quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

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Autoria própria

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Mémoires du Cinemà - Lincoln (2012) (II)

Duas notas rápidas: 1 - certo dia a curiosidade me fez procurar o que significa o PS de cartas que pela força do hábito muitos ainda continuam usando. Vem do latin Post Scriptum, ou seja, algo que foi escrito depois da conclusão do texto, no caso a carta. Preciso começar com um PS. 2 - como escrevo mal quando escrevo com pressa!

PS: o Oscar aconteceu no último domingo e o grande premiado da noite foi o Argo de Ben Aflleck que não assisti. Mas quem se interessar por opiniões intressantes sobre cinema vale a pena o artigo de Luiz Zanin publicado no Estado de São Paulo de hoje. Clique aqui!

Vamos aos aspectos negativos de Lincoln, na realidade relativamente negativos: nós historiadores temos o péssimo hábito de legislar e judiciar sobre a história e, se observados com cautela, muitos filmes licenciados poeticamente são criticados negativamente como se fossem documentários.

A maior crítica fica por conta do papel passivo dos negros em sua própria libertação no filme: Spielberg ficou no meio do caminho entre o retrato de uma personagem histórico e de um povo vivendo um moento histórico, não agradando nem a historiadores, nem a ativistas dos direitos dos negros. Talvez a maior evidência dessa "história única" (como diz a escritora nigeriana Chimamanda Adichie no TED de 2009. Para ver clique aqui!) seja o final do filme, em que o deputado Thaddeus Stevens "dá de presente" para sua mulher, uma negra liberta que vive um amor secreto com Stevens, a cópia original da 13a emenda abolinda a escravidão, como se o movimento político da libertação dos escravos fosse efetivamente, sem metáforas, um presente, uma dádiva dos brancos para os negros. Não li nenhum comentário a respesito, mas talvez Spike Lee não tenha interpretado ou lido a coluna de Kate Mansur do New York Times (para ler clique aqui!).



Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Lydia_Hamilton_Smith.jpg.
Legenda: Lydia Hamilton Smith, suposta cônjuge do deputado Thaddeus Stevens, um dos mais fervorosos defensores dos direitos dos negros no século XIX.

Outro ponto interessante que Mansur toca em sua crítica é a relação que Spielberg cria entre Stevens e Lydia Smith, também reconstruída no filme fundador dos Estados Unidos industrial do início do século XX, o "Nascimento de uma Nação" (1915) de D. W. Griffith. No filme de Griffith, Stevens é Austin Stoneman, vale a pena assistir (daqui cinco ano o filme tornar-se-á de domínio público)!


 Também faltou sensibilidade histórica ao diretor estadunidense ao retratar o ponto de vista das colônias do sul acerca do fim da escravidão. Não que Spielberg deva fazer uma apologia à bestialidade humana, mas os diálogos em nenhum momento mostram o aspecto econômico defendido pelos beligerantes em relação à escravidão: o argumento sulista, atrasado do ponto de vista econômico e moral, não era exclusivamente a manutenção da escravidão maniqueísta como mostrada no filme, mas de uma economia sub-colonialista dentro dos próprios Estados Unidos que garantissem a exploração de culturas tropicais comercializada a altos preços para países da Europa por uma oligarquia agrária numa democracia censitária, algo similar ao Brasil Imperial. Por outro lado, os deputados republicanos (soa estranho pois Lincoln era do partido mais liberal da época, o Partido Republicano, enquanto Barack Obama, primeiro presidente negro dos EUA faz parte do partido que hoje é considerado liberal, o partido democrata; seria uma boa oportunidade para discutir a história dos partidos políticos norte-americanos) em nenhum momento apresaentam argumentos comerciais para defender o fim da escravidão, garantindo assim um mercado consumidor interno para os produtos industrializados do norte.

A única referência parca à economia do sul é feita no encontro de Lincoln com o vice-presidente dos confederados à bordo de um vapor na qual se argumenta que o fim da escravidão representaria o fim da cultura sulista. Manter uma cultura é interessante, mas desde que isso não implique num genocídio como se tornou em seguida a Klu Klux Klan e o preconceito racial nos EUA até hoje.

Fazendo uma comparação que ouvi certa vez: uma viagem à Amazônia mostram algo típico da cultura local como as palafitas, casas constru;ídas acima do nível do solo e das águas que frequentemente sobem durate a estação chuvosa na região. Turistas defendem a manutenção da cultura local, desde que suas família não morem nessas palafitas, um retrato da miséria e falta de aenção do Estado aos povos ribeirinhos amazônicos.

Fonte: http://posterwire.com/the-empire-strikes-back/
Legenda: pôster do filme E o Vento Levou... de 1939 de Victor Fleming. Curiosamente um filme sobre os brancos derrotados na Guerra de Secessão que mostra a desagrergação da cultura sulista com pitadas de preconceito racial no mesmo ano que Adolf Hitler iniciou a Segunda Guerra Mundial  na qual não arianos, como os escravos negros, foram exterminados.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Inle-Yawnghwe.jpg
Legenda: palafitas na aldeia de Yawnghwe no Lago Inle (provincia de Heho, Birmânia)

Concluindo, como gosto de comentar em aula, a democracia em qualquer país é um sistema de governo com falhas. Muitas vezes, diante de tantos desmandos na política nacional, acreditamos que o Brasil está na primeira colocação da pilantragem político mundial (em parte concordo com isso, se não estamos em primeiro, com o perdão da metáfora futebolística, estamos com certeza no G-4 do Brasileirão e nas semifinais da Libertadores da América), mas verdadedeiramente as fendas da democracia ocidental estão abertas por todos os países.

Alianças espúrias como aquelas representadas no filme fazem parte do sistema democrático, e talvez por isso Spielberg tenha sido ignorado pela Academia no último Oscar. Talvez possa me enganar, mas é bastante possível que quando o modelo de república democrática se esvaziar, como já percebemos em algumas situações, o filme de Spielberg seja verdadeiramente reconhecido, mas nesse momento os estadounidenses preferem ignorar Lincoln.



(Renan) Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Senador_Renan_Calheiros_Abril_2012.JPG
(Lincoln) Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Abraham_Lincoln_November_1863.jpg
Legenda: sistemas similares, políticas diferentes... Ou não? Será que simplesmete os norte-americanos sabem contar uma boa história como escrevi no início da primeira postagem sobre o filme?

domingo, 24 de fevereiro de 2013

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Autoria: Bill Waterson

sábado, 23 de fevereiro de 2013

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Trabalho interessante de intervenção na natureza...


Autores: Christo e Jeanne-Claude
Legenda: Wrapped Trees (1998). Christos verhüllte Bäume bei der Fondation Beyeler in Riehen
Fonte: http://www.flickr.com/photos/ritsch48/2218745394/in/photostream/


Autores: Christo e Jeanne-Claude
Legenda: Wrapped Trees. Fondation Beyeler and Berower Park. Riehen, Basel Switzerland 1997-1998
Fonte: http://www.flickr.com/photos/juliensart/3098246468/

Site dos autores pra quem quiser saber mais... Clique aqui!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

"Batatinha quando nasce..."

"A vida bate como um relógio. Um arfar de vento no capim. É fome que rói as entranhas, facho que ilumina os olhos, percorre o corpo em incêndio e queima os lábios de paixão. Um cheiro de carne, de vinho, de fruta recém-tirada do pé. A vida recende violenta, por que não abocanhá-la inteira, cruel, vermelha, suculenta, escorrendo sangue pelos dentes?"

Recitado por Abujanra!

Raquel Naveira

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Mémoires du Cinemà - Lincoln (2012) (I)

Ficha técnica: http://www.imdb.com/title/tt0443272/


Fonte: http://www.filmschoolrejects.com/news/lincoln-movie-poster-steven-spielberg-daniel-day-lewis.php
Autoria reprodução

Há tanto tempo não escrevo sobre cinema... Não por falta de filmes ou de vontade, talvez simplesmente tenha deixado de me comover com os últimos lançamentos para o cinema... Mas isso se quebrou, primeiramente com Lincoln de Spielberg e o Django de Tarantino, cada um por um motivo diferente...

Vamos ao filme histórico sobre o presidente dos EUA, que sinceramente "mexeu" mais do que a vingança do escravo liberto no sul dos EUA com a ajuda de um alemão.


Antes de mais nada, Lincoln trata de um tema extremamente importante aos norte-americanos: sua própria história. Não me recordo, o que se explicaria por ser um leigo no que diz respeito à sétima arte, de tantos filmes sobre fatos históricos como os filmes norte-americanos, sempre construídos sobre eixos fundamentais da cultura do país. Porém, ainda que eu não seja um especialista em história norte-americana, essa manipulação fica evidente em muitas cenas do filme.

Antes de criticar alguém que já ganhou três prêmios da Academy Awards (Oscar) como melhor diretor, deixe-me enfatizar alguns pontos altos de Lincoln:

Ainda que muitos não reconheçam, por trás de uma boa atuação há um ótimo ator mas também um excelente diretor e uma incrível personagem. A atuação de Daniel Day-Lewis é impressionante por todos esses motivos - Lewis já demonstrou seu talento com dois prêmios Oscar de melhor ator - mas é preciso considerar essa relação íntima entre diretor e ator que tantas vezes produzem atuações espetaculares como o Lincoln de Lewis, ou ainda o Guido Anselmi de Marcello Mastroiani e Federico Fellini em 8 1/2, mas também existem personagens que facilitam grandes atuações, novamente como o Lincoln de Lewis, ou ainda o Hans Landa de Christoph Waltz em Bastardos Inglórios.

 Fonte: http://lauravandevorst.wordpress.com/2011/05/20/crisp-whites-sharp-glasses/
Legenda: Guido Anselmi de Marcello Mastroiani e Federico Fellini em 8 1/2

 Fonte: http://cinefilles.wordpress.com/2012/12/25/oooh-thats-a-tarantino-bingo/film-title-inglourious-basterds/
Legenda:  Hans Landa de Christoph Waltz em Bastardos Inglórios.


Daniel Day Lewis incorpora a mística construída em torno dos presidentes norte-americanos, e especificamente do presidente Lincoln, tão presente ao longo da história do país, talvez reonhecendo a necessidade política dos norte-americanos: um presidente que trabalhou como lenhador e ascendeu contra todas as possibilidades ao cargo político supremo do país, como fez Barack Obama. Talvez falte a Obama a confiança demostrada pela persongem de Lincoln, uma liderança sustentada pela dureza dos traços físicos do rosto anguloso e barba embranquecida pelo peso da responsabilidade mas postura ereta e serena de quem mantém o otimismo se apoiando em citações da Bíblia e histórias bem humoradas. Para os que se interessam, o IMDB tem um link de citações de filmes. Clique aqui!

Outra invariável obra de arte nos filmes de Spielberg é a fotografia, comandada por Janusz Kaminski, fotógrafo polonês que trabalha com Spielberg desde a Lista de Schindler em 1993. É necessário grande habilidade para fotografar um filme como Lincoln que se desenrola dentro do antigos prédios do século XIX onde a luz é um elementos raro que precisa ser utilizado com cautela, a habilidade de Kaminski com a luz e a sombra mesclada à tessitura vermelho-aveludada emoldurada pela solidez sóbria dos móveis maciços de madeira escura fazem o espectador tremer de frio nas tomadas externas. Semana passada, a TV à cabo transmitia um filme sobre a vida de Ernest Hemingway, no qual Clive Owen interpreta o escritor estadounidense, ao qual nem me dei ao trabalho de pesquisar o nome, porém numa cena, o fotógrafo húngaro Robert Capa em meio à Guerra Civil Espanhola dá um conselho a uma jovem sobre como fazer boas fotografias: "Basta nascer na Hungria". Depois de alguns trabalhos de Janusz Kaminski (pouco se fala, mas achei muito boa a fotografia de Munique), eu refaria a frase: "basta nascer no Leste Europeu" (apesar da fotografia ridícula do final do filme Cavalo de Guerra).

Por fim, vale muito a pena o enredo do filme, a discussão é como conseguir votos para aprovar a 13a emenda que acaba com a escravidão nos Estados Unidos da América, mas o drama trata de algo pessoal: Lincoln perdeu um filho quando ainda era uma criança e seu único filho quer abandonar os estudos para servir como soldado durante a Guerra Civil Americana, outro drama bastante atual para a sociedade norte-americana considerando as recentes guerras no Iraque e Afeganistão: é mais importante acabar o mais rapidamente com a guerrra, salvando muitos filhos inclusive o seu próprio filho ou prolongar a a guerra para acabar com a escravidão, e assim evitar a morte e tortura de tantos outros que também são filhos de alguém?

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

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Autoria: Benett
Fonte: http://blogdobenett.blog.uol.com.br/

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Carta aberta aos meus futuros ex-alunos - Salomão Schwartzman

Meus futuros ex-alunos, um grande cronista que gostaria de conehcerf pessoalmente antes que o tempo o leve. Genial a crônica de Salomão Schwartzman entitulada "Receitas práticas para qualquer um ficar rico" (05/02/2013 11:03). Ouça... e seja feliz (afinal esse é o objetivo final da educação!)

http://bandnewsfm.band.uol.com.br/Colunista.aspx?COD=102

P

sábado, 16 de fevereiro de 2013

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Autor: (os autores que atuam na internet tem nomes extremamente criativos...) Nite4awk
Fonte: http://imgur.com/gallery/wGZUA

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

"Batatinha quando nasce..."

"Quando um homem e uma mulher se casam, tornam-se um só. A primeira dificuldade é decidir qual deles."

Henry Louis Mencke

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Avanti squadra Palestrina! - adeus a Barcos...

Na realidade minha proposta era fazer outras postagens, mas o golpe no estômago que senti quando o atacante argentino Hernan Barcos foi anunciado como novo reforço do Grêmio tornou essa mais urgente, apesar de ainda não ter aceitado a saída de Barcos do elenco do alviverde Parque Antártica.

Na tarde de ontem recebi uma mensagem dizendo que havia grande possibilidade de Barcos deixar o Palmeiras, inicialmente imaginei que se traava de mais uma proposta como tantas que surgiram no final de 2012, todas negadas pelo atacante, mas ao acessar site de esportes vi a confirmação: o negócio entre o Palmeiras e o Grêmio esta muito próximo de ser concretizado envolvendo a troca do atacante pelo zagueiro Vilson, e possivelmente os volantes Léo Gago e Rondinelly, além dos atacantes Marcelo Moreno e Leandro (apenas por empréstimos até o final de 2013), além de R$ 4 milhões.

A primeira reação é a de torcedor, que pelo que tenho acompanhado, é a única emoção que muitos são capazes de ter: revolta. Não faz sentido, depois de tantas propostas no ano passado, Barcos abandonar o Palmeiras resistindo às pressões econômicas de tantos clubes, sobretudo, se transferindo para um clube que durante os anos 90 foi o grande rival do alviverde, como na Libertadores de 1995 naqueles 5 x 0 no Olímpico seguido de um 5 x 1 no Parque Antártica.



Porém, se efetivamente Barcos não estivesse interessado em permanecer no Palmeiras poderia ter deixado o clube nates da queda para a série B, poderia ter feito isso também após o encerramento da temporada passada, a permanência do atacante até essa semana demonstra que efetivamente o sentimento de carinho que Barcos declara pelo clube se justifica, afinal foi graças às suas atuações no Palmeiras (que particularmente acredito serem muito mais mérito do próprio jogador do que propriamente do time que facilitou sua atuação) que o atacante realizou um de seus sonhos, jogar na seleção argentina.

A justificativa do argentino de pensar na sua carreria apontam outro fator incompreensível para o torcedor (por mais que torça para o Palmeiras é preciso aceitar o fato), mas verdadeiramente, a ascenção técnica de Barcos é muito superior ao time que disputa a série B. O atacante Hernan Barcos possui 28 anos de idade, está no augue de sua forma física e, caso não se destaque como um jogador de renome mundial dentro de dois ou três anos, já terá idade demais para ser competitivo suficiente para um grande time da Europa ou mesmo para a seleção argentina. Como todos que trabalham, Barcos deseja uma melhor posição profissional e o cumprimento das obrigações contratuais do empregador, uma vez que a Sociedade Esportiva Palmeiras atrasou três meses de salário do argentino (cerca de R$ 1,5 milhões) (clique aqui!). Quem posdse trabalhar sem receber salário, ou quem não trocaria uma empresa que oferece um bom salário, mas não cumpre com suas obrigações financeiras por outra que o faz?

Isso sem dúvida não justifica as declarações ignorantes de Mauro Martins, pai e empresário do jogador Marcelo Moreno, que sentiu-se incomodado com a atitude do Grêmio envolvendo seu filho e investimento num negócio sem ser consultado, e acabou direcionando essa insatisfação ao Palmeiras, que na minha opinião poderia estudar a possibilidade de processar o empresário. Está mais do que justificada a revolta do goleiro Marcos no facebook (clique aqui!).

Fonte: http://blogdojuca.uol.com.br/
Legenda: triste, mas nada mais verdadeiro...

Aliás, alguns comparam Barcos a Marcos, goleiro, idolo do verdão, que se aposentou recentemente, contudo, se tratam de contextos diferentes: o atacante é argentino, não foi formado na base do clube e ainda não viveu seu auge como jogador, enquanto Marcos veio da base alviverde, venceu a Copa Libertadores da América em 1999 e foi campeão da Copa do mundo de futebol da FIFA em 2002 (sendo eleito terceiro melhor goleiro do mundo).

Então qual a grande revolta da torcida palmeirense? Quando era mais novo assistia  aum seriano no SBT chamado "Um maluco no pedaço", no original "Fresh Prince of Bel-Air", com Will Smith ainda bem jovem. A história era de um jovem negro da periferia de Los Angeles, Califórnia que se mudava para o bairro de classe alta em Bel-Air para morar com so primos, em boa parte dos episódios, a comédia se focava em dois pontos: a dificuldade de Will em se adapatar à sociedade de Bel Air sendo o "primo pobre", e sua superioridade em relação ao primo Carlton em esportes e questões práticas da vida, como relacionamentos.


Num dos episódios, Will se destaca como o melhor jogador de basquete da escola, liderando o time às finais do campeonato estadual, e, é claro, o primo Carlton tomado de inveja põe tudo à perder na grande final. Uma cena que me marcou bastante nesse episódio foi a orientação do técnico do time no intervalo da grande final: todos se concentram em torno do treinador que, e perguntando a cada um dos jogadores se entenderam sua função em quadra conclui sempre com a mesma frase: "... e passa pro Will!" - algo como:
- "O que você faz?"
- "Eu driblo o primeiro marcador..."
- "... E passa pro Will!"

Barcos era o Will do Palmeiras, era quem sempre, ou quase sempre, poderia surpreender com uma jogada que resultassse em gol e vitória como fez tantas vezes. Sem um jogador diferenciado como Barcos, o torcedor perde, em menos de três anos, referências não apenas de bom futebol, mas referências emocionais do time como Marcos, que se aposentou, Valdívia, que se mostra pouco comprometido com o clube, Kléber gladiador, que enfrentou a direção e técnico, Marcos Assunção, que foi ignorado na renovação de seu contratao pela última administração, Felipão, que afirmou ficar no clube mesmo se fosse rebaixado, e agora Barcos... Talvez o que de pior as últimas administrações tenham feito tenham sido acabar com essa referências emocionais do torcedor...

Me parece que a torcida ao chamar Barcos de "mercenário" quer dizer: "você é a nossa última esperança! Não vá!", ao menos era o que eu gostaria de ter dito. Contudo, afastando o sentimento apaixonado de torcedor, a negociação foi vantajosa para compôr um elenco, ainda mediano na minha opinião, para disputar um bom Campeonato Paulista, Brasileirão e Copa do Brasil, evitando tantas contusões, diferenças salariais (à exceção de Valdívia que também deveria deixar o clube) e disputas internas. O alviverde está se reconstruindo e, querendo ou não, deve se comportar como time em reconstrução como fez o Corinthians quando foi para a segunda divisão.

Per favore non me rompere i coglioni...

domingo, 10 de fevereiro de 2013

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Autoria Bill Waterson

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Midiofobia - Primeiro livro de Julian Assange é lançado no Brasil; "Folha" publica prefácio


Fonte: http://portalimprensa.uol.com.br/noticias/livros/56531/primeiro+livro+de+julian+assange+e+lancado+no+brasil+folha+publica+prefacio
Data: 4 de fevereiro de 2013

Já escrevi um pouco sobre o movimento Occupy Wall Street (clique aqui!). Realmente foram postagens que ficaram incompletas, mas de todos os movimentos de contestação da atual situação econômica e política mundial, movimentos inspirados no Occupy Wall Street, hackeados pelo grupo Anonymus, orientados pela filosofia de Slavoj Zizek ou inspirados pela contracultura  revolucionária de Alan Moore em V de Vingança, são interessantes para refletir sobre essa admirável mundo novo do século XXI.

Legenda: trecho do filme "V de Vingança", de 2006, que apesar de não ter agradado a Alan Moore (o que sinceramente acho bastante dificil), vale a pena ver... Esse trecho do discurso de V fala de uma Inglaterra ditatorial, mas que lembra muito a nossa democracia ocidental (como diria o Macaco Simão: piada pronta, a legenda está publicada como "DISCURSO PERFEITo, A ALGO DE ERRADO EM NOSSO PAIZ NAO HA????", o que será???)

Nesse sentido, num site bastante interessante, que fala não de notícias, mas sobre notícias de notícias, uma espécie de Observatório da Imprensa (clique aqui!), o site Portal Imprensa (clique aqui!) publicou uma reportagem com o prefácio do livro de Julian Assange lançado no Brasil que vale a pena ler (clique aqui!).

Voltando a Allan Moore, uma das discussões interessantes que tenho com os estudantes, sobretudo nesse início do ano, são sobre o filme V de Vingança, em especial o trecho em que V afirma que ideias são à prova de balas, mas como acabar com uma ideia? O império romano, ao assassinar Jesus crucificado, criou o maior símbolo do que se tornaria a religião cristã alguns anos depois... Atualmente o Estado utiliza técnicas de encampamento, incorporando, sob um verniz ideológico, essas ideias à estrutura hieráquica de poder, como fez o governo Lula a partir do segundo mandato com sua guinada à direita.

Apesar do esvaziamento do dircuso de Assange bem como de V, afinal está refugiado na embaixada do Equador em Londres ameaçado de extradição para os Estados Unidos ou Suécia por diversos crimes, (alguns plausíveis como espionagem e outros ainda contestáveis como estupro), é contraditória a situação do ciberativista australiano sob proteção de Rafael Corrêa, simpatizante do projeto bolivariano de Hugo Chávez. Contudo, ainda assim o fundador do Wikileaks me parece um dos poucos focos de resistência à lógica absurda da cultura ocidental

Vale a pena o discurso de Assange no que diz respeito a uma nova configuração geo-política para além do petróleo, enveredando pelo monopólio do governo norte-americano de softwares criptográficos, controle de cabeamento de fibra ótica e o desenvolvimento de vírus cibernéticos, incluindo a China como maior contratante de serviços de internet na África também monopolizando as redes de internet do continente mais rico em recursos naturais do mundo.

Somos vítimas da informção nessa sociedade moderna, mas me parece algo que vale a pena ser lido, não por ser verdadeiro, mas por ser bastante plausível, plausibilidade essa reforçada pela perseguição ao ciberativista, bem como do líder do grupo Anonymus.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

"Batatinha quando nasce..."

Of Dust - Pain Of Salvation



Come break my bones
Come spread my ashes
Come wear me down
Come wear me down

In life a king
In death a failure
Come help me cry
Come help me cry

I wanted to be changed by the road
I so wanted to change the road
But somehow, we both resisted change
Somehow we were both too strong
And yet, we have both winded away
Unsure of where we head
And it's like we're both confused, as to who is who
As if, late in the night, we can't tell the wanderer from the road
The walker from the walked
Maybe I'm just the road, dreaming that I walk

Dust in my throat
Dust in my nostrils
Dust in my mouth
Dust in my eyes

From dust I come
Through dust I wander
Dust I'll remain
Dust all I ama







Fonte: http://letras.mus.br/pain-of-salvation/1685514/traducao.html

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Midiofobia - Sobre a cultura da noite, a tragédia de Santa Maria e a corrupção

Fonte: http://diariodocentrodomundo.com.br/sobre-a-cultura-da-noite-a-tragedia-de-santa-maria-e-a-corrupcao/
Data: 27 de janeiro de 2013

Mais uma boa dica de site de notícias, o Diário do Centro do Mundo (clique aqui!), em especial a coluna à direita com as 10 notícias que você não pode deixar de ler, redirecionamentos para sites do mundo todo com notícias interessantes e algumas indipensáveis (afinal somos feitos de futilidade também).

Se posicionar em relação à tragédia de Santa Maria num espaço público como um blog é basstante complexo, mas acho que vale à pena.

Primeiramente, um artigo escrito nesse site (clique aqui!). Num momento de dor como esse, em que o país todo está de luto (apesar de muito duro, vale a pena ler o comentário do escritor gaúcho Fabrício Capinejar, clique aqui!, conheço pessoas que como Capinejar morreram em Santa Maria porque já viveram ou vivem do a expectativa de filhos adolescentes voltando, pra casa, a necessidade de trabalhar em casas noturnas, a curtição de chegar mais perto do palco para ouvir um show), o afastamento de quem não teve parentes ou amigos mortos ou feridos como eu, fica a observação curiosa de um sentimento vago entre aqueles afetados: justiça. Não sou psicólogo, mas me parece óbvio que o processo do luto passa pela tentantiva de racionalizar a dor para compreender e aceitar a perda, e quase sempre, isso passa pela necessidade de se fazer justiça (um moento para discurtir nossa percepção de justiça ainda se faz necessário nesse blog), por isso Emir Ruivo é bastante feliz em questionar a responsabilidade dos fatos (quesitonamento feito por tantos outros colunistas e comentaristas).

O que chama a atenção nesse artigo é a posição de Ruivo, músico que tocou por 13 anos em bares e casas noturnas, que faz uma observação interessante, descontruindo muito do que a mídia tem divulgado: não eximindo de responsabilidade empresários, prefeitura, fiscais, bombeiros e clientes, o colunista mostra como era, e esperamos que õ verbo se mantenha no passado, CONVENINENTE para empresários, prefeitura, fiscais e bombeiros que essa estrutura se mantivesse até o momento de uma tragédia como a ocorrida em Santa Maria. Outro colunista do blog, Mauro Donato, também critica a postura da mídia em relação a tragédia (clique aqui!) ao escrever: "Durante a cobertura jornalística apressada da TV, alguns comentários como “as pessoas precisam verificar, quando entram nesses lugares, se há saídas de emergência”, são ouvidos repetidas vezes. Você faz isso? Quem faz isso? Em minha próxima viagem devo pedir para ir à cabine do comandante antes do pouso para ver se ele está obedecendo os padrões direitinho? Que jovem de 18, 19 ou 20 anos irá fazer um reconhecimento de área e verificação dos equipamentos de segurança numa festa? Mesmo que o mais nerd dos nerds da faculdade seja arrastado para participar de uma balada, nem ele faria isso."

Outro artigo interessante foi escrito por Ruy Castro publicado na Folha de São Paulo (clique aqui!): somos absolutamente especialistas inépcia e solidariedade. Castro lembra bem que, depois de deslizamentos no Rio de Janeiro em 2011 (723 mortos), o incêncido de um circo norte-americano em Niterói em 1961 (503 mortos), a tragédia do Rio Grande do Sul é a terceira maior do Brasil, seguida pelo incêncido do edifício Joelma em São Paulo (curiosamente ocorrido em 1 de fevereiro de 1974 deixando 188 mortos). não encontrei a fonte, mas me parece uma reportagem da época: qualquer semelhança com o discurso da TV nos últimos dias?



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Infelizmente, o povo brasileiro parece, de desgraça em desgraça, se reiventar para manter viva a esperança de um país melhor...

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

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Fonte: http://davidtkesslerstudios.com/default.htm
Autor: David Kessler

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Carta aberta aos meus futuros ex-alunos - Aaron Swartz , criatividade e suicídio

Ah meus futuros ex-alunos! Enfim chegamos ao ano letivo de 2013, e me é tão difícil me adaptar novamente!

Volta e meia me pego refletindo não sobre grandes teorias pedagógicas sobre práticas mais elementares como por exemplo como motivar os estudantes... Ouvi de um pai recentemente a frase: "É um milagre! Ele fez a lição de casa de história sem eu ter que pedir!"o que você fez?", o verdadeiro milagre foi esse pai que operou me contando essa história.

Talvez seja um pouco triste escrever sobre isso, mas acho que vale à pena: um estudante norte-americano chamado Aaron Swartz, persguido brutalmente por suas práticas cibernética libertárias se suicidou há cerca de um mês. Mais informações nessa reportagem muito interessante publicada no jornal O Globo (clique aqui!)

Acho que vale pra começar a pesar o ano uma frase de Swartz, bastante características de mentes independentes geniais:

"O que eu sempre tive foi curiosidade. Toda criança tem uma curiosidade enorme. A questão é que a escola absorve essa curiosidade, em vez de deixar as crianças explorarem por conta própria. Quem tenta fazer algo diferente acaba tendo problemas. A curiosidade de poucas pessoas sobrevive a isso."

Aaron Swartz

Bom ano para todos!