"Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.
In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.
Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.
It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul"
William Ernest Henley
sábado, 28 de agosto de 2010
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Carta aberta aos meus futuros ex-alunos - Reinício
Depois de muito tempo sem escrever sobre minhas reflexões profissionais senti necessidade de retomar essas postagens. Desde que deixei meu último emprego como assistente de professor assumi aulas como professor e precisei de algum tempo para reconhecer minhas responsabilidades antes de escrever reflexões escritas sobre essa experiência.
Recoheço que não seria muito justo iniciar postagens para vocês meus futuros ex-alunos com algo negativo, mas não posso evitar em compartilhar um sentimento de culpa que me acompanha desde o final do segundo bimestre. Numa das capacitações internas, um congresso promovido pela própria escola, um professor de biologia, hoje já experiente, compartilhava através do canal da TV escola sua experiência profissional como docente e dizia algo como: você se lembra da sua primeira aula como professor? Eu me lembro, foi inesquecível! Mas sinceramene, espero que meus alunos esqueçam porque na verdade foi uma péssima aula! (...) No início, o professor ensina o que ele não sabe, depois passa a ensinar o que sabe, e por fim, ensina o que é necessário".
Tenho certa repulsa às práticas educacionais da maioria dos pedagogos que conheci, mas reconheço que essa capacitação interna, sobretudo esse vídeo, foi bastante esclarecedor para minha prática enquanto educador, talvez porque pela primeira vez na minha profissão me reconheci nesse sentimento declaradamente comum entre os profissionais da área da educação. A conclusão inevitável desse sentimenteo era que, até aquele momento, todas as minhas aulas ou boa parte delas, não haviam sido tão boas quanto imaginava que deveriam ser.
Como iniciante, me foram confiadas apenas três turmas, sendo duas de 7º ano e uma de 8º ano, vocês meus futuros ex-alunos. Particulamente na área de história, me parece que a matéria ministrada no 8º ano é a mais complexa de todo o curso do fundamental II, pois aborda temas bastante amplos como o conceito de revolução através das revoluções liberais do final do século XVIII, sobre os quais os estudantes iniciam um processo de deduções e inferências para enfim chegar à universalização desses conceitos. Com vocês, minha turma relativamente grande do 8º ano bastante agitada, nos dois primeiros bimestres do ano, tive algumas dificuldades em ministrar essa matéria dentro da disciplina e não pude evitar em reconhecer alguma responsabilidade pelo desempenho aquém do esperado quando ouvi aquele professor de biologia repetindo "espero que meus alunos esqueçam porque na verdade foi uma péssima aula!".
Como educador sei que não devo me abater diante das dificuldades, sei que a instituição de ensino está bancando minha inexperiência, mas como ser humano que sou, e me conhecço suficientemente para afirmar isso, não posso evitar certo desânimo que logo se torna estímulo para continuar. Algumas vezes, meus futuros ex-alunos, gostaria apenas de ser mais humano e menos educador, assim, não seria necessário me fazer desconhecido para dizer que ser humano é ser capaz de perceber suas limitações e superá-las.
Norman Rockwell, uma homenagem à educadora que primeiro me abriu as portas para a educação.

Autoria Norman Rockwell
Fonte: http://www.kiireyblog.com/2010/02/norman-rockwell/
Recoheço que não seria muito justo iniciar postagens para vocês meus futuros ex-alunos com algo negativo, mas não posso evitar em compartilhar um sentimento de culpa que me acompanha desde o final do segundo bimestre. Numa das capacitações internas, um congresso promovido pela própria escola, um professor de biologia, hoje já experiente, compartilhava através do canal da TV escola sua experiência profissional como docente e dizia algo como: você se lembra da sua primeira aula como professor? Eu me lembro, foi inesquecível! Mas sinceramene, espero que meus alunos esqueçam porque na verdade foi uma péssima aula! (...) No início, o professor ensina o que ele não sabe, depois passa a ensinar o que sabe, e por fim, ensina o que é necessário".
Tenho certa repulsa às práticas educacionais da maioria dos pedagogos que conheci, mas reconheço que essa capacitação interna, sobretudo esse vídeo, foi bastante esclarecedor para minha prática enquanto educador, talvez porque pela primeira vez na minha profissão me reconheci nesse sentimento declaradamente comum entre os profissionais da área da educação. A conclusão inevitável desse sentimenteo era que, até aquele momento, todas as minhas aulas ou boa parte delas, não haviam sido tão boas quanto imaginava que deveriam ser.
Como iniciante, me foram confiadas apenas três turmas, sendo duas de 7º ano e uma de 8º ano, vocês meus futuros ex-alunos. Particulamente na área de história, me parece que a matéria ministrada no 8º ano é a mais complexa de todo o curso do fundamental II, pois aborda temas bastante amplos como o conceito de revolução através das revoluções liberais do final do século XVIII, sobre os quais os estudantes iniciam um processo de deduções e inferências para enfim chegar à universalização desses conceitos. Com vocês, minha turma relativamente grande do 8º ano bastante agitada, nos dois primeiros bimestres do ano, tive algumas dificuldades em ministrar essa matéria dentro da disciplina e não pude evitar em reconhecer alguma responsabilidade pelo desempenho aquém do esperado quando ouvi aquele professor de biologia repetindo "espero que meus alunos esqueçam porque na verdade foi uma péssima aula!".
Como educador sei que não devo me abater diante das dificuldades, sei que a instituição de ensino está bancando minha inexperiência, mas como ser humano que sou, e me conhecço suficientemente para afirmar isso, não posso evitar certo desânimo que logo se torna estímulo para continuar. Algumas vezes, meus futuros ex-alunos, gostaria apenas de ser mais humano e menos educador, assim, não seria necessário me fazer desconhecido para dizer que ser humano é ser capaz de perceber suas limitações e superá-las.
Norman Rockwell, uma homenagem à educadora que primeiro me abriu as portas para a educação.

Autoria Norman Rockwell
Fonte: http://www.kiireyblog.com/2010/02/norman-rockwell/
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Citações
"As the century nears its formidable end, our global experience of universal proportions, predicted by many greats, will arrive at our solar system, to our System Of A Down. Authoritarian Oppression, family abuse, depression caused by conformity, and economic devastation will be neutralised by technological terrorism in times of complete chaos. Control will never again be gained for toleration will become extinct. A husband quarreling with his wife will not think twice or regret his spent bullet. Hungry children will not spare the grocer. Remorse in all forms will be removed from human thoughts and actions. Freedom will only be available through revolution or death. This system of a down is unavoidable as life on this planet becomes unnecessary.о The hand has five fingers, capable and powerful, with the ability to destroy as well as create. We have the power to stop and reverse the tides of time by making our awareness of abuse known to the powers of industry and their uncouth political arms. Only by raising this awareness and promoting personal peace within today's self-defeatist society, can we allow the planet a chance to avoid self-destruction! Open your eyes, open your mouths, close your hands and make a fist."
System Of A Down
System Of A Down
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Democracia 1.7 (1) - Presidente por um dia...
Pela primeira vez fui selecionado para "participar da grande festa da democracia" como presidente de mesa na minha seção eleitoral. Pela primeira vez presidente...
No meu primeiro mandato como presidente, reconheço que ao receber a correspondência convocatória do tribunal de justiça me senti bastante desistimulado a ser presidente de um processo eleitoral dito democrático, tanto pelas campanhas dos candidatos a presidente, senador, deputado federal, deputado estadual e governador, que tenho acompanhado pela mídia, como por dispender um sábado em treinamento e um domingo para efetivamente consumar as eleições com o voto, sendo que, a depeito das últimas pesquisas, dificilmente a presidência será decidida em apenas um turno.
Sem dúvida, antes de prsidente de seção sou historiador e considero a eleição como uma conquista política inserida no processo de redemocratização do país dos anos 80 pós-ditadura militar, porém, esse processo democrático é bastante recente no Brasil considerando que após a proclamação da República em 1889 seguiram-se os governos repressores da República da Espada de Deodoro e Floriano, em seguida a República Velha e a alternância entre Minas Gerais e São Paulo na presidência do café-com-leite, que se seguiu à ditadura getulista do Estado Novo, tivemos apenas um intermezzo democrático entre 1945 e 1964 estimulado pelo desenvolvimento econômico mundial do american way of life (or way of conquer...) no pós-guerra seguido de uma nova ditadura de caráter militarista até meados da década de 80, na qual a constituição só garantiu efetivamente esses direitos na década de 1990. Utiizando a matemática, tivemos ao longo da história do Brasil o que consideramos "eleições democráticas" apenas por trinta e nove anos.
Além desse processo ainda jovem que necessita da maturação do tempo e da atuação mais firme do legislativo, desde a Grécia antiga a democracia já era percebida como ideologia política tanto por Platão, que através da maiûtica socrática em suA "República" designa o poder político aos filósofos; como por Aristóteles, que determina o poder para "os mais virtuosos, os melhores espíritos" crendo que, a democracia (demos do grego significa povo, cidadão) enquanto determinante para a atribução do poder político, era a expressão do despreparo do povo para a escolha de um governante. Assim, no Brasil, através da ideologia democrática expressa claramente nos bordões do governo federal como "Brasil um país de todos", as eleições são utilizadas como pretexto político para perpetuação de políticas de favorecimento a determinados extratos da população em troca de votos e consequente perpetuação dos mesmos partidos e políticos no poder, a "ditadura da maioria".
Portanto, enquanto presidente no dia 3 de outubro prometo acabar com o voto obrigatório na minha seção, aos que insitirem em participar, esses serão intimados a anular seu voto, sob pena de infração de crime eleitoral que prevê como pena "multa de 50% (cinqüenta por cento) a 1 (um) salário-mínimo vigente na zona eleitoral cobrada mediante sêlo federal inutilizado no requerimento em que fôr solicitado o arbitramento ou através de executivo fiscal", ou mesmo "detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa" para garantir a transparência da minha gestão presidencial nas eleições de 2010.
"Por favor, me tira o tubo!"
No meu primeiro mandato como presidente, reconheço que ao receber a correspondência convocatória do tribunal de justiça me senti bastante desistimulado a ser presidente de um processo eleitoral dito democrático, tanto pelas campanhas dos candidatos a presidente, senador, deputado federal, deputado estadual e governador, que tenho acompanhado pela mídia, como por dispender um sábado em treinamento e um domingo para efetivamente consumar as eleições com o voto, sendo que, a depeito das últimas pesquisas, dificilmente a presidência será decidida em apenas um turno.
Sem dúvida, antes de prsidente de seção sou historiador e considero a eleição como uma conquista política inserida no processo de redemocratização do país dos anos 80 pós-ditadura militar, porém, esse processo democrático é bastante recente no Brasil considerando que após a proclamação da República em 1889 seguiram-se os governos repressores da República da Espada de Deodoro e Floriano, em seguida a República Velha e a alternância entre Minas Gerais e São Paulo na presidência do café-com-leite, que se seguiu à ditadura getulista do Estado Novo, tivemos apenas um intermezzo democrático entre 1945 e 1964 estimulado pelo desenvolvimento econômico mundial do american way of life (or way of conquer...) no pós-guerra seguido de uma nova ditadura de caráter militarista até meados da década de 80, na qual a constituição só garantiu efetivamente esses direitos na década de 1990. Utiizando a matemática, tivemos ao longo da história do Brasil o que consideramos "eleições democráticas" apenas por trinta e nove anos.
Além desse processo ainda jovem que necessita da maturação do tempo e da atuação mais firme do legislativo, desde a Grécia antiga a democracia já era percebida como ideologia política tanto por Platão, que através da maiûtica socrática em suA "República" designa o poder político aos filósofos; como por Aristóteles, que determina o poder para "os mais virtuosos, os melhores espíritos" crendo que, a democracia (demos do grego significa povo, cidadão) enquanto determinante para a atribução do poder político, era a expressão do despreparo do povo para a escolha de um governante. Assim, no Brasil, através da ideologia democrática expressa claramente nos bordões do governo federal como "Brasil um país de todos", as eleições são utilizadas como pretexto político para perpetuação de políticas de favorecimento a determinados extratos da população em troca de votos e consequente perpetuação dos mesmos partidos e políticos no poder, a "ditadura da maioria".
Portanto, enquanto presidente no dia 3 de outubro prometo acabar com o voto obrigatório na minha seção, aos que insitirem em participar, esses serão intimados a anular seu voto, sob pena de infração de crime eleitoral que prevê como pena "multa de 50% (cinqüenta por cento) a 1 (um) salário-mínimo vigente na zona eleitoral cobrada mediante sêlo federal inutilizado no requerimento em que fôr solicitado o arbitramento ou através de executivo fiscal", ou mesmo "detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa" para garantir a transparência da minha gestão presidencial nas eleições de 2010.
"Por favor, me tira o tubo!"
terça-feira, 24 de agosto de 2010
sábado, 21 de agosto de 2010
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Leica 35 - L. P. D. V.
No recorte da Grande Metrópole, edifícios emolduram um pedaço da abóbada equinocial ausente de nuvens incidindo a luz fria de outono na fachada envidraçada do tradicional La Buca Romana da Oscar Freire, facho que morre sobre o busto coberto pela puída bata de lã parda da aniversariante daquele sábado. Ela permanece envolta por uma quietude tão estática que nem mesmo as menores velocidade de obturação seriam capazes de mover: as mãos pousadas estranhamente sobre a mesa como se fossem alheias ao restante do corpo; os finos cabelos acobreados já desbotando grisalhos em desalinho como se temessem se reconhecerem no espelho; e os olhos verde pêra esclarecidos pelo tempo, fixos no seu passado, como se encarassem outros que há mais de cinquenta anos atrás enxergaram que os oitenta seriam seus últimos anos.
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Democracia 1.7 (1) - Propaganda eleitoral gratuita
Apesar da importância da política nesse momento da história do nosso país, não pude evitar o jogo da semi-final da Libertadores da América entre São Paulo X Internacional e com isso perder parte do primeiro debate à presidencia da república entre José Serra, Dilma Roussef e Marina Silva na TV Bandeirantes. Se alguém disse certa vez na década de 70, em pleno regime da ditadura militar, que o Brasil é a pátria de chuteiras, após quarenta anos e com país vivendo uma democracia essa frase ainda é muito verdadeira.
Realmente não publiquei nenhuma postagem sobre o debate, nem à presidência e nem ao governo, mas pretendo me redimir escrevendo sobre o início da propaganda eleitoral gratuita essa terça-feira dia17 de agosto de 2010.
Me lembro quando era criança o quanto gostava do horário eleitoral. Ainda que não se tratasse realmente de um momento de afeto familiar, era o momento em que compartilhávamos uma paixão: a televisão. Imagino quanto meus pais se interessavam pelos debates diante das profundas transformações políticas do país com o fim da ditadura, a redemocratização, o impeachment do primeiro presidente eleito democraticamente depois de 64, mas para mim, os jingles como "Ey-ey-ey-mael", as promessas de campanha com o Aero-Trem (que mais tarde seria fraudado por Celso Pitta com o Fura-Fila e José Serra com o Expresso Tiradentes como lembrou o autor da ideia orioginal) e as velozes propagandas de incontáveis candidatos a vereador me lembravam video-games e desenhos animados japoneses como o Nintenditinho 8-bits que nunca tive e os Cavaleiros do Zodíaco.
Meus parâmetros para comparações mudaram muito desde minha infância, assistir ao horário eleitoral gratuito não me recorda os Cavaleiros do Zodíacos, mas tudo ainda parece um grande jogo.
No último domingo uma reportagem no jornal esclarecia qual a função da propaganda eleitoral gratuita (ou obrigatória como ainda se vê) e sua aplicação em outros países como distribuição do tempo destinado a cada país. No Brasil essa distribuição é bastante desigual, o que dificulta ainda mais o processo democrático e o debate político eleitoral. Esse tipo de comparação mostra claramente como a disparidade de tempo dedicado a cada candidato faz com que cada um adote uma estratégia diferente para que, em seu próprio tempo, consiga angariar algum tipo de simpatia do eleitorado a ponto deste se interessar em procurar maiores informações em redes sociais, uma grande ferramenta para a democratização.
Assim, a maior parte dos candidatos dedica seu tempo na TV para angariar a simpatia do eleitorado através das estratégias de marketing pessoal , tornado o tempo de debate político na TV em um show de horrores. Me contive para não desligar a televisão, pois senti uma enorme vergonha em participar de um processo eleitoral que promove debates políticos como o apresentado no horário eleitoral gratuito.
Por fim, um aparte para os candidatos que utilizam de sua popularidade em outros meios para tornarem-se os políticos que determinarão os destinos do nosso país como Batoré, Tiririca, Frank Aguiar, Mulher Pêra, Netinho de Paula, Ronaldo Esper, Kiko do KLB, Eli Correia Filho, o marido de Mara Maravilha, entre tantos outros. Acredito que o ser humano possui muitas habilidades, com muito treino desenvolvemos algumas delas, por isso não me parece completamente estranho que um humorista seja capaz de atuar programas humorísticos na TV e, além disso, desenvolver uma cultura política suficientemente consolidada para disputar um cargo público como vereador ou deputado estadual, porém, considerando suas campanhas na TV esses candidatos pretendem eleger-se pelo que são, como se jamais chegaressem a ser os dirigentes políticos do país como pretendem com suas campanhas, aliciando covardemente a ignorância de eleitores que não são capazes de distinguir o público do privado, como nos slogans do candidato Tiririca: "Vote em mim, quero ser o seu deputado federal. Você sabe o que faz um deputado federal? Não? Eu também não, mas vote em mim que eu te conto." ou "Vote em Tiririca. Pior que tá não fica."
Assim fica fácil entender porque a propagando eleitoral é gratuita, afinal, ninguém em sã consciência pagaria para assistir a esse show de horrores, e obrigatória, pois o show deve continuar...
"Por favor, me tira o tubo!"
Realmente não publiquei nenhuma postagem sobre o debate, nem à presidência e nem ao governo, mas pretendo me redimir escrevendo sobre o início da propaganda eleitoral gratuita essa terça-feira dia17 de agosto de 2010.
Me lembro quando era criança o quanto gostava do horário eleitoral. Ainda que não se tratasse realmente de um momento de afeto familiar, era o momento em que compartilhávamos uma paixão: a televisão. Imagino quanto meus pais se interessavam pelos debates diante das profundas transformações políticas do país com o fim da ditadura, a redemocratização, o impeachment do primeiro presidente eleito democraticamente depois de 64, mas para mim, os jingles como "Ey-ey-ey-mael", as promessas de campanha com o Aero-Trem (que mais tarde seria fraudado por Celso Pitta com o Fura-Fila e José Serra com o Expresso Tiradentes como lembrou o autor da ideia orioginal) e as velozes propagandas de incontáveis candidatos a vereador me lembravam video-games e desenhos animados japoneses como o Nintenditinho 8-bits que nunca tive e os Cavaleiros do Zodíaco.
Meus parâmetros para comparações mudaram muito desde minha infância, assistir ao horário eleitoral gratuito não me recorda os Cavaleiros do Zodíacos, mas tudo ainda parece um grande jogo.
No último domingo uma reportagem no jornal esclarecia qual a função da propaganda eleitoral gratuita (ou obrigatória como ainda se vê) e sua aplicação em outros países como distribuição do tempo destinado a cada país. No Brasil essa distribuição é bastante desigual, o que dificulta ainda mais o processo democrático e o debate político eleitoral. Esse tipo de comparação mostra claramente como a disparidade de tempo dedicado a cada candidato faz com que cada um adote uma estratégia diferente para que, em seu próprio tempo, consiga angariar algum tipo de simpatia do eleitorado a ponto deste se interessar em procurar maiores informações em redes sociais, uma grande ferramenta para a democratização.
Assim, a maior parte dos candidatos dedica seu tempo na TV para angariar a simpatia do eleitorado através das estratégias de marketing pessoal , tornado o tempo de debate político na TV em um show de horrores. Me contive para não desligar a televisão, pois senti uma enorme vergonha em participar de um processo eleitoral que promove debates políticos como o apresentado no horário eleitoral gratuito.
Por fim, um aparte para os candidatos que utilizam de sua popularidade em outros meios para tornarem-se os políticos que determinarão os destinos do nosso país como Batoré, Tiririca, Frank Aguiar, Mulher Pêra, Netinho de Paula, Ronaldo Esper, Kiko do KLB, Eli Correia Filho, o marido de Mara Maravilha, entre tantos outros. Acredito que o ser humano possui muitas habilidades, com muito treino desenvolvemos algumas delas, por isso não me parece completamente estranho que um humorista seja capaz de atuar programas humorísticos na TV e, além disso, desenvolver uma cultura política suficientemente consolidada para disputar um cargo público como vereador ou deputado estadual, porém, considerando suas campanhas na TV esses candidatos pretendem eleger-se pelo que são, como se jamais chegaressem a ser os dirigentes políticos do país como pretendem com suas campanhas, aliciando covardemente a ignorância de eleitores que não são capazes de distinguir o público do privado, como nos slogans do candidato Tiririca: "Vote em mim, quero ser o seu deputado federal. Você sabe o que faz um deputado federal? Não? Eu também não, mas vote em mim que eu te conto." ou "Vote em Tiririca. Pior que tá não fica."
Assim fica fácil entender porque a propagando eleitoral é gratuita, afinal, ninguém em sã consciência pagaria para assistir a esse show de horrores, e obrigatória, pois o show deve continuar...
"Por favor, me tira o tubo!"
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Democracia 1.7 (1) - O Analfabeto Político
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
Fonte: http://www.consciencia.net/2004/mes/01/brecht-analfabeto.html
"Por favor, me tira o tubo!"
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
Fonte: http://www.consciencia.net/2004/mes/01/brecht-analfabeto.html
"Por favor, me tira o tubo!"
sábado, 7 de agosto de 2010
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Imagem da semana
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Democracia 1.7 (1) - Lista dos impugnados
É inegável que a democracia tal qual o sistema neo-liberal a determinou ainda é bastante jovem no Brasil, tem talvez pouco mais de vinte anos, quando o então presidente Fernando Collor de Mello, atual senador pelo estado de Alagoas, foi eleito depois de grande movimento popular conhecido como "Diretas Já" que colocou a tampa, ainda que não a tenha pregado devidamente, na ditadura exercida pelos militares desde 1964.
É muita presunção acreditar que a democracia brasileira se constituirá em cinquenta anos, os revolucionários franceses levaram pelo menos 150 anos antes de constituir a base de um governo razoavelmente democrático, se considerarmos o Terror, seguido de Napoleão Bonaparte e seu sucessor Carlos Luís Napoleão Bonaparte, as revoltas da Comuna de Paris, o regime de Vichy e por fim o governo de Charles De Gaulle seguido pelo neo-liberalismo Thatcher-Reagan do pós-guerra, uma democracia do consumo.
Por ocasião das eleições achei interessante escrever postagens a respeito do assunto, além de alguns links de utilidade pública, afinal, para não se alienar do mundo em que vivemos é preciso compreender política, ainda que não necessariamente gostar dela.
A notícia mais interessante que encontrei nos últimos dias que antecedem os debates pela TV Bandeirantes (que ocorre no mesmo dia e hora da transmissão do jogo entre São Paulo e Internacional pela semi-final da Taça Libertadores da América na Rede Globo) é a lista de impugnações do Ministério Público Eleitoral, não fiz uma análise detida, mas segue o link:
http://congressoemfoco.uol.com.br/noticia.asp?cod_canal=21&cod_publicacao=33628
Curiosidade: o número de deputados federais é determinado pela população de cada estado, o número de deputados estaduais é determinado pelo triplo de deputados federais, segundo a Constituição Federal:
"Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze."
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm
O Maranhão tem população de cerca de 6 a 7 milhões de habitantes, 18 deputados federais e 32 deputados estaduais, 42 impugnados. Comparando com São Paulo por exempl0 que possui população de cerca de 41 a 42 milhões de habitantes, 70 deputados federais e 90 deputados estaduais e 60 impugnados. Qual a maior personalidade política do Maranhão? O presidente do Senado, José Sarney, graduado e condecorado coronel maranhense.
"Por favor, me tira o tubo!"
É muita presunção acreditar que a democracia brasileira se constituirá em cinquenta anos, os revolucionários franceses levaram pelo menos 150 anos antes de constituir a base de um governo razoavelmente democrático, se considerarmos o Terror, seguido de Napoleão Bonaparte e seu sucessor Carlos Luís Napoleão Bonaparte, as revoltas da Comuna de Paris, o regime de Vichy e por fim o governo de Charles De Gaulle seguido pelo neo-liberalismo Thatcher-Reagan do pós-guerra, uma democracia do consumo.
Por ocasião das eleições achei interessante escrever postagens a respeito do assunto, além de alguns links de utilidade pública, afinal, para não se alienar do mundo em que vivemos é preciso compreender política, ainda que não necessariamente gostar dela.
A notícia mais interessante que encontrei nos últimos dias que antecedem os debates pela TV Bandeirantes (que ocorre no mesmo dia e hora da transmissão do jogo entre São Paulo e Internacional pela semi-final da Taça Libertadores da América na Rede Globo) é a lista de impugnações do Ministério Público Eleitoral, não fiz uma análise detida, mas segue o link:
http://congressoemfoco.uol.com.br/noticia.asp?cod_canal=21&cod_publicacao=33628
Curiosidade: o número de deputados federais é determinado pela população de cada estado, o número de deputados estaduais é determinado pelo triplo de deputados federais, segundo a Constituição Federal:
"Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze."
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm
O Maranhão tem população de cerca de 6 a 7 milhões de habitantes, 18 deputados federais e 32 deputados estaduais, 42 impugnados. Comparando com São Paulo por exempl0 que possui população de cerca de 41 a 42 milhões de habitantes, 70 deputados federais e 90 deputados estaduais e 60 impugnados. Qual a maior personalidade política do Maranhão? O presidente do Senado, José Sarney, graduado e condecorado coronel maranhense.
"Por favor, me tira o tubo!"
Desabafo de fim de férias?
No último domingo, dia 1º de agosto de 2010, eu, Piero Cassa juntamente com minha namorada, retornávamos de nossas férias nas Serra Gaúcha para São Paulo depois de merecidas férias.
Tomamos o ônibus na rodoviária de Caxias do Sul até a capital gaúcha bastante adiantados, às 16 hrs, pois obras eram realizadas na RS-116 próximo à Canoas, grande Porto Alegre, e o tráfego estaria intenso na entrada da cidade. Chegamos ao aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre por volta das 18:30 hrs para embarcar às 20 hrs no vôo 1245 da Gol Linhas Aéreas com destino ao aeroporto de Congonhas em São Paulo.
Uma vez nos adiantamos fazendo o check-in pela internet um dia antes, porém, ao despachar nossas bagagens fomos informados que houve um atraso no nosso vôo que deixara o aeroporto de São Paulo com quinze minutos de atraso, que, somados à meia hora prevista para o embarque de passageiros com suas bagagens e troca de tripulação totalizavam quarenta e cinco minutos de atraso no vôo 1245. Enquanto tomávamos café aguardando o embarque, os painéis do aeroporto Salgado Filho que até então marcavam "atraso previso de uma hora" saltou para "atraso previsto de duas horas", quando então nos dirigimos ao balcão da companhia aérea para obter maiores informações sobre o atraso.
A única informações que conseguimos foi que houve um problema com a tripulação em São Paulo e que houve um problema nos pousos e decolagens em diversos aeroportos muitos vôos de diversas companhias estavam atrasados e por isso nosso avião não havia decolado. Pois se foi assim por que não nos foi comunicado que o vôo não decolara desde o início, uma vez que um vôo São Paulo-Porto Alegre leva aproximadamente uma hora e meia? Por que haveria um problema com pousos e decolagens em diversos aeroportos se somente os vôos da Gol apresentavam atrasos segundo os paínéis do aeroporto? Sem dúvida a empresa nos privou de informações, o que impediu muitos passageiros de procurarem meios de transporte alternativos para retornarem à São Paulo como outras empresas de transporte aéreo ou mesmo o transporte rodoviário, pois 1º de agosto foi o último dia de férias escolares de inverno e muitos retornariam ao trabalho no dia seguinte.
Muitos passageiros procuravam seus direitos, como direito a informações (ANAC resolução no 141 de 9 de março de 2010 - capítulo I, seção I, art 2º), alimentação (ANAC resolução no 141 de 9 de março de 2010 - capítulo IV, seção I, par 1º, item II) e, quando os paínéis do Salgado Filho mostraram "atraso previsto de quatro horas" a reacomodação (ANAC resolução no 141 de 9 de março de 2010 - capítulo IV, seção I, par 1º, item III). Apesar das novas resoluções da ANAC, a companhia aérea não demostrou qualquer preocupação em informar aos passageiros seus direitos, não havia nenhum tipo de orientação da própria ANAC ou INFRAERO, pois os guichês estavam fechados às 20 hrs, e não há em Porto Alegre os juizados especiais de aeroportos, que só foram instalados nos aeroprotos mais movimentados do pais, a saber, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Somente ao requerer junto à companhia aérea a alimentação adequada conforme a resolução no 141 de 9 de março de 2010 foi possível confrontar as informações obtidas por outros passageiros: uma senhora angustiada pela demora da filha que retornaria de São Paulo no mesmo avião relatava que ela ainda não tinha deixado o aeroporto de Congonhas, um casal de namorados que entrara em contato com amigos dizia que a internet divulgava os atrasos sem determinar a causa, um rapaz afirmava que os pilotos da companhia aérea haviam entrado em greve por melhores salários. O restaurante por kilo Poa Express, ao qual fomos direcionados para nos alimentar enquanto aguardávamos nosso vôo, não foi capaz de atender a todos os passageiros, entre os quais incluiam-se crianças e idosos, pois segundo a gerente, o restaurante, que encerra suas atividades às 22 hrs, não estava preparado para receber o grande número de passageiros e por isso os direcionou à cafeteria Grão Café.
Nem mesmo a cobertura da imprensa intimidou a companhia aérea a fornecer maiores informações. Pouco a pouco os passageiros perdiam a calma, com as normas que regulam as relações entre consumidor e empresa por um fio, também as normas que regulam as relações entre seres humanos estava prestes a se romper. Agressões verbais a funcionários da Gol pouco a pouco se tornaram frequentes, pois considerando o atraso o vôo, se o mesmo ocorresse, seria redirecionado para Cumbica em Guarulhos, São Paulo, tornando a viagem ainda mais longa, outras companhias aéreas, que eventualmente poderiam receber passageiros, já encerravam suas atividades no Salgado Filho, que fecha por volta da meia-noite, enfim, somente com a notícia de que o vôo fora cancelado as agressões cessaram para dar lugar outrs sentimentos como frustração e .
O estresse emocional dos passageiros durante a demorada remarcação do vôo para 12:10 hrs, a retirada das bagagens e o translado até o Hotel Continetal, em frente à rodoviária de Porto Alegre, encerraram o primeiro dia de atrasos nos vôos da Gol linhas aéreas. Não acompanhei o translado, pois um funcionário que acomodaria as bagagens dos passageiros no ônibus da Expresso Caxiense foi extremamente desrespeitoso com minha companheira ao responder alguns questionamentos sobre a possibilidade de fazer maior número de viagens para que não aguardássemos todos os passageiros fazerem suas remarcações devido a estarmos extremamente desgastados por tentar embarcar a quatro horas e meia, para evitar conflitos tomamos um taxi para o Hotel Continental onde pudemos descansar um pouco.
No dia seguinte fomos apanhados no hotel por volta das 10:20 hrs da manhã e novamente chegamos cedo ao aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre para embarcar às 12:10 hrs no vôo 1243 da Gol Linhas aéreas, mas novamente o vôo apareceu como "atraso previsto de uma hora", saltando novamente para "atraso previsto de duas horas". Felizmente conseguimos autorização para alimentação rapidamente, ainda que algumas pessoas recebessem sua alimentação em restaurantes diferentes como o Missões Gourmet e o Poa Express, separando casais e amigos quer voariam juntos. Somente às 13:45 hrs, o vôo fora confirmado e embarcamos de volta para São Paulo, com quase 18 horas de atraso em relação à passagem que compramos.
Com tudo isso me pergunto: que país é esse que pretende promover uma modernização em sua infra-estrutura de transportes, esporte e lazer para atender aos milhares de estrangeiros que comparecerão ao Brasil em 2014 e 2016 sem antes providenciar tudo isso ao seu próprio povo?
Tomamos o ônibus na rodoviária de Caxias do Sul até a capital gaúcha bastante adiantados, às 16 hrs, pois obras eram realizadas na RS-116 próximo à Canoas, grande Porto Alegre, e o tráfego estaria intenso na entrada da cidade. Chegamos ao aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre por volta das 18:30 hrs para embarcar às 20 hrs no vôo 1245 da Gol Linhas Aéreas com destino ao aeroporto de Congonhas em São Paulo.
Uma vez nos adiantamos fazendo o check-in pela internet um dia antes, porém, ao despachar nossas bagagens fomos informados que houve um atraso no nosso vôo que deixara o aeroporto de São Paulo com quinze minutos de atraso, que, somados à meia hora prevista para o embarque de passageiros com suas bagagens e troca de tripulação totalizavam quarenta e cinco minutos de atraso no vôo 1245. Enquanto tomávamos café aguardando o embarque, os painéis do aeroporto Salgado Filho que até então marcavam "atraso previso de uma hora" saltou para "atraso previsto de duas horas", quando então nos dirigimos ao balcão da companhia aérea para obter maiores informações sobre o atraso.
A única informações que conseguimos foi que houve um problema com a tripulação em São Paulo e que houve um problema nos pousos e decolagens em diversos aeroportos muitos vôos de diversas companhias estavam atrasados e por isso nosso avião não havia decolado. Pois se foi assim por que não nos foi comunicado que o vôo não decolara desde o início, uma vez que um vôo São Paulo-Porto Alegre leva aproximadamente uma hora e meia? Por que haveria um problema com pousos e decolagens em diversos aeroportos se somente os vôos da Gol apresentavam atrasos segundo os paínéis do aeroporto? Sem dúvida a empresa nos privou de informações, o que impediu muitos passageiros de procurarem meios de transporte alternativos para retornarem à São Paulo como outras empresas de transporte aéreo ou mesmo o transporte rodoviário, pois 1º de agosto foi o último dia de férias escolares de inverno e muitos retornariam ao trabalho no dia seguinte.
Muitos passageiros procuravam seus direitos, como direito a informações (ANAC resolução no 141 de 9 de março de 2010 - capítulo I, seção I, art 2º), alimentação (ANAC resolução no 141 de 9 de março de 2010 - capítulo IV, seção I, par 1º, item II) e, quando os paínéis do Salgado Filho mostraram "atraso previsto de quatro horas" a reacomodação (ANAC resolução no 141 de 9 de março de 2010 - capítulo IV, seção I, par 1º, item III). Apesar das novas resoluções da ANAC, a companhia aérea não demostrou qualquer preocupação em informar aos passageiros seus direitos, não havia nenhum tipo de orientação da própria ANAC ou INFRAERO, pois os guichês estavam fechados às 20 hrs, e não há em Porto Alegre os juizados especiais de aeroportos, que só foram instalados nos aeroprotos mais movimentados do pais, a saber, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Somente ao requerer junto à companhia aérea a alimentação adequada conforme a resolução no 141 de 9 de março de 2010 foi possível confrontar as informações obtidas por outros passageiros: uma senhora angustiada pela demora da filha que retornaria de São Paulo no mesmo avião relatava que ela ainda não tinha deixado o aeroporto de Congonhas, um casal de namorados que entrara em contato com amigos dizia que a internet divulgava os atrasos sem determinar a causa, um rapaz afirmava que os pilotos da companhia aérea haviam entrado em greve por melhores salários. O restaurante por kilo Poa Express, ao qual fomos direcionados para nos alimentar enquanto aguardávamos nosso vôo, não foi capaz de atender a todos os passageiros, entre os quais incluiam-se crianças e idosos, pois segundo a gerente, o restaurante, que encerra suas atividades às 22 hrs, não estava preparado para receber o grande número de passageiros e por isso os direcionou à cafeteria Grão Café.
Nem mesmo a cobertura da imprensa intimidou a companhia aérea a fornecer maiores informações. Pouco a pouco os passageiros perdiam a calma, com as normas que regulam as relações entre consumidor e empresa por um fio, também as normas que regulam as relações entre seres humanos estava prestes a se romper. Agressões verbais a funcionários da Gol pouco a pouco se tornaram frequentes, pois considerando o atraso o vôo, se o mesmo ocorresse, seria redirecionado para Cumbica em Guarulhos, São Paulo, tornando a viagem ainda mais longa, outras companhias aéreas, que eventualmente poderiam receber passageiros, já encerravam suas atividades no Salgado Filho, que fecha por volta da meia-noite, enfim, somente com a notícia de que o vôo fora cancelado as agressões cessaram para dar lugar outrs sentimentos como frustração e .
O estresse emocional dos passageiros durante a demorada remarcação do vôo para 12:10 hrs, a retirada das bagagens e o translado até o Hotel Continetal, em frente à rodoviária de Porto Alegre, encerraram o primeiro dia de atrasos nos vôos da Gol linhas aéreas. Não acompanhei o translado, pois um funcionário que acomodaria as bagagens dos passageiros no ônibus da Expresso Caxiense foi extremamente desrespeitoso com minha companheira ao responder alguns questionamentos sobre a possibilidade de fazer maior número de viagens para que não aguardássemos todos os passageiros fazerem suas remarcações devido a estarmos extremamente desgastados por tentar embarcar a quatro horas e meia, para evitar conflitos tomamos um taxi para o Hotel Continental onde pudemos descansar um pouco.
No dia seguinte fomos apanhados no hotel por volta das 10:20 hrs da manhã e novamente chegamos cedo ao aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre para embarcar às 12:10 hrs no vôo 1243 da Gol Linhas aéreas, mas novamente o vôo apareceu como "atraso previsto de uma hora", saltando novamente para "atraso previsto de duas horas". Felizmente conseguimos autorização para alimentação rapidamente, ainda que algumas pessoas recebessem sua alimentação em restaurantes diferentes como o Missões Gourmet e o Poa Express, separando casais e amigos quer voariam juntos. Somente às 13:45 hrs, o vôo fora confirmado e embarcamos de volta para São Paulo, com quase 18 horas de atraso em relação à passagem que compramos.
Com tudo isso me pergunto: que país é esse que pretende promover uma modernização em sua infra-estrutura de transportes, esporte e lazer para atender aos milhares de estrangeiros que comparecerão ao Brasil em 2014 e 2016 sem antes providenciar tudo isso ao seu próprio povo?
Assinar:
Comentários (Atom)




