terça-feira, 11 de junho de 2013

Avanti squadra Palestrina! - Sport 1 X 0 Palmeiras

Recentemente um professor me contava acerca de sua concepção de futebol enquanto explica sua posição ludopédica sobre a contratação de Alexandre Pato para o seu time, o Esporte Clube Corinthians. Não saberia reproduzir uma fração de seu discurso, porém, basta ao leitor saber que sua paixão pelo clube era tanta que prometeu não torcer enquanto o genro de Silvio Berlusconi atuasse pelo alvinegro da zona leste.

Noutro episódio com o mesmo colega, a derrota de seu time, e consequente eliminação da Libertadores da América de 2013, que foi prejudicado pela atuação do árbitro paraguaio (a própria piada pronta como diria José Simão) Carlos Amarilla, o professor afirmou que só participaria do fantasy game Cartola FC se pudesse escalar o juiz "e tem que ter o Amarilla porque os times contra o Corinthiasn sempre vão ganhar!". Entre reflexões sobre escrever postagens acerca do Cartola FC, cheguei à conclusão que ele tem toda razão.



Não se trata apenas da segunda derrota do time da Sociedade Esportiva Palmeiras no brasileirão série B para o Sport na tarde de sábado, ainda que, assim como o Corinthians, o alviverde de Palestra Itália tenha sido prejudicado pela atuação do árbitro Wagner Reway, afinal o time do Palmeiras jogou melhor e mereceu o resultado. Se trata do futebol emular as circunstancialidades da vida.

Ainda que não seja um time que transmita absoluta segurança ao seu torcedor, o time paulista atacou bastante, sobertudo após os 20 minutos de jogo quando estava sendo sufocado pelo vice-campeão pernambucano de 2013, criando ótimas oportunidades de gol. A chuva mudou a cara do jogo, bem como a drenagem deficiente da Ilha do Retiro que durante o segundo tempo realmente tornou-se uma ilha, ou melhor um arquipélago, um conjunto de ilhas, do dicionário: uma porção de terra cercada por água de todos os lados.

Como a qualidade técnica não é marca de nenhuma dos dois times, o campo enchacado tornou a partida ainda menos técnica e condenada a um empate sem gols, até uma contingência do árbitro, como a marcação de um escanteio em jogada envolvendo Márcio Araújo, e, a partir desse escanteio, um toque de mão preparando o gol de Nunes do Sport ao 47 minutos do segundo tempo, determinou essa segunda derrota.

Fazendo uma comparação, e tantando manter a separação entre dois assuntos tão complexos como futebol e religião, sempre me peguei a refletir sobre uma das histórias da minha infância quando, próximo nos finais de semana e feriados, acordava cedo para assistir desenhos na TV, porém, ccom tantos  feriados religiosos no Brrasil, por anos era obrigado a assistir desenhos bíblicos... Sempre me interessei pelas parábolas mesmo não vindo de uma família ortodoxa, mas me lembro, não sei se num desenho de minha meninice ou se em leituras depois de adulto, que sempre me incomodou a parábola do filho pródigo:

Continuou: Um homem tinha dois filhos. Disse o mais moço a seu pai: Meu pai, dá-me a parte dos bens que me toca. Ele repartiu os seus haveres entre ambos. Poucos dias depois o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para um país longínquo, e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente. Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidades.Foi encostar-se a um dos cidadãos daquele país, e este o mandou para os seus campos guardar porcos. Ali desejava ele fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Caindo, porém, em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui estou morrendo de fome! Levantar-me-ei, irei a meu pai e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e diante de ti: já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus jornaleiros. Levantando-se, foi para seu pai. Estando ele ainda longe, seu pai viu-o e teve compaixão dele e, correndo, o abraçou e beijou. Disse-lhe o filho: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei-me depressa a melhor roupa e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também o novilho cevado, matai-o, comamos e regozijemo-nos, porque este meu filho era morto e reviveu, estava perdido e se achou. E começaram a regozijar-se. Seu filho mais velho estava no campo; quando voltou e foi chegando à casa, ouviu a música e a dança: e chamando um dos criados, perguntou-lhe que era aquilo. Este lhe respondeu: chegou teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde. Ele se indignou, e não queria entrar; e saindo seu pai, procurava conciliá-lo. Mas ele respondeu a seu pai: Há tantos anos que te sirvo, sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para eu me regozijar com os meus amigos; mas quando veio este teu filho, que gastou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado. Replicou-lhe o pai: Filho, tu sempre estás comigo, e tudo o que é meu é teu; entretanto cumpria regozijarmo-nos e alegrarmo-nos, porque este teu irmão era morto e reviveu, estava perdido e se achou. (Lucas 15:11-32)

Talvez porque como primogênito, tenha também me sentido o filho injustiçado como o filho que permanece em casa, mas a reflexão mais simples é essa: nossa percepção de justiça é absolutamente subjetiva. O Palmeiras, assim como o Corinthians, perdeu injustamente e você pode conviver com isso e, como diz Salomão Schvartzman, ser feliz, ou não. Simples assim.


Per favore non me rompere i coglioni...

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