Contudo, ainda que eu tenha acolhido a educação como escolha profissional e, como escrevi anteriormente, também como condição de realização plena de minha condição humana, também reconheço quanto ainda possuo uma formação acadêmica deficiente e percepção relativamente romantizada da formação educativa. Apesar de hoje ser dia dos professores não posso evitar em pelo menos registrar minha impressões sobre esses dois temas, ainda que não os explore a fundo nesse momento.
Primeiramente, ainda me surpreende o quanto o ensino superior brasileiro proriza debates teórico-pedagógicos em detrimento da prática educacional in locco como ocorre nos cursos de formação de professores nos Estados Unidos, em que não existe uma formação em pedagogia, e sim uma formação em específica para o ensino primary school e elementary school. Em segundo lugar, e isso é uma reflexão bastante particular a qual ainda preciso desdobrar, reconheço como muitas vezes distorcer determinadas realidades é apenas uma maneira de aceitá-las, como acontece com a romantização da educaçao.
Autoria Rembrandt van Rijn
Fonte: http://venetianred.net
Legenda: A Lição de Anatomia de Nicholaes Tulp, 1632. Mauritshuis Gallery, The Hague/Amsterdã, Holanda
A curiosidade move o mundo...
Feliz dia dos professores!
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Carta aberta aos meus futuros ex-alunos - Para N.
Olá N.
Sei o quanto é estranho escrever-te uma carta em um blog, e ainda mais escrever-te particularmente uma carta que está publicada, mas não se iluda pequena, você ainda é muito jovem para compreender que algumas cartas simplesmente são escritas e nunca entregues para sobreviverem ao tempo, cartas são poesias que por alguns instantes escapam à coerência aleatória a que chamamos bom senso.
Quando finalmente me reconheci incapaz de conter minha necessidade em expressar-me através das letras criei esse blog, e dentro dele um espaço para escrever sobre todos vocês, meus futuros ex-alunos. Desde então, cada um de vocês me possibilitaram reflexões importantes sobre a prática educacional, porém, mais do que uma reflexão profissional, também vocês me possibilitaram reconhecer minhas responsabilidades enquanto ser humano pela formação de outros seres humanos.
Como você pode ver, pequena N., não se trata apenas de educar, mas de perpetuar a espécie humana em tudo que ela tem de mais importante, perpetuando senti-me pai de cada um de vocês, e como pai não pude deixar de ouvir-te quando me contou sobre as intenções de um rapaz mais velho. Talvez não pareça, mas já estou velho. Há algum tempo atrás, quando assim como você eu era jovem e por isso, invencível, esses dois anos que lhe separam do seu pretendente, pareciam toda uma vida, mas hoje eles escoam rapidamente pelas minhas mãos à medida que os vejo crescer com os bimestres escolares.
Não quero com essa carta lhe dizer o que fazer pequena N. , afinal, um dos sinais mais infelizes do envelhecimento é o velho crer que sua insignificante e minúscula experiência de vida é capaz de determinar a vida de outras pessoas, quando realmente o velho apenas deseja viver novamente através do jovem. Não pretendo que leia essa carta, muito menos que a entenda, mas gostaria que soubesse o quanto você é preciosa pequena N. e que como toda preciosidade pretendo, e espero que me aceite, cuidar de ti.
Beijos...
P
Sei o quanto é estranho escrever-te uma carta em um blog, e ainda mais escrever-te particularmente uma carta que está publicada, mas não se iluda pequena, você ainda é muito jovem para compreender que algumas cartas simplesmente são escritas e nunca entregues para sobreviverem ao tempo, cartas são poesias que por alguns instantes escapam à coerência aleatória a que chamamos bom senso.
Quando finalmente me reconheci incapaz de conter minha necessidade em expressar-me através das letras criei esse blog, e dentro dele um espaço para escrever sobre todos vocês, meus futuros ex-alunos. Desde então, cada um de vocês me possibilitaram reflexões importantes sobre a prática educacional, porém, mais do que uma reflexão profissional, também vocês me possibilitaram reconhecer minhas responsabilidades enquanto ser humano pela formação de outros seres humanos.
Como você pode ver, pequena N., não se trata apenas de educar, mas de perpetuar a espécie humana em tudo que ela tem de mais importante, perpetuando senti-me pai de cada um de vocês, e como pai não pude deixar de ouvir-te quando me contou sobre as intenções de um rapaz mais velho. Talvez não pareça, mas já estou velho. Há algum tempo atrás, quando assim como você eu era jovem e por isso, invencível, esses dois anos que lhe separam do seu pretendente, pareciam toda uma vida, mas hoje eles escoam rapidamente pelas minhas mãos à medida que os vejo crescer com os bimestres escolares.
Não quero com essa carta lhe dizer o que fazer pequena N. , afinal, um dos sinais mais infelizes do envelhecimento é o velho crer que sua insignificante e minúscula experiência de vida é capaz de determinar a vida de outras pessoas, quando realmente o velho apenas deseja viver novamente através do jovem. Não pretendo que leia essa carta, muito menos que a entenda, mas gostaria que soubesse o quanto você é preciosa pequena N. e que como toda preciosidade pretendo, e espero que me aceite, cuidar de ti.
Beijos...
P
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Citações
"O que são palavras dormindo num livro? O que são esse símbolos mortos? Nada, absolutamente. O que é um livro se não o abrirmos? Simplesmente um cubo de papel e couro, com folhas; mas se o lemos acontece algo especial, creio que muda a cada vez”
Jorge Luís Borges
Jorge Luís Borges
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Citações
"Os bonequeiros atuam como a sombra do boneco e, ao manipulá-lo, transformam-se em suas vítimas"
Katherine Paterson através de Miyake Shutaro em "O Mestre das Marionetes"
Katherine Paterson através de Miyake Shutaro em "O Mestre das Marionetes"
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Tarde em verde-clínico...
Depois de muitas semanas distante da escrita consegui finalmente reconciliar-me.
Não se trata apenas de uma ausência, mas de uma necessidade que a própria vida impõe a todos nós em algum momento dela.
Ainda não me sinto completamente à vontade para escrever sobre o que houve nesses últimos dias, talvez seja simplesmente necessidade de refinar meus pensamentos um pouco mais.
Autoria turnipturnip
Fonte: http://www.flickr.com/
Essa postagem é apenas uma maneira de, ainda que timidamente, recolher-me às letras antes que estas se revolucionem indelevelmente...
Não se trata apenas de uma ausência, mas de uma necessidade que a própria vida impõe a todos nós em algum momento dela.
Ainda não me sinto completamente à vontade para escrever sobre o que houve nesses últimos dias, talvez seja simplesmente necessidade de refinar meus pensamentos um pouco mais.
Autoria turnipturnip
Fonte: http://www.flickr.com/
Essa postagem é apenas uma maneira de, ainda que timidamente, recolher-me às letras antes que estas se revolucionem indelevelmente...
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