terça-feira, 18 de junho de 2013

Carta aberta aos meus futuros ex-alunos - Salman Khan e a tecnologia (II)

Com a educação se passa algo parecido, não porque esse desenvolvimento tecno-científico pode ser aplicado como previa a escola positiva de Comte ao campo da educação, mas porque as transformações que esse desenvolvimento causou, exigem que a escola também mude.

Efetivamente as instituições educacionais mudaram durante a Revolução Industrial formando não homens que, como previam os revolucionários iluministas americanos e europeus, fossem " livres e iguais em direitos", mas operários como os homens máquinas no último discurso do "Grande Ditador" (1943) de Chaplin ou "Metrópolis" (1927) de Fritz Lang, que se submetessem aos desígnios da burguesia industrial que, com a ajuda desses mesmo operários, antes artesãos e camponeses, transformou a Europa acabando com o Antigo Regime. Me parece que hoje, semelhantemente, a educação tem como objetivo formar não operários, mas consumidores para manter o regime dominante.



O que Kahn propõe enquanto aplicação da tecnologia na educação é um grande avanço para formação educacional,, mas pode-se converter em simples formação de consumidores, pois como se convencionou erradamente, a tecnologia é um meio e não uma finalidade. Ao subverter essa relação, uma relação de poder em si mesma, acabamos enquanto professores formando apenas consumidores.

Primeiramente vou pontuar alguns aspectos que considero interessantes da metodologia (e uma vez mais, trata-se apenas deum método, a discussão mais importante, e que pode ser afetada pelo método, é a finalidade).

Antes de mais nada, Khan consegue, através de seu método, aproximar o estudantes de seu próprio universo, muitas vezes renegado pelas próprias instituições educacionais: ao afirmar que seus primos preferiam o "Kahn Youtube" ao "Kahn de carne e osso", é absolutamente plausível e necessário a sociedade se transformou rapidamente e o poder de concentração se esfacelou e os estudantes de hoje tem cada vez mais facilidade em assistir a um vídeo que podem pausar e repetir do que ouvir a um professor, é a sociedade da informação do século XXI já predita pela escola de Frankfurt nos anos 30 do século XXI.

Essa aproximação garante ao estudante senão o aprendizado em si mesmo, maior proximidade com o aprendizado e sobretudo, maior interesse e curiosidade. Sempre afirmo para pais que se interessam pelo repentino interesse dos filhos em relação à minha disciplina com essa simples palavra: curiosidade.

Curiosity
Pain of Salvation

Your love is beautiful.
Your love is sensual.
My love will puncture your skin.
My love goes all the way in.

Your love is poetry.
My love is sodomy.
Your love is Everything.
My love is Anything.

We believe it's personality,
but it's really sexuality.
We put faith in love and honesty,
but the stuff that makes our history and sets us free
is curiosity.

My love is physical.
A shameless animal.
One with all riding the wave.
A childish lust feeling it's way.

We believe it's personality,
but it's really sexuality.
We put faith in love and honesty,
but the stuff that makes our history and sets us free
is curiosity.

You say love's divine.
(my love is beautiful/your love will puncture your skin
/we believe it's personality)

Well baby, so is mine.
See the only time I hear you take the name of the Lord
is when you're tied to the bed with your face against the head board.
So, do you take it in vain?
Then why would you take it again and again?

We believe it's personality,
but it's really sexuality.
We put faith in love and honesty,
but the stuff that makes our history and sets us free
is curiosity

Curiosidade

Seu amor é bonito
Seu amor é sensual
Meu amor vai perfurar a pele
Meu amor vai todo o caminho dentro

Seu amor é poesia
Meu amor é sodomia
Seu amor é tudo
Meu amor é qualquer coisa

Nós acreditamos que a personalidade
mas é realmente a sexualidade
Nós colocamos fé no amor e honestidade
mas as coisas que faz com que a nossa história e nos liberta
é a curiosidade

Meu amor é físico
Um animal sem vergonha
Um com todos aproveitando a onda
A luxúria infantil sentindo a sua maneira

Nós acreditamos que a personalidade
mas é realmente a sexualidade
Nós colocamos fé no amor e honestidade
mas as coisas que faz com que a nossa história e nos liberta
é a curiosidade

Você diz que o amor é divino
(Meu amor é lindo o seu amor vai perfurar a pele
Acreditamos que é personalidade)
Bem, baby, isso é meu

Veja a única vez que eu ouço você tomar o nome do Senhor
é quando você está amarrado à cama com o seu rosto contra a placa de cabeça
Então, se você toma isso em vão?
Então, por que você levá-la de novo e de novo?

Nós acreditamos que a personalidade
mas é realmente a sexualidade
Nós colocamos fé no amor e honestidade
mas as coisas que faz com que a nossa história e nos liberta
é a curiosidade


Também interessa na metodologia do físico e matemático estadunidense de origem indiana a proximidade com os desafios profissionais que serão propostos ao estudante durante sua vida adulta, afinal, atualmente, não existe atividade profissional que pelo menos não recomende fortemente um domínio das tecnologias computacionais.

Já do ponto de vista didático para o professor, a possibilidade de sistematização do conhecimento produzido contribui para se pensar uma aula ou um conjunto de aulas completas, preparando-as através de gravações com a possibilidade de editar as aulas se necessário, ainda que, essa aula torna-se pouco interativa entre professor e estudante, falta de interatividade essa parcialmente compensada pelas possibilidades de interatividade através de outras ferramentas educacionais ligadas à internet como facebook ou twitter, uma interatividade com a web e até mesmo com os professores.

Por fim, achei extremamente interessante o uso da tela como um quadro negro, garantindo às explicações algo que escapa às inúmeras experiências educacionais aplicadas à tecnologia: a morosidade. Existe um timing para o amadurecimento do aprendizado e o quadro de Khan garante isso.

Continua...

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