quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Midiofobia - Sobre a cultura da noite, a tragédia de Santa Maria e a corrupção

Fonte: http://diariodocentrodomundo.com.br/sobre-a-cultura-da-noite-a-tragedia-de-santa-maria-e-a-corrupcao/
Data: 27 de janeiro de 2013

Mais uma boa dica de site de notícias, o Diário do Centro do Mundo (clique aqui!), em especial a coluna à direita com as 10 notícias que você não pode deixar de ler, redirecionamentos para sites do mundo todo com notícias interessantes e algumas indipensáveis (afinal somos feitos de futilidade também).

Se posicionar em relação à tragédia de Santa Maria num espaço público como um blog é basstante complexo, mas acho que vale à pena.

Primeiramente, um artigo escrito nesse site (clique aqui!). Num momento de dor como esse, em que o país todo está de luto (apesar de muito duro, vale a pena ler o comentário do escritor gaúcho Fabrício Capinejar, clique aqui!, conheço pessoas que como Capinejar morreram em Santa Maria porque já viveram ou vivem do a expectativa de filhos adolescentes voltando, pra casa, a necessidade de trabalhar em casas noturnas, a curtição de chegar mais perto do palco para ouvir um show), o afastamento de quem não teve parentes ou amigos mortos ou feridos como eu, fica a observação curiosa de um sentimento vago entre aqueles afetados: justiça. Não sou psicólogo, mas me parece óbvio que o processo do luto passa pela tentantiva de racionalizar a dor para compreender e aceitar a perda, e quase sempre, isso passa pela necessidade de se fazer justiça (um moento para discurtir nossa percepção de justiça ainda se faz necessário nesse blog), por isso Emir Ruivo é bastante feliz em questionar a responsabilidade dos fatos (quesitonamento feito por tantos outros colunistas e comentaristas).

O que chama a atenção nesse artigo é a posição de Ruivo, músico que tocou por 13 anos em bares e casas noturnas, que faz uma observação interessante, descontruindo muito do que a mídia tem divulgado: não eximindo de responsabilidade empresários, prefeitura, fiscais, bombeiros e clientes, o colunista mostra como era, e esperamos que õ verbo se mantenha no passado, CONVENINENTE para empresários, prefeitura, fiscais e bombeiros que essa estrutura se mantivesse até o momento de uma tragédia como a ocorrida em Santa Maria. Outro colunista do blog, Mauro Donato, também critica a postura da mídia em relação a tragédia (clique aqui!) ao escrever: "Durante a cobertura jornalística apressada da TV, alguns comentários como “as pessoas precisam verificar, quando entram nesses lugares, se há saídas de emergência”, são ouvidos repetidas vezes. Você faz isso? Quem faz isso? Em minha próxima viagem devo pedir para ir à cabine do comandante antes do pouso para ver se ele está obedecendo os padrões direitinho? Que jovem de 18, 19 ou 20 anos irá fazer um reconhecimento de área e verificação dos equipamentos de segurança numa festa? Mesmo que o mais nerd dos nerds da faculdade seja arrastado para participar de uma balada, nem ele faria isso."

Outro artigo interessante foi escrito por Ruy Castro publicado na Folha de São Paulo (clique aqui!): somos absolutamente especialistas inépcia e solidariedade. Castro lembra bem que, depois de deslizamentos no Rio de Janeiro em 2011 (723 mortos), o incêncido de um circo norte-americano em Niterói em 1961 (503 mortos), a tragédia do Rio Grande do Sul é a terceira maior do Brasil, seguida pelo incêncido do edifício Joelma em São Paulo (curiosamente ocorrido em 1 de fevereiro de 1974 deixando 188 mortos). não encontrei a fonte, mas me parece uma reportagem da época: qualquer semelhança com o discurso da TV nos últimos dias?



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Infelizmente, o povo brasileiro parece, de desgraça em desgraça, se reiventar para manter viva a esperança de um país melhor...

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