Pela primeira vez fui selecionado para "participar da grande festa da democracia" como presidente de mesa na minha seção eleitoral. Pela primeira vez presidente...
No meu primeiro mandato como presidente, reconheço que ao receber a correspondência convocatória do tribunal de justiça me senti bastante desistimulado a ser presidente de um processo eleitoral dito democrático, tanto pelas campanhas dos candidatos a presidente, senador, deputado federal, deputado estadual e governador, que tenho acompanhado pela mídia, como por dispender um sábado em treinamento e um domingo para efetivamente consumar as eleições com o voto, sendo que, a depeito das últimas pesquisas, dificilmente a presidência será decidida em apenas um turno.
Sem dúvida, antes de prsidente de seção sou historiador e considero a eleição como uma conquista política inserida no processo de redemocratização do país dos anos 80 pós-ditadura militar, porém, esse processo democrático é bastante recente no Brasil considerando que após a proclamação da República em 1889 seguiram-se os governos repressores da República da Espada de Deodoro e Floriano, em seguida a República Velha e a alternância entre Minas Gerais e São Paulo na presidência do café-com-leite, que se seguiu à ditadura getulista do Estado Novo, tivemos apenas um intermezzo democrático entre 1945 e 1964 estimulado pelo desenvolvimento econômico mundial do american way of life (or way of conquer...) no pós-guerra seguido de uma nova ditadura de caráter militarista até meados da década de 80, na qual a constituição só garantiu efetivamente esses direitos na década de 1990. Utiizando a matemática, tivemos ao longo da história do Brasil o que consideramos "eleições democráticas" apenas por trinta e nove anos.
Além desse processo ainda jovem que necessita da maturação do tempo e da atuação mais firme do legislativo, desde a Grécia antiga a democracia já era percebida como ideologia política tanto por Platão, que através da maiûtica socrática em suA "República" designa o poder político aos filósofos; como por Aristóteles, que determina o poder para "os mais virtuosos, os melhores espíritos" crendo que, a democracia (demos do grego significa povo, cidadão) enquanto determinante para a atribução do poder político, era a expressão do despreparo do povo para a escolha de um governante. Assim, no Brasil, através da ideologia democrática expressa claramente nos bordões do governo federal como "Brasil um país de todos", as eleições são utilizadas como pretexto político para perpetuação de políticas de favorecimento a determinados extratos da população em troca de votos e consequente perpetuação dos mesmos partidos e políticos no poder, a "ditadura da maioria".
Portanto, enquanto presidente no dia 3 de outubro prometo acabar com o voto obrigatório na minha seção, aos que insitirem em participar, esses serão intimados a anular seu voto, sob pena de infração de crime eleitoral que prevê como pena "multa de 50% (cinqüenta por cento) a 1 (um) salário-mínimo vigente na zona eleitoral cobrada mediante sêlo federal inutilizado no requerimento em que fôr solicitado o arbitramento ou através de executivo fiscal", ou mesmo "detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa" para garantir a transparência da minha gestão presidencial nas eleições de 2010.
"Por favor, me tira o tubo!"
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