quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

"Play it again Sam..."

Apesar de ter me comprometido em escrever um texto mais denso a cada dois dias, tenho compromissos para esta noite. Portanto vou deixar algo mais substancioso para amanhã, relacionado inclusive com a última imagem que postei.

Raul Seixas - Carpinteiro Do Universo


Carpinteiro do universo inteiro eu sou.

Carpinteiro do universo inteiro eu sou.


Não sei por que nasci

pra querer ajudar a querer consertar

O que não pode ser...


Não sei pois nasci para isso, e aquilo,

E o inguiço de tanto querer.


Carpinteiro do universo inteiro eu sou.

Carpinteiro do universo inteiro eu sou.


Humm...Estou sempre,

pensando em aparar o cabelo de alguém.

E sempre tentando mudar a direção do trem.

À noite a luz do meu quarto eu não quero apagar,

Pra que você não tropece na escada, quando chegar.


Carpinteiro do universo inteiro eu sou.

Carpinteiro do universo inteiro eu sou.

Carpinteiro do universo inteiro eu sou.

Carpinteiro do universo inteiro eu sou.


O meu egoismo, é tão egoísta,

que o auge do meu egoismo é querer ajudar.

Mas Não sei por que nasci

pra querer ajudar a querer consertar

O que não pode ser...


Não sei pois nasci para isso, e aquilo,

E o inguiço de tanto querer


Carpinteiro do universo inteiro eu sou.

Carpinteiro do universo inteiro eu sou.
Carpinteiro do universo inteiro eu sou (Ah eu sou assim!).

No final,

Carpinteiro de mim!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Imagem da semana


Autoria Bob Thaves

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Carta aberta aos meus futuros ex-alunos - "por culpa sua meu filho agora quer fazer história!"

De volta ao trabalho, na realidade o trabalho nunca nos deixa depois de entrarmos nele, meus queridos futuros ex-alunos, achei que poderia começar o ano escrevendo sobre uma frase proferida por uma mãe a um professor num daqueles intervalos rápidos em que se engole um café e um pão com manteiga: "por culpa sua meu filho agora quer fazer história!".

Imagino que, a exceção daqueles filhos de funcionários da escola, bolsistas e inadimplentes, a maior parte de vocês vem de famílias com excelente poder econômico, pois criar um filho é extremamente caro e a maior despesa é a educação (não apenas com as mensalidades, mas estudos de meio, material escolar, trabalhos com colegas, etc). Aliás, me recordo de quando era criança o quanto me incomodava quando primos com mais dez ou quinze anos de diferença falavam que criar um filho era muito caro, talvez porque sempre senti falta das excentricidades da massa familiar reunida aos domingos em mesas recheadas de pratos intermináveis, que decadente entrou os anos 90 sob o argumento de que "criar um filho é muito caro". Talvez vocês façam parte de uma geração que não se incomode com tal afirmação e eu não pretendo utilizar as letras para lhes despertar saudades desconhecidas.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:AlfredNobel_adjusted.jpg
Autoria Gösta Florman (1831–1900) / The Royal Library
Legenda: O inventor da dinamite e criador do prêmio nobel Alfred Nobel em foto da segunda metade do século XIX. Apesar do prêmio ser entregue a personalidades em diversos campos como química, medicina, física e literatura, o único representante das ciências humanas! Afinal, ideias são mais perigosas que dinamites!

Ao se deparar com o filho interessado por disciplinas cuja possibilidade de crescimento econômico seja inferior à que se espera, como as disciplinas socais como geografia, filosofia e história, os pais temem pela opção profissional dos filhos, pois essa é uma escolha antes de tudo social como viver em determinado bairro e utilizar determinado carro; e é compreensível que esses desejem uma educação profissional visando perpetuar esse poderio econômico.

Ainda que revistas como a Veja já possuam espaços específicos para o tema educação, só recentemente o Estado de São Paulo destacou um caderno específico para o tema uma vez por semana, enquanto a Folha de São Paulo dedica apenas algumas poucas páginas, também uma vez por semana, para educação, e em todos esses meios as abordagens são extremamente economicistas.

A reportagem de 15 de dezembro da revista Veja, entitulada "Apostas nota 10", pretende apresentar ao leitor os jovens "mais talentosos de suas geração", que "estão se preparando para ocupar cargos de comando na empresas e na política - e, melhor, ambicionam consertar o Brasil", dos jovens apresentados temos futuros médicos-cirurgiões, juízes, banqueiros, publicitários e engenheiros; profissões que sem dúvida deixariam seus pais satisfeitos meus futuros ex-alunos, e ainda mais, deixariam o país satisfeito. Observa-se na mídia e nas políticas educacionais a preocupação no investimento, sejam eles financeiros ou morais, em profissionais das áreas das ciências biológicas e exatas (no caso da reportagem da Veja, as exceções são o direito e a publicidade), excluindo as ciências humanas e influenciando diretamente seus pais a ponto de ouvirmos frases como a que abre a postagem.

Ao me questionar o porque desse tipo de exclusão das ciências humanas da mídia e do investimento do poder público reconheci que a diferença da ciências humanas para com as outras ciências é que, boa parte das ciências ditas "humanas" não são essenciais para manter a sociedade que vivemos em funcionamento. Explico.

Com isso quero dizer que para manter o funcionamento da sociedade atual são indispensáveis profissionais das ciências exatas como engenheiros. Isso ocorre não apenas por uma questão de necessidade factual, pois as proporções continentais de um país como o Brasil demanda cuidados igualmente grandes como por exemplo softwares específicos para gerenciar os impostos pagos por quase 200 milhões de pessoas, mas para que se perpetue essa "cultura das ciências exatas" predominante no século XXI, em que eleições são determinadas por artifícios econômicos como redistribuição de renda para população que permance economicamente ociosa diante de infra-estruturais faraônicos que beneficiam o empresariado, concentrados ainda mais a renda que estreita a classe média com cada vez menos poder de decisão eleitoral.

Fonte: http://www.backtoclassics.com/gallery/fransdemomper/heliconorminervasvisittothemuses/
Autoria Frans De Momper
Legenda: Atenas visita as Nove Musas de Muses por Frans De Momper (séc XVII). Talvez a deusa da sabedoria da Grécia antiga estivesse simplesmente avisando: Cuidado! O século XXI não lhes reserva muito espaço!

De maneira similar, mas não igual, estão as ciência biológica, também de uma maneira mais ou menos geral, ligadas ao funcionamento da sociedade, não tanto pelo seu peso eleitoral ou financeiro, mas pela sua aplicabilidade à vida prática como ocorre com médicos e os profissionais da aárea da saúde. Não quero dizer com isso que a profissão é valorizada pelo poder público (isso seria facilmente perceptível através da melhor remuneração e condição de trabalho do profissional da medicina), mas pela sociedade, uma vez que, diferentemente de um professor, o médico é requisitado em momentos de fragilidade física e, consequentemente, emocional, tornado seu sucessso profissional emocionalmente reconhecido, enquanto o professor é uma figura constante pela obrigatoriedade do ensino público gratuito segundo a constituição e seu sucesso profissional é medido pela quantidade de estudantes aprovados (ainda que estes estejam sem condições intelectuais de ingressar no ano acadêmico seguinte). Além disso, existem, ainda que no Brasil esse tipo de trabalho seja muito pouco valorizado em termos de investimentos tanto públicos como particulares, os campos de pesquisa das ciências da saúde imprescindíveis considerando a complexidade da sociedade em que vivemos, no qual uma vez mais o fator emocional juntamente com a aplicabilidade prática das ciências biológicas, torna o profissinal das ciências biológicas reconhecido como através de prêmios internacionais como o Nobel.

Por fim, as ciências humanas que ocupam nas "engrenagens" da máquina do gerenciamento social do nosso século em três campos: os profissionais de comunicação como jornalistas e produtores de televisão, os profissionais ligados às ciências exatas como economistas e adnministradores, e os profissionais do direito, sobre o qual está fundada a nossa concepção de sociedade desde o surgimento das democracia ateniense no século IV a.C.. Contudo, assim como as ciências biológicas, parte das ciências humanas tem uma "função subcutânea", quero dizer indispensável, mas quase que imperceptível, na nossa sociedade atual, como profissionais das ciências eminentemente sociais como geógrafos, psicólogos, antropólogos e educadores.

Como integrante deste último grupo, especificamente como professor de história (pois no nosso país não se reconhece o profissional de história que não seja professor, não existe a profissão "historiador"), reconheço que, como seus pais, a profissão, que não se restringe apenas a profissionais das ciências humanas, mas também das ciência biológicas e exatas como químicos, biólogos e físicos, não é promissora no que diz respeito ao reconhecimento pelo poder público e, muitas vezes, pela sociedade, além de não justificar o investimento acadêmico no ensino superior tendo em vista uma futura compensação financeira. Somente hoje, decorridos sete anos entre o ingresso na universidade e o estabelecimento profissionalmente que percebo o quando minha motivação ao escolher o curso foi emocional, e através dessa emoção que mantenho-me professor, mas não devido a esse romantismo pedagógico enlatado vendido em cursos de capacitação pedagógica e spams de internet, mas por reconhecer a transformação que a história enquanto forma de compreender o mundo operou em mim mesmo ao longo desses anos.

Não quero, até porque seus pais e a direção da escola não permitiriam isso, influenciá-los a escolher uma profissão, mas aconselho a serem diplomáticos, pois na sociedade em que vivemos, nem sempre nossas habilidades são reconhecidas financeira e profissionalmente e conviver com uma escolha é sempre muito mais difícil que simplemente aceitá-la.

Bom início de 2011!

domingo, 23 de janeiro de 2011

"Batatinha quando nasce..."

Vazio

A poesia fugiu do mundo.
O amor fugiu do mundo —
Restam somente as casas,
Os bondes, os automóveis, as pessoas,
Os fios telegráficos estendidos,
No céu os anúncios luminosos.

A poesia fugiu do mundo.
O amor fugiu do mundo —
Restam somente os homens,
Pequeninos, apressados, egoístas e inúteis.
Resta a vida que é preciso viver.
Resta a volúpia que é preciso matar.
Resta a necessidade de poesia, que é preciso contentar.

Frederico Schmidt, publicado em "Pássaro cego" (1930)

sábado, 22 de janeiro de 2011

Midiofobia - Não é a chuva que deve ir para a cadeia

Fonte:Estado de São Paulo (http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110114/not_imp666012,0.php)
Data:14 de janeiro de 2011

Assim como todos os anos a grande festa do carnaval escolhe suas escolas campeãs, as chuvas de verão estão se tornando eventos dignos de tradição por todo o Brasil, não pela sua intensa ocorrência (ou recorrência), mas pelo destaque da mídia em torno desses eventos que despertam incrível admiração pública ao longo dos últimos anos, resultando em julgamentos criterioso feitos pelos juízes populares em conversas dispersas nas padarias e pontos de ônibus: "Você viu quanto encheu a Barra Funda? Quase três metros!", "Dá pra pegar um segundo lugar nesse quesito, já que em algum lugar da zona leste que não me lembro o nome a água foi a 5 metro!" ou "Nossa! O salvamento mais incrível que vi esse ano foi de uma mulher na Globo que amarrou uma corda na cintura e foi puxada pelos vizinhos! Coitado do cachorro que ela teve que largar... Parecia filme!".


Fonte: http://www.flickr.com/photos/marcelomendesdeoliveira/3036668188/
Autoria Marcelo Mendes de Oliveira

Esse desfile de enchentes e inundações, que já possui horários determinados dentro das grades das emissores de TV e rádio, são uma preparação para a grande "festa da carne", que ocorre geralmente em fevereiro (nesse ano no início de março), conforme manda a latinidade imperial: "panis et circensis!", quando da embriaguez das festas de fim de ano e do 13º salário restam apenas a ressaca fragmentada de letras confusas dispostas em impressões matriciais como IPVA e IPTU. Nesse ano, desbancando a favorita do ano passado, pelo menos para nós paulistanos, a Vila Pantanal (aliás, como habitar um local cujo nome é Vila Pantanal? A palavra "Pantanal" por acaso não remete à paisagem alagadiça presente no coração do Brasil?), a região serrana do Rio de Janeiro tornou-se a grande campeão segundo o juri técnico-midiático e o juri popular, se destacando em absolutamente todos os critérios de avaliação.

Até agora, a opinião mais consciente e interessante que li sobre o assunto foi publicada no Estado de São Paulo por Mario de Sá Correia, o título resume em poucas palavras como a mídia NÃO tem tratado o assunto: não é a chuva que deve ir pra cadeia.

A sujeição do homem às condições climáticas é de caráter antropológico, e determina a evolução não apenas do ser humano, mas das espécies, numa perspectiva temporal mais curta, e observando a história, a reincidência da precipitação em determinadas áreas em determinados períodos do ano é recorrente como mostram as gazetas cariocas ilustradas por Angelo Agostini e as fotos da São Paulo da década de 60 e até mesmo o imperador Dom Pedro II em seu diário já constata que a região serrana do Rio de Janeiro, em particular Petrópolis, fundada por Sua Majestade Imperial, sofre com as enchentes desde pelo menos metade do século XIX (ver link: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110114/not_imp665956,0.php).


Fonte: http://theurbanearth.wordpress.com/2010/03/14/sao-paulo-e-suas-enchentes/
Legenda: Marginal Tietê, São Paulo, 1960.

Fonte: http://theurbanearth.wordpress.com/2010/03/14/sao-paulo-e-suas-enchentes/
Legenda: Túnel do Anhangabaú, São Paulo, 1963.

Fonte: http://theurbanearth.files.wordpress.com/2010/03/vale-do-anhangabau-1967.jpg
Legenda: Vale do Anhangabaú, São Paulo, 1967.


Fonte: http://gibitecacom.blogspot.com/2010/04/agostini-rio-de-janeiro-e-chuva.html
Legenda: O tempo tambem quiz tomar parte no entrudo; e o esplenduroso prestito dos Fenianos teve a mesma sorte do que o exercito de Pharaó na passagem do mar Vermelho! Figura 2 - AGOSTINI, Angelo. Revista Illustrada. Anno 9, nº 373. Rio de Janeiro, 1884. (p.4).


Fonte: http://cartumfazescola.zip.net/
Legenda: Assim foi d'esta vez; o Rio de Janeiro quasi não viveu esta semana. O novo anno começou mal. 1883 foi o anno dos terremotos; contaram-se mais de tres duzias. 1884, parece, chamar-se-á o anno das inundações, senão do dilúvio. Figura 1 - AGOSTINI, Angelo. Revista Illustrada. Anno 9, nº 368. Rio de Janeiro, 1884. (p.4).

Não quero dizer com isso que devamos procurar responsáveis para a situação que vive a região serrana do Rio de Janeiro, mas é preciso reconhecer que, além da falta do Estado (que aliás escrevemos com "E" maiúsculo) proporcionando condições habitacionais dignas e fiscalização das áreas de risco, esse mesmo Estado (maiúsculo novamente) deixa de apropriar-se da ciência, seja ela social como a história, ou das natural como a meteorologia, enquanto "atividade humana baseada em conceitos e princípios desenvolvidos racionalmente e na utilização de um método definido, por meio do qual se produzem, se testam e se comprovam conhecimentos considerados objetivos e de validade geral" para determinar a ocupação organizada do espaço.


Enquanto isso, o "carnaval da água", que antecede o "carnaval da carne", vende a "brasilidade de exportação" como pacote turístico, e por isso, importante para a economia do país, como uma nação de constrastes no qual antagonizam o Estado (novamente, e espero que nessa postagem a última vez, maiúscula) e a natureza.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

No esteio de outras serras... (II)






Aproveitando pra divulgar o meu flickr nos meus favoritos ao lado.

Autoria própria

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

No esteio de outras serras... (I)




Aproveitando pra divulgar o meu flickr nos meus favoritos ao lado.

Autoria própria

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Midiofobia - Sobre o que não escrevi...

Minha experiência com a escrita e a história demonstram cada vez mais que escrever é uma das maneiras mais intensas de presentificação, porque fossiliza o presente em raridade a ser reconstruída com a calma e a técnica indispensáveis à materialidade científica, mas também com a paixão e o virtuosismo inexoráveis da alma etérea que a partir de si reconstrói o passado enquanto presente para lhe fazer sentido futuro... E desde que o tempo é tempo, vem destruindo o futuro e com ele o presente que um dia foi e sempre será, de agora em diante, passado... (estou influenciado pela sublime morte do poeta modernista Augusto Frederico Schmidt na minissérie "JK" interpretado por Antonio Calloni, alguns poemas dele estão em http://www.revista.agulha.nom.br/afs.html, o meu preferido até agora é: "Vazio")

Não pretendo escrever sobre esse assuntos que considero tão relevantes mas não posso deixar de citar ao menos um deles: a eleição e posse de atual presidente Dilma Roussef. Apesar de depender muito do PMDB para governar, um partido comprovadamente ao longo da história pouco confiável, sobretudo no momento em que seu maior expoente, o ex-governador de São Paulo, Orestes Quérica falece, abrindo espaços para novas lideranças como Michel Temer, a eleição da primeira mulher para a presidência do país, ainda que pelos motivos errados como programas de transferência de renda e não exatamente a consciência de igualdade entre gêneros, é, do meu ponto de vista uma grande conquista.

Autoria: José Cruz/ABr
Fonte: Agência Brasil
Legenda: Sarney ainda precisa de uma década no governo, além de cantar mal, errou a letra do hino nacional...

É preciso que em nome do bem do país que o PSDB e mesmo supostos aliados do governo, mais do que todos conscientes do quanto o inchaço da máquina pública onera o contribuinte inflacionando a economia, aprendam a fazer o papel de oposição e não de opositores, como fizeram ao trabalhar até o final de dezembro para aprovar covardemente seus próprios aumentos salariais de mais de 60%, enquanto agora, no ano seguinte, defendem apaixonadamente um aumento do salário mínimo em nome do povo quando realmente a aprovação serve como moeda de troca para cargos políticos de segundo escalão.

Aos interessados segue o link com a sessão em questão: http://www.camara.gov.br/internet/ordemdodia/ordemDetalheReuniaoPle.asp?codReuniao=24969. Não é possível ouvir os discursos proferidos na sessão, as faltas ou os votantes, com tudo isso, me pergunto o quanto as ferramentas de acesso ao exercício pleno da democracia foram fabricadas para uso do demos, como é possível perceber na linguagem jurídica, que se confunde entre um avanço na luta pelo estado de direito e um entrave semântico na construção da democracia popular no Brasil.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Citações

Ainda em homenagem ao primeiro livro do ano...

"É melhor dormir com um canibal sóbrio do que com um cristão bêbado"

Herman Melville em "Moby Dick"

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Imagem da semana

Em homenagem ao primeiro livro de 2011...


Autoria desconhecida
Fonte: http://blog.zap2it.com/kate_ohare/2010/05/

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Avanti squadra Palestrina! - Preparação para 2011

Definitivamente o ano de 2010 não foi um bom ano para o time do Palmeiras.

Não acho que deva voltar a tudo aquilo que já escrevi sobre as questões políticas dentro do clube, mas acredito que a poucos dias do início do campeonato paulista, o mais competitivo campeonato regional do Brasil, cabe uma reflexão sobre como o clube tem se preparado para o ano que se inicia.

Todo o ano o site do Globo Esporte disponibiliza uma excelente ferramenta para verificar as transações entre clubes (apesar de há algum tempo haver um link direto com notícias sobre cada transação o que tornava a ferramenta ainda mais completa), o endereço é: http://globoesporte.globo.com/futebol/vai-e-vem-do-mercado/. Assim a diretoria deveria fazer uma análise, feita não apenas por mim, mas por comentaristas de diversas emissoras de rádio e TV, e assim nortear as listas de contratação e dispensa de jogadores: o time do Palmeiras do ano passado, ao final do campeonato brasileiro, apesar das contratações de Valdívia e Kléber, os setores fortes do time ainda eram o gol, a zaga e os volantes, um time defensivo e com dificuldades em criar situações de gol, com isso, logo o adversário dominava o meio de campo criativo permitindo ao alviverde apenas defender-se e assim sofrer gols, levando o time a derrotas e muitos empates devido sobretudo aos gols de bolas paradas e jogadas ensaiadas com o volante Marcos Assunção).

Assim sendo, temos até o momento temos:

LISTA DE DISPENSA (confirmados)
Ewerton, ATACANTE
Lenny, ATACANTE
Danilo, ZAGUEIRO

LISTA DE DISPENSA (em negociação)
Edinho, MEIO DE CAMPO
Lincoln, MEIO DE CAMPO (possivelmente ficará no clube, pois o negócio com o Botafogo envolveria uma troca com o jogador Jobson, contratado pelo Atlético-MG)
Vitor, LATERAL (possivelmente ficará no clube, pois o negócio com o Botafogo envolveria uma troca com o jogador Jobson, contratado pelo Atlético-MG)

LISTA DE REFORÇOS (confirmados)
Thiago Heleno, ZAGUEIRO
Maion Leite, ATACANTE
Willian, MEIO DE CAMPO

LISTA DE REFORÇOS (em negociação)
Adriano, ATACANTE
Éverton Santos, MEIO DE CAMPO
Bernardo, MEIO DE CAMPO
Andrezinho, MEIO DE CAMPO
Alecsando , ATACANTE

Apesar de não concordar com todos os nomes, a diretoria conseguiu algumas contratações e dispensas que parcialmente suprem as carências do alviverde de palestra itália, porém, o elenco ainda está muito desfalcando em algumas posições.

Pensando sobre o setor defensivo do time...

Goleiros: os goleiros transmitem muita segurança, ainda que não me agrade a ideia de um revezamento entre Marcos e Deola ao longo do campeonato como vem sendo noticiado, essa talvez seja a posição em que o ritmo de jogo mais conta, uma vez que o guarda-metas é, na maior parte das vezes, a personagem determinate do placar de umjogo. Apenas uma breve nota: com a vinda do excelente Diego Cavaleiri para defender a meta do Fluminense, é de se pensar mais uma vez na qualidade de alguns jogadores, sobretudo dos arqueiros, formados pelo Palmeiras e como estes já estão dispersos quando mais o time precisa.

Zagueiros: a perda do zagueiro Danilo será inestimável para o time, remanescente da era Caio Júnior, na minha opinião um dos melhores times palestrinos dos últimos anos, conquistou ao longo do tempo excelente qualidade técnica, seu substituto, Thiago Heleno, é uma ótima contratação na minha opinião pelo que apresentou no clube celeste, mas está sem jogar desde os tempos do Cruzeiro, possivelmente tão logo o atleta recupere o ritmo de jogo tenhamos um substituto a altura do ponto de vista técnico. Por outro lado, o respeito conquistado por Danilo junto à torcida alviverde deixará saudades... Também é digno de nota a perda do zagueiro Fabrício que atuava de forma bastante diferenciada subindo ao ataque com qualidade.

Laterais: no setor, tanto defensivo como ofensivo, o time de Parque Antártica tem um de seus maiores problemas. Acredito que esse seja um dos setores mais importantes do futebol moderno juntamente com os volantes pela versatilidade das funções agregadas pelos laterais como por exemplo Léo Moura do Flamego que atua como armador e Renan Ribeiro do Cruzeiro que atua como volante. Gabriel Silva é um excelente lateral, mas ainda promissor, ganhou muita experiência no último ano quando ascendeu das divisões de base para o time profissional, porém ainda tem dificuldades na marcação; já o lateral Vitor, veio do Goiás e chegou ao time após as excelentes atuações pelo goiano em 2009, mas não apresentou a mesmo desempenho tanto por atuar com um posicionamento mais fixo, voltando para a marcar, como por não aproveitar as oportunidades oferecidas, tem qualidade, mas falta motivação. Preocupa a perda do negócio com Marcelo Cordeiro do Botafogo e nenhuma outra opção para as laterais.

Volantes: setor mais forte do time, que perde muito com a saída de Edinho, sobretudo pela semelhança com o estilo do treinador Luís Felipe Scolari que valoriza um futebol-força em detrimento de um futebol-técnica. Por outro lado, é a oportunidade de Pierre, excelente marcador e outro remanescnte da era Caio Júnior, reconquistar a posição que por muito tempo foi sua, porém, o volante ainda precisa se provar, pois seu rendimento caiu muito depois dos problemas particulares pelos quais passou no ano passado, mas possui qualidade técnica e sobretudo personalidade (talvez depois de Marcos o mais palmeirense dos jogadores do elenco) para tanto. Excelentes possibilidades com Tinga, que a semelhança de Gabriel Silva ainda precisa de tempo para crescer, e Marcos Assunção, porém a diretoria deve ter cuidado para que as negociações de Pierre e Assunção não prossigam.

Já no setor ofensivo...

Meias: com o esquema do ano passado, a lateral direita fixa com Marcio Araújo atuando como volante, a responsabilidade da criatividade do time recai sobre Valdívia, causando uma dependência que se torna crônica no setor desde o desentendimento de Diego Souza com a torcida palestrina. As contratações pretendidas para suprir o setor são utópicas: Andrezinho do Inter, que finalmente ganhará um chance com a possível saída de D'Alessandro, Alex, ex-meia palmeirense, que dificilmente deixará o Fenerbahçe da Turquia, e Ronaldinho Gaúcho, que felizmente foi para o Flamengo, o setor permanece carente pois a contratação de Willian e a possível negociação com Éverton Santos do Goiás não serão suficientes... No Goiás, acho interesante o investimento no meia Bernardo, ex-Cruzeiro, que é jovem e tem características bastante interessantes. A menos que surjam reforços no setor ou o técnico Luís Felipe Scolari, mude o sistem de jogo, talvez um 3-5-2, com dois volantes no meio e Marcio Araújo ou Pierre atuando como terceiro zagueiro, proporcionando a maior liberdade para os laterais participarem do ataque, o time continuará sem criatividade durante todo o ano de 2011.

Atacantes: outro setor carente, mas que possui caras novas, como Maikon Leite que depois da grave lesão sofrido enquanto jogava no Santos reconquistou a confiança no Atlético-PR com um ótimo campeonato Brasileiro no ano passado, e Adriano, ex-Palmeiras, que vem do Fluminense. São atacantes com caracterísiticas diferentes de Kléber, mas precisam se afirmar jogando, e dependem da criatividade do time para marcarem.

Para terminar, acho que a diretoria ainda precisa trabalhar muito em novas contratações para os setores de lateral e meio de campo, só assim o técnico poderá ter opções para fazer experiências durante o campeonato paulista e preparar o time para o Brasileirão. Na base que disputa a Copa São Paulo de Futebol Júnior, os dois laterais, o meio de campo Patrik e talvez até o atacante Miguel, precisam ser promovidos para a equipe profissional como peças de reposição, o meia até para a reserva ou titularidade!

Per favore non me rompere i coglioni...

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Feliz ano novo...

Com os compromissos profissionais se revelando a qualquer instante no mês de novembro não consegui calma para escrever a o resultado desse excesso de trabalho foi, e ainda é, uma tendinite no punho esquerdo que se emendou com mais trabalho em dezembro quer emendaram com o natal que emendou com a passagem de ano, que emendou comas férias e que... Ainda bem que o carnaval é em março...

Algumas vezes não acredito que o prazer de escrever resolve parte do meu desgaste e por isso nunca deveria deixar de escrever mesmo cansado...