Data: 25 de junho de 2011
Existe muita discussão sobre o futuro da mídia impressa diante do desenvolvimento das novas tecnologias de informação aplicadas às internet. Sinceramente, não acredito no fim da mídia impressa, mas numa transição gradual até um equilíbrio entre ambas; sempre haverá um romântico que, como eu, apesar de necessitarem de um computador possuem em casa uma velha máquina de escrever em casa, enm que seja apenas um objeto de uso esporádico.
A respeito dessa discussão, as diversas mídias procuram se adaptar a essa nova realidade, como por exemplo publicando conteúdos em seus sites, como fez primeiro o Estado de São Paulo seguido pela Folha de São Paulo, ou deixando o papel para tornarem-se jornais unicamente disponiveis na internet, como o Jornal do Brasil no Rio de Janeiro. Entre essas tentativas de adaptarem-se à nova realidade da informação, o Estado de São Paulo tem publicado há alguns meses todos os sábados no caderno Cidades/Metrópole as "Twittadas da semana".
Considero que a possibilidade de coletivização da informação através da internet possa ser muito melhor aproveitada do que com algumas twittadas lidas nessa coluna sabática do Estado de São Paulo nas últimas semanas: "Bom dia, hoje acordei bem humorada!" ou "Genteeennn! Que frio faz em Sampa!"; definitivamente, existem usuários bastante prolixos. Contudo, alguns publicam reflexões interessantes, próprias ao século XXI, reflexões em 140 caracteres, uma delas a do deputado federal do Rio de Janeiro, Jean Wyllys:
"Defender projeto do Dia do Orgulho Hetero é mais que conservadorismo: é ignorância (e uma dose de cinismo!)"
JEAN WYLLYS / DEPUTADO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, SOBRE A POLÊMICA CRIADA NA CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO NESTA SEMANA

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:2004-GayPrideBrazil-45409.jpeg
Legenda: VIII Parada Gay em São Paulo, 14 de Junho de 2004, Agência Brasil
Ainda falta maturidade ao jovem deputado federal. Wyllys se refere à defesa da heterosexualidade como cinismo e ignorância, e talvez realmente seja, caso o BBB não fosse um deputado federal, mas na sua atual posição política, qualquer manifestação política que defenda causas, anda que estas violem a atual condição de legalidade, como é o caso do consumo de drogas como a maconha, é uma manifestação de liberdade consitucionalmente conquistada após um longo período de repressão ditatorial militar.
Não quero dizer com isso que o membro de uma cadeira no poder legislativo não deva manifestar suas opiniões concernentes aos assuntos em pauta, muito pelo contrário, se espera que um deputado ou senador se manifeste de modo a estimular o debate político que deve dar origem às decisões da casa. Contudo, é preciso ter muito cuidado para não confundir uma decisão política tomada em favor da coletividade com uma posição política defendida em favor de uma minoria, ainda que a necessidade de defesa da minoria seja necessária. Jean Wyllis é representate de interesses muito maiores do que interesses pessoais ou de grupos com os quais simpartize, é porta voz do interesse nacional (ou pelo menos da parte da nação que o elegeu, que se supõe ser uma maioria) e por isso não pode confundir maioria e minoria com direito constitucional.
Jean Wyllys é um produto da grande mídia, alçado à Câmara dos Deputados pela sua participação no Big Brother 5, seria esperado que utilizasse o Twitter para se manter na mídia, porém, ao contrário do que poderia supor, tem coletivizado o debate acerca do homosexualismo através da rede social, o que é muito positivo par a democracia brasileira. Da mesma maneira, o deputado federal Tiririca, humorista que participava do "Programa do Tom" na Record, num recente comercial tentou explicar de maneira clara para seus eleitores a irregularidade constitucional que é a prática no nepotismo, num linguagem direta e simples, atingindo muito mais pessoas do que os intelectuais que há anos estão no poder.
Talvez os eleitos mais criticados pela classe média brasileira sejam capazes de promover maiores mudanças do que se espera...

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