segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Primeiro dia de férias e o futuro da raça humana

Primeiro dia de ferias e fim do mundo. Por que caralho o fim do mundo tem que cair justamente no inicio das minhas férias? Esse ano o mundo poderia se acabar em tantos outros dias melhores como antes daquele Palmeiras X Flamengo ou antes daquela viagem de estudo de meio em setembro, antes de terminar meu 13o salário...

É um periodo curioso pra se interromper as atividades e refletir sobre o ano: um pouco de interesse e leitura revelam que o nascimento do homem determina a contagem do tempo da sociedade ocidental (Jesus para os desinformados) não foi dia 25 de dezembro. A igreja católica para garantir a adesão popular dos invasores bárbaros ao Império Romano depois das invasões do século V dando início à Idade Média, determinou essa data como o nascimento do salvador da cristandade para que coincidisse com celebrações pagãs ligadas a divindades da agricultura da colheita que precisa ser feita antes do inicio do inverno do hemisfério norte. Seria coincidencia demais Jesus nascer em dezembro pra que refletíssimos sobre o nosso ano... Aliás, assim Jesus seria de capricórnio, mesmo signo que eu, um signo que pelo meu pouco conhecimento astrológico é tido como materialista. Definitivamente nao combinaria com o salvador espiritual dos homens...

Coincidentemente a data anunciada para o fim do mundo também seria nesse período de fim de ano e natal. Ainda que não seja um grande fã, Renato Russo e a Legião Urbana estavam corretos quando cantaram "o fim do mundo já passou": inúmeras vezes o homem tentou através de explicações científicas ou religiosas acabam com o mundo, das minhas favoritas estão duas: o ano 1000 da era cristã durante a Idade Média quando a igreja católica (de novo eles) difundia a idéia do fim do mundo em meio às profundas transformações na sociedade medieval; vale a pena adentrar esse universo com o livro O ano mil de Geoge Duby. A outra foi o bug do milênio que ocorreria na virada do ano 2000 quando os sistemas operacionais de computadores por um erro de programação entrariam em colapso devido à mudança do milênio de 1000 para 2000; ou seja, não seria o fim do mundo mas um colapso em sistemas criados pelos homem que levariam nossos serviços, hoje todos controlados por computadores, a aniquilação da raça humana. O interessante desse bug é que seria o fim do mundo conhecido (por que não fazer atualizações nos sistemas ou simplesmente puxar a tomada do plug?) ou apenas na raça humana e não do mundo em si, isso teria sido criado pelo próprio homem, tudo isso algo muito parecido com que filmes de ficção contam como Matrix ou Exterminador do Futuro.

Sem dúvida os maias nao sabiam que na era cristã o que sua contagem de tempo determinou como o fim de uma era coincidiria com 2012, por isso esse misticismo envolvendo uma sequencia numerica que sai de 2, vai paea 1, depois 0 não faz nenhum sentido. O mundo não liga tanto para o tempo quanto nossa raça humana.

Estou lendo nessas férias um livro muito interessante chamado Why thw eest rules for now de um arqueólogo britanicor chamado Ian Morris. Bem interessante, apesar de tê-lo descoberto na Veja, Morris reconta a história da humanidade desde a diáspora africana para compreender como essa raça entre tantas sobreviveu e porque o mumdo ocidental acabou tornando-se hegemônico até o seculo XX em relaçao ao oriental. Definitivamente, diante de uma perspectivaarqueológica e antropológica somos meros acidentes d naturezas que ganharam vida diante de tantos outros que sucumbiram pela dificuldade em adaptar-se as transformações.

Talvez seja uma forma triste de iniciar as férias com reflexões sobre o fim do mundo e a raça humana mas o fato é que tudo tem um início e um fim. Muitas espécie humanóides, talvez com menos emoção do que nós nesse 2012, sentiram o fim se aproximar com a chegada de hominídeos mais desenvolvidos, com a incapacidade de desenvolver abrigos para as eras do gelo, com a disseminação de doenças incontroláveis, com a fome insuportável devido à migração de animais e extinção... Segundo Morrison, foram o medo, a cobiça e a preguiça que permitiram ao Homo Sapiens tornar-se a especie dominante (poderia incluir outros impulsos como a fome), sentimentos muito bem explorados pela lógica neo liberal capitalista e pela igreja católica (última vez eu prometo).

Não estamos no fim, mas esse livro tem desenvolvido em mim uma consciência humana enquanto espécie, uma perpectiva absolutamente diferente do que jamais imaginei.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

"Batatinha quando nasce..."

“We are not now that strength which in old days
Moved earth and heaven; that which we are, we are;
One equal temper of heroic hearts,
Made weak by time and fate, but strong in will
To strive, to seek, to find, and not to yield.”

Ulysses, Lord Alfred Tennyson


Genial poema do genial último filme de 007, Skyfall. Vale muito a pena, inclusive a trilha sonora da Adele na abertura.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

"Batatinha quando nasce..."

Inveja

MARCELO RUBENS PAIVA

Você não fica devastado quando vê alguém feliz, que diz que gosta de si mesmo, não se arrepende de nada, entende o mundo e o sentido da vida, não fica desgraçadamente arrasado quando escuta que alguém é casado com a namorada da faculdade e é suuuuper feliz, foi fiel durante décadas, tem a vida sexual como as de alguns personagens mitológicos, que chegou a ter um caso no vigésimo ano de casado, mas foi perdoado e amado como nunca, você não entra em pânico quando descobre que um amigo comprou móveis na baixa que hoje valem 20 vezes mais, ações na baixa que vendeu antes da crise dos derivativos, que aplicou numa empresa chamada Apple quando ainda se usavam máquinas de escrever, que herdou uma fattoria à beira do mar na ponta da Bota, de um tio italiano gay que foi o único a ficar na terrinha, não emigrar e que não teve filhos, em que se colhem trufas brancas, que milagrosamente nascem ali, e produz um vinho premiado por toda a Europa, não se choca quando sabe que alguém foi promovido e passou a ganhar benefícios como cartão corporativo, plano de saúde com helicóptero, carro do ano, secretária e sala com vista, ou que tem gente que não precisa estudar para passar de ano porque basta prestar atenção, ou que tem facilidade com línguas e fala entre outras russo correntemente, entrou no vestibular sem cursinho, dorme como uma pedra, nunca toma remédios na vida nem nunca fica doente, tem colesterol, glicemia, pressão e batimentos cardíacos abaixo dos alertas, vai ao banheiro duas vezes ao dia, não engorda, nem se jantasse pizza com borda recheada todas as noites, pois tem um bom metabolismo, fuma eventualmente um cigarro a cada dois meses e nunca extrapola esse cálculo, não tem cálculos renais, nem na vesícula, gordura no fígado, artroses, bursites, tendinites, joga tênis com a galera mais jovem do clube, porque sempre ganha dos tiozinhos da sua idade, tem um cachorro que não late para visitas, nem tem pulgas, mas ataca todos os gatunos que se aventuraram por seu bairro, que a casa em que mora nunca foi assaltada, a única da rua que nunca foi, que não tem rugas, cabelos brancos, cera de ouvido, caspa, calos, pele oleosa, unhas encravadas, joelhos tortos, pé chato, pernas em xis, joanete, flatulência, hérnia de disco, herpes, mau hálito, incontinência, enxerga sem óculos - nada de miopia, estrabismo ou estigmatismo -, lê bulas de remédio, menus de restaurantes praianos especialistas em luaus iluminados por tochas, partidas e chegadas de aviões, placas nas estradas, comprou casualmente quadros de pintores brasileiros iniciantes que hoje estão expostos alguns na Tate e outros no MoMA, costuma ser convidado para dar palestras motivacionais no Caribe, Ilhas Fiji, Bali, Ilhas Maurício, Córsega, que comprou um apezinho no Marrais quando o euro não valia nada, entrou de sócio numa fábrica coreana de carros e numa fazenda de produtos orgânicos, leu Ulisses na escola, Proust no original, quando terminou o curso de francês e se envolveu com seu caso extraconjugal parisiense, toda obra de Balzac, A Divina Comédia, exemplar raríssimo que encontrou empoeirado na sede da fattoria que herdou aparentemente autografado pelo autor, Os Irmãos Karamazov, para praticar o russo, quando entrou de sócio de uma petrolífera com um ex-agente da KGB, que hoje tem um time de futebol no Reino Unido e partes de uma equipe de Fórmula 1, que se tornou seu melhor amigo e é credenciado pela Fifa e Uefa a frequentar estádios da Copa do Mundo e da Liga de Campeões da Europa, na tribuna dos dirigentes máximos da entidade, e sempre sobra convites, você não fica absurdamente destroçado quando tem alguém com bom senso para não entrar em brigas de trânsito, que dá passagem, que jamais para em vagas de idosos e deficientes, que acena para ajudar apressados na ultrapassagem, que não se importa quando o motorista de trás aciona a buzina assim que o farol de trânsito muda do vermelho para o verde, que nunca foi multado - e nas três vezes em que foi parado na blitz do bafômetro tinha bebido suco de tomate, porque tivera um mau pressentimento -, que não se estressa quando vê alguém furando a fila do cinema e simplesmente indica outro caixa livre, que salga a pipoca como se cálcio em excesso fizesse bem para a circulação, que tolera frutose, glicose e glúten, não tira a fatia de gordura da picanha, que não se importa com a turma de garotos que erraram de filme e, num denso drama argentino, comenta a baladinha da noite anterior e marca o ponto de encontro da baladinha posterior, moços e moças que chacoalham sacos de pipocas para misturar o sal como se estivessem na ala de chocalhos da bateria de uma escola de samba do primeiro grupo, que não colocam celulares no silencioso e que, ultimamente, você neurótico reparou, as telas touchscreen dos celulares e tablets estão mais luminosas, porque nós, estressados, não aguentamos filme fora de foco, ar-condicionado glacial em salas de cinema e teatro, atores que cospem uns nos outros enquanto representam, muito menos o barulho de um saquinho de delicado ou jujuba aberto, mas fica arruinado quando encontra alguém que saiba configurar computadores em diferentes sistemas operacionais, até aquele gratuito, que entende tudo de formulário da Receita Federal e está em dia com ela, com o Estado e a prefeitura, com o condomínio e o da casa de praia, que consegue tuitar e responder a e-mails ao mesmo tempo, tem Face Book, Instagram, G+, Linkedin, What’s Up, as últimas versões dos aplicativos essenciais atualizados, você não inveja absolutamente aquele que não tem cáries, canais, implantes, dentes amarelados, que nunca ouviram que seria melhor consultar um ortodontista, ou que escutaram "quando casar passa", e passou? Relaxa.
A boa notícia, e que nos dá um enorme consolo, é que essa pessoa não existe. E a baixa filosofia ensina: se existisse, não teria a sensação inigualável e prazerosa de aprender com os erros.
Como dizem os invejosos, errar é humano, e a perfeição não existe.

E-mail: marcelo.rubens.paiva@estadao.com.br
Blog: http://blog.estadao.com.br/blog/marcelorubenspaiva
http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,inveja,955063,0.htm

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Midiofobia - Foi-se o martelo

Fonte: http://www.exercito.gov.br/web/imprensa/resenha;jsessionid=4F91D98DC52FFBD6500DF72D189D6B2C.lr1?p_p_id=arquivonoticias_WAR_arquivonoticiasportlet_INSTANCE_UL0d&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-3&p_p_col_count=1&_arquivonoticias_WAR_arquivonoticiasportlet_INSTANCE_UL0d_journalArticleId=2162887&_arquivonoticias_WAR_arquivonoticiasportlet_INSTANCE_UL0d_ano=2012&_arquivonoticias_WAR_arquivonoticiasportlet_INSTANCE_UL0d_mes=10&_arquivonoticias_WAR_arquivonoticiasportlet_INSTANCE_UL0d_dia=8&_arquivonoticias_WAR_arquivonoticiasportlet_INSTANCE_UL0d_struts.portlet.action=%2Fview%2Farquivo!viewJournalArticle&_arquivonoticias_WAR_arquivonoticiasportlet_INSTANCE_UL0d_struts.portlet.mode=view#.UIm2WVHQM1m
Data: 8 de outubro de 2012

Estava numa viagem profissional num estudo do meio quando meu celular vibra levemente no bolso enquanto estudantes adolescentes cantavam "Como É Bom Ser Vida Loka" do MC Rodolphinho  e "Ela é Top" do MC Bola. Mensagem. "Hobsbawm morreu hj... boa viagem! Vê se aproveita aí!". Não vou aproveitar, Hobsbawm morreu.

Talvez pela falta de sensibilidade de meu irmão, talvez pela rudeza da notícia, mas a morte de Hobsbawm me sensibilizou. Procurei desesperadamente outro historiador para compartilhar o sentimento e felizmente um dos monitores era formado em história. Não pude acompanhar a repercussão da morte do historiador britânico (ele nasceu no Egito, mas construiu sua vida acadêmica na Inglaterra) pela grande mídia, pelo menos naquela semana, mas duas semanas depois li numa edição de Veja o artigo de Eurípedes Alcântara "Foi-se o martelo" e na Folha de São Paulo "'O mundo era mais promissor na confusão criativa de Hobsbawm'", escrito por Nicolau Sevcenko.

Entre os dois artigos, o primeiro, de Eurípedes Alcântara, escreve como pretenso historiador sendo jornalista, enquanto Sevcenko escreve como jornalista sendo um fantástico historiador. Porém, talvez por compartilhar as mesmas crenças acadêmicas de Nicolau, senti-me profundamente ofendido com "O martelo foi-se".

Primeiramente, Alcântara preocupa-se em desconstruir a imagem convencional de Hobsbawm do maior historiador das últimas décadas sobre seu túmulo, aproveitando-se da publicidade de sua morte para criticar covardemente suas crenças políticas, apresentando o marxismo com simplificações infantis, como se as crenças políticas de Karl Marx fossem uma religião: "O marxismo é um credo que tem profeta, textos sagrados e promete levar seus seguidores ao paraíso (...) prometia nada menos que a reconquista do éden ", à qual Hobsbawm "sacralizou (...) para não enxergar seus erros".

Ainda que o marxismo tenha falhado ao realizar sua utopia política e social, me parece imprudente considerar Marx apenas "um profeta" como faz Alcântara, que para isso utiliza uma citação de H. G. Wells "uma mente de terceira, postulador de uma tese de segunda, propagandeada por fanáticos de primeira" sendo este membro da Inglaterra Vitoriana e assistiu com temor seu declínio nas Primeira e Segunda Guerras Mundiais enquanto surgiam novas potências industriais como os EUA e a URSS. Posso me enganar, mas acredito que nos próximos cinquenta anos dificilmente o alemão Karl Marx deixará de ser lido em diversos cursos superiores como economia, história, sociologia, ciências políticas nas mais importantes universidades por que foi "um profeta".



Fonte: http://unmundocasiinalcanzable.wordpress.com/2011/10/31/el-sueno-de-la-razon-produce-monstruos/.

Por outro lado, concordo com Alcântara que "fé e razão não andam juntas (...) Isso explicaria por que, mesmo morto e enterrado como teoria e prática, o marxismo sobrevive como igreja — ou igrejinha, quando instalado em círculos acadêmicos". A releitura de Marx hoje, feita por adolescentes babaloo vestindo All Star e camisetas de Che Guevara enquanto comem Big Mac no CA da universidade, gera uma percepção distorcida da realidade da Revolução Russa: efetivamente o regime soviético gerou as maiores atrocidades da história da humanidade, como por exemplo o "Massacre da Floresta de Katyn. Ali, a mando de Stalin, um a um, 20000 oficiais poloneses foram mortos com tiros de pistola".Comunistas e pseudo-comunistas estão sempre às voltas com o mesmo argumento acerca das atrocidades de Stálin, identificado por Alcântara: "lamenta que os interesses do estado soviético tenham atrapalhado a busca da utopia comunista", mas não se trata de não reconhecer a legitimidade dos princípios marxistas no estado soviético, mas de compreender que se trata de uma crença política, assim como o regime capitalista norte-americano atirou duas bombas nucleares sobre o Japão vitimando imeditamente entre 90 a 166 mil mortos em Hiroshima e 60 e 80 mil mortos em Nagasaki, algo em torno de 150 e 246 mil pessoas am ambos ataques.




Se o argumento de Alcântara é a violência que se produz através de regimes políticos, Goya em suas figuras negras escreve que "o sonho da razão produz monstros", como fizderam tanto líderes ao longo da história.

Somos seres violentos moldados pela nossa história.


Legenda: abertura do filme "2001 Uma Odisséia no Espaço" de Stanley Kubrick, conhecida também como "O despertar do homem"

Por fim, assim como todos nós cultivamos crenças ao longo da nossa história de vida e isso inclui crenças de caráter político, Hobsbawm viveu boa parte do século XX e acreditou na utopia comunista soviética, chinesa e vietnamita; o historiador britânico é parcialmente resultante de sua história (ainda que essa seja concepção marxista de história). Também concordo, e infelizmente Alcântara não explora esse ponto de vista, que o britânico tem grande responsabilidade pelo que escreve devido à sua reputação, mas a história política de Hobsbawm não possui cunho panfletário como a dos CAs de universidades, ainda que se possa fazer muitas críticas à sua percepção do regime soviético.

Qualquer estudante de primeiro ano da faculdade de história sabe que a história não nos revela a verdade sobre o passado, nos revela com rigor científico evidências do passado com as quais nós historiadores elaboram versões de uma verdade histórica temporária, assim, o primeiro passo do historiador é conhecer o autor daquilo que lê para possa fazer apontamentos para essa verdade histórica temporária.

Por fim, Hobsbawm foi um importante historiador, independente de seu posicionamento político: estabeleceu novas perpectivas sobre a pesquisa histórica, orientou autores importantes de livros como Nicolau Sevcenko, autor do outro artigo citado nessa postagem, estabeleceu diálogos sendo critivado por outros autores importantes como Peter Gay, enfim, fez importantes contribuições para a História e isso deveria ser levado em consideração por Alcântara pois assim como Hobsbawm, o editor de Veja tem responsabilidade por apresentar a um público leigo uma visão parcial sobre a vida do falecido historiador britânico.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Citações

" A verdadeira imagem do passado perpassa, veloz. O passado só se deixa fixar, como imagem que relampeja irrevessivelmente, no momento em que é reconhecido"

Walter Benjamin

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Avanti squadra Palestrina! - Palmeiras 2 X 0 Cruzeiro

Apenas 4 pontos separam a Sociedade Esportiva Palmeiras do Bahia, primeiro time fora da zona de rebaixamento.

Curiosamente, um dos primeiros técnicos procurados pela diretoria do Palmeiras para assumir o time depois da demissão de Luis Felipe Scolari foi o atual técnico do Bahia, Jorginho. Para aqueles com a memória mais curta, Jorginho era o treinador do time B do Palmeiras e dirigiu o time fracassado após a saída de Muricy Ramalho em 2009, com uma campanha brilhante de 4 vitórias e 1 empate. Pouco depois o treinador substituído reconheceu seu valor e deixou o clube por outro que lhe oferecesse uma carreira como técnico. a minha modesta opinião, a maior perda do clube nos últimos anos juntamente com o treinador de goleiros Carlos Pracidelli...

Numa banca de jornais num aeroporto esperava o avião lendo trechos da bibliografia do goleiro Marcos "Nunca fui santo". O trecho sobre Pracidelli deixa no ar um sentimento de tristeza sabendo que ele deixou o clube...


Fonte: http://terceirotempo.bol.uol.com.br/futebol/times/palmeiras/noticias/2012/08/mauro-beting-e-o-ex-goleiro-marcos-lancam-o-livro-nunca-fui-santo-70835.html

De qualquer fase forma, seria de esperar que, depois de 9 pontos separando o alvit verde de Parque Antártica (ou seria de Arena Palestra?) essa pastagem fosse uma nova tentativa de acreditar no time. Mas não é.

Como escrevi anteriormente, o Palmeiras é maior do que um rebaixamento, continuará sendo meu time de coração em qualquer situação, contudo, a instabilidade dos jogadores tem gerado uma sensação de insegurança que me fez perder a confiança não no clube, que é maior do que toda esta situação, mas no trabalho de alguns profissionais. Talvez seja covarde, mas foi a forma que encontrei de evitar a frustração com uma agora possível, anteriormente provável rebaixamento.

Contudo, acima de qualquer situação, o que efetivamente é inaceitável é a atitude da diretoria palmeirense.
Como torcedor entendo que um ou outro jogador jogue mal devido à pressão, sou até capaz de entender que alguns jogadores deixem o futebol de lado prejudicando o time como alguns têm feito quando entram em campo. Mas jamais imaginei essa atitude de um presidente ou vice, cargos que não são apenas cargos comissionados contratuais, mas cargos que envolvem mais do que dinheiro, envolvem história, paixão e tradição.

A ausência do presidente Arnaldo Tirone no jogo contra o Bahia, alias, ainda pior, a presença forçada pela pressão da imprensa e da torcida, ofende não a jogadores que vem e vão, treinadores que vem e vão, times que vem e vão, mas torcedores que como eu que para sempre permanecem junto ao clube.

Como se não bastasse, Tirone fez questão, nesse momento delicado, contradizendo o vice diretor, Roberto Frizzo, de desmentir o acordo verbal feito com o excelente lateral direito Ayrton, jogador do Londrina atualmente emprestado ao Coritiba, além de descartar a possibilidade da contratação do ídolo palmeirense Alex.

Não sou admirador da sua forma de fazer política, muito pelo contrário, mas eu quero um Andres Sanches no Palmeiras: um presidente que dialogue com a torcida, que se responsabilize...

Procura-se um Andres Sanches...

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

"Batatinha quando nasce..."

"Claro que Deus vai me perdoar, esse é o trabalho dele"
 
Heinrich Heine

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Midiofobia - Regime tentou frear oposição com atiradores

Postagem antiga que ficou no fundo da gaveta virtual...

Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110306/not_imp688426,0.php
Data: 06 de março de 2011

Apesar da notícia ser publicada no Estado de São Paulo e Moacyr Scliar ser cronista da Folha de São Paulo, não posso evitar de render essa homenagem ao escritor gaúcho. Li muitas de suas crônicas, mas jamais um de seus livros, ainda que conheça referências a eles como "O exército de um homem só" que virou hit da banda Engenheiros do Havaí nos anos 80, porém, a relação do leitor com o cronista é muito mais poderosa do que a relação do leitor com o autor de livros, pois o cronista preenche um espaço emocional enorme no cotidiano.

Assim, não homenageio Scliar como especialista em sua obra, mas como grande admirador da literatura, e da maneira que imagino que Scliar, como todo apaixonado pelas letras, gostaria de ser homenageado: através da crônica, que ele redefiniu com maestria.

"Na minha breve vida, raras vezes havia deixado o pasto onde fui concebido. Aliás, raras vezes fiz algo diferente do que carregar mercadorias para meu proprietário até o mercado central de Benghazi.

Porém, hoje pela manhã, alguns homens vestidos com camisetas vermelhas e rostos pintados de branco levaram-me para o centro, mas desta vez sem carga nenhuma a não ser um lindo tecido verde com detalhes brancos estampando um número... Caminhado pelas ruas, uma grande multidão passou a nos seguir, formando uma grande massa vermelha rindo às custas das cores do tecido que me cobria. Por que riam de mim? Os detalhes em branco eram tão parecidos... Sou apenas um jumento, e não tenho capacidade para entender...

Chegando numa espécie de grande feira onde todos se aglomeravam em torno de um Grande Pasto, homens vestindo as mesmas camisetas vermelhas e verdes corriam atrás de uma bola antes que a feira começasse. Entre eles, dois dele se destacavam: o primeiro vestido de verde corria atrás da tal bola, afastando outros, tanto verdes como vermelhos, com pontapés e socos, enquanto um segundo, vestido de preto, o seguia muito próximo com olhares temerosos: à medida que aumentavam as agressões mais a multidão que aguardava a feira gritava contra o homem de preto, nunca contra o homem de verde, e o primeiro, suando, enruborizava assemelhando-se a um dos camisas vermelhas.

Ainda tentando entender o que acontecia , pouco a pouco, todas as atenções se voltaram para mim, e, gritando ainda mais, todos sorriam  apontando para tecido verde que me cobria, quando repentinamente, um estrondo se fez ouvir entre a multidão, que, como animais, debandaram enquanto outros estrondos se faziam, gesto que como bom jumento repeti...


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Muammar_al-Gaddafi_at_the_AU_summit.jpg
Legenda:Muammar al-Gaddafi em fevereiro de 2009

Por fim, agora não carrego o leve tecido gentilmente amarrado sobre o meu lombo, mas aqueles torcedores que me levaram até o Grande Pasto, e não apenas eles, mas centenas de outros, muitos outros atrelados a uma carroça... Todos ainda mais vermelhos, e agora sem os detalhes em branco que deixavam as camisetas ainda mais belas, ainda mais parecidas com aquele lindo tecido verde... Todos agora muito mais silenciosos... Mas sou apenas um jumento, e não tenho capacidade para entender..."

terça-feira, 16 de outubro de 2012

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Carta aberta aos meus futuros ex-alunos - Retomando... e pra animar, Veríssimo

Enquanto escrevo no teclado do laptop, meu pé esquerdo dói com uma bolsa de gelo pressinando meu tornozelo, recomendação médica depois da torção na cidade de Ouro Preto num estudo de meio há algumas semanas atrás.

Há muito tempo não escrevo nesse bog como se escrevesse para vocês, meus futuros ex-alunos. Talvez tenha perdido aquela sensação de proximidade e novidade tão peculiar aos iniciante, talvez precise reiventar esse espaço... Quero refletir sobre o estudo de meio, mas antes queria retomar com uma crônica muito bacana...

LUIS FERNANDO VERÍSSIMO - 7 de setembro de 2012

DO CENTRÃO DESCONSOLADO



No meu tempo de frequentador de aulas ("estudante" seria um exagero) era assim. A não ser quando a professora ou o professor designasse o lugar de cada um segundo alguma ordem, como a alfabética - e nesse caso eu era condenado pelo sobrenome a sentar no fundo da sala, junto com os Us, os Zs e os outros Vs - os alunos se distribuíam pelas carteiras de acordo com uma geografia social espontânea, nem sempre bem definida mas reincidente.

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Na frente sentava a Turma do Apagador, assim chamada porque era a eles que a professora recorria para ajudar a limpar o quadro-negro e os próprios apagadores. Nunca entendi bem por que se sujar com pó de giz era considerado um privilégio, mas a Turma do Apagador era uma elite, vista pelo resto da aula como favoritos do poder e invejada e destratada com a mesma intensidade. Quando passavam para os graus superiores os apagadores podiam perder sua função e deixar de ser os queridinhos da tia, mas mantinham seus lugares e sua pose, esperando o dia da reabilitação. Como todas as aristocracias tornadas irrelevantes.

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Não se deve confundir a Turma do Apagador com os Certinhos e os Bundas de Aço. Os Certinhos ocupavam as primeiras fileiras para não se misturarem com a Massa que sentava atrás, os Bundas de Aço para estarem mais perto do quadro-negro e não perderem nada. Todos os apagadores eram Certinhos mas nem todos os Certinhos era apagadores, e os Bundas de Aço não eram necessariamente certinhos. Muitos Bundas de Aço, por exemplo, eram excêntricos, introvertidos, ansiosos - enfim, esquisitos. Já os Certinhos autênticos se definiam pelo que não eram. Não eram nem puxa-sacos como os apagadores nem estranhos como os Bundas de Aço nem medíocres como a Massa e nem bagunceiros como as Criaturas do Abismo, que sentavam no fundo. Sua principal característica era os livros encapados com perfeição.

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Atrás dos apagadores, dos Certinhos e dos Bundas de Aço ficava a Massa, dividida em núcleos, como o Núcleo do Nem Aí, formado por três ou quatro meninas que ignoravam as aulas, davam mais atenção aos próprios cabelos e, já que tinham este interesse em comum, sentavam juntas; o Clube de Debates, algumas celebridades (a garota mais bonita da aula, o cara que desenhava quadrinho de sacanagem) e seus respectivos círculos de admiradores, e nós do Centrão Desconsolado, que só tínhamos em comum a vontade de estar em outro lugar.

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E no fundo sentavam as Criaturas do Abismo, cuja única comunicação com a frente da sala eram os ocasionais mísseis que disparavam lá de trás e incluíam desde o gordo que arrotava em vários tons até uma protodark, provavelmente a primeira da história, com tatuagem na coxa.

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Mas isso tudo, claro, foi na Idade Média.

Tchau. Vou parar de escrever - mas não festeje, é só por um mês. Férias. Volto no dia 11 de novembro. Até lá.

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,do-centrao-desconsolado,941567,0.htm

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Avanti squadra Palestrina! - Palmeiras ? X ? Coritiba

Pra não dizer que não falei antes antes, resolvi escrever antes: o resultado do próximo jogo entre Palmeiras e Coritiba, amanhã às 21 hrs em Araraquara, determinará o futuro do time no Campeonato Brasileiro de 2013.

Analisando os próximos dez confrontos do time de Parque Antártica temos:
29ª -Palmeiras X Coritiba
30ª -Náutico X Palmeiras
31ª -Bahia X Palmeiras
32ª -Palmeiras X Cruzeiro
33ª -Internacional X Palmeiras
34ª -Palmeiras X Botafogo
35ª -Palmeiras X Fluminense
36ª -Flamengo X Palmeiras
37ª -Palmeiras X Atlético Goianiense
38ª - Santos X Palmeiras

Temos três cenários possíveis para o jogo de amanhã:

1 - uma derrota deixa o time do Palmeiras a 9 pontos do primeiro time fora da zona de rebaixamento, ou seja, depende de quatro derrotas do Coritiba e quatro vitórias próprias para deixar a zona de rebaixamento, além de uma combinação de resultados.

2 - um empate deixa o time a 6 pontos do primeiro time fora da zona de rebaixamento, a situação se repete, mas com três vitórias.

3 - uma vitória diminui a diferença para três pontos e são apenas duas vitórias.

Diante da tabela, acho pouco provável que nesses últimos onze jogos o alviverde obtenha mais do que 3 ou 4 vitórias, caso continue jogando com a instabilidade emocional apresentada no último jogo. Essa instabilidade tem levado a rarear os empates, pontos poucos e preciosos diante de tantas derrotas. Considerando a melhor das hipóteses a Sociedade Esportiva Palmeiras chegará a 38 pontos, 6 a menos do que os famigerados 44 pontos que livraram os times da zona da degola do Brasileirão desde o início da era dos pontos corridos.

Fonte: http://www.lancenet.com.br/palmeiras/Palmeiras-Clube-comemora-Arrancada-Heroica_0_557944235.html. Legenda: foto representando a arranca histórica primeira final do Palestra Itália então renomeado Palmeiras durante a ditadura do Estado Novo: Palmeiras 3 X 1 São Paulo, com direto a abandono de campo por parte dos são paulinos. Leia aqui.


O discurso está batido, até mesmo pelo técnico Gilson Kleina: é momento de superação. Superação é 1 - Ser superior a ou melhor do que. = EXCEDER; 2 - Passar mais além do que = GALGAR, SUBJUGAR, ULTRAPASSAR. Existem diversos motivos que dificultam um bom desempenho do time como a disputa de duas competições, o elenco escasso, o grande número de contusões (ou eventualmente contundidos como Thiago Heleno e Valdívia), as disputas por poder político dentro do clube, entre tantos outros. Acho que é até cruel exigir superação de alguns jogadores depois da conquista do título da Copa do Brasil...

Diante de tantas adversidades, como torcedor, deixe de crer em uma análise fria e racional da situação do clube, torcer é irracional. Meu time será sempre a Sociedade Esportiva Palmeiras mesmo que ano que vem disputemos a série B do Campeonato Brasileiro. Dirigentes passam, treinadores passam e jogadores passam, mas o clube Palmeiras esse permanece...

Per favore non me rompere i coglioni...

domingo, 7 de outubro de 2012

Volta do estudo de meio...

Acredito que este seja o mês se outubro mais atarefado que já tive na minha vida. Depois de voltar de uma viagem de estudo de meio sexta-feira trabalhei nas eleições municipais de hoje e é preciso recuperar o tempo profissional perdido entre as duas atividades.

Postagens em breve.

P

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

terça-feira, 25 de setembro de 2012

sábado, 22 de setembro de 2012

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Eleições 2012 - Debate Estado de São Paulo/TV Cultura/YouTube 17/09/12

Nesse início de semana mais um debate entre candidatos à prefeitura de São Paulo aconteceu, meu primeiro dessas eleições.

Não é postura de um professor, sobretudo um professor de história, perder um debate, mas o avançado da hora muitas vezes impede acompanhar o debate, ainfal não vale a pena perder o horário nobre para conehcer as propostas dos futuros prefeitos da cidade, mais importante conhecer o próximo capítulo da novela pra saber quem, Carminha ou a Nina vão se dar mal...



Esse foi o primeiro debate transmitido ao vivo pelo YouTube, apesar do mediador pronunciar "YouTube" num pretenso sotaque britânico mais parecido com o "Tchu, tcha" de João Lucas e Marcelo, aliás, a proposta de aliar novas tecnologias à política teve como objetivo atrair a atenção de jovens para o debate político: a média de votantes entre 16 e 18 anos é extremamente baixa. Não acompanhei a repercussão dos debates nas redes sociais, até porque não participo dessas redes, mas não me parece que se trata de aliar novas tecnologias, mas de transformar a cultura política tanto do povo brasileiro, quanto dos políticos...

Seguem os cinco blocos da transmissão do YouTube em alta definição (apesar da "alta definição" não ser o melhor termo para se aplicar há algumas trechos do debate).

Vale a pena ver em alta definição uma pergunta feita pelo público ao candidato Levy Fidélix, do PRTB (24 minutos no bloco 1) pedindo que o candidato explicasse sua proposta para o transporte em São Paulo. Aguardando uma resposta sobre o célebre aerotrem, os espectadores não resistiram às risadas antes da resposta do candidato que entrou na brincadeira "a estrela ta la em cima... e a sorte sempre me contempla... não é a toa hein? o povo está ai e me quer prefeito mesmo... eu chuto a bola pra fora e ela cai nos meus pés".

Aerotrem

Bloco 1

Bloco 2

Bloco 3

Bloco 4

Bloco 5

Apesar do meu interesse nesse debates, verdadeiramente são um formato que privilegia propaganda, e não debates. Mas vale a pena destacar alguns pontos:

as perguntas do público enviadas através do canal dos debates da comunidade de vídeos: ainda que as perguntas sejam selecionada, dando mais a sensação de participaçcão popular do que efetiva participação, aa imprevisibilidade com a qual os candidatos se depararam causaram reações interessantes. É importante perceber a respostas ou não respostas dos candidatos a essas questões.

Pensei em diversas questões qu epoderia enviar, ainda que jamais sejam respondidas vale a pena refletir:

- Candidato Serra, se você for eleito prefeito da cidade de São Paulo vai fazer como o presidente Lula, liberando verbas, impostos, terrenos ou mesmo um simples alvará de construção (em substituição ao alvará de reforma) para que o seu time, a Sociedade Esportiva Palmeiras, conclua o seu estádio, um dos poucos que NÃO será usado para a Copa do Mundo de 2016, mas ESTÁ no prazo de entrega? Isso não é fazer uso do poder público em benefício privado ou o senhor considera essas medidas democráticas, uma vez que a maior parte da população paulistana torce para o time alvinegro?

- Candidato Russomano, considenrando sua proposta política de defesa do consumidor, quais serão suas atitudes no que diz respeito a um dos maiores grupos de consumo da cidade de São Paulo: os simpatizantes dos movimentos LGBTTTs, uma vez que a Parada Gay de São Paulo e um dos maiores eventos turísticos da cicade (chegando a atrair mais participantes do que a Marcha para Jesus)? Qual sua opinião e qual a opinião do seu partido PRB sobre o chamado kit gay?

- Candidata Soninha, a liberalização da maconha faz parte de sua proposta de política de segurança pública para a cidade de Sào Paulo? A senhora acredita que a venda do monopólio do comércio da cannabis sativa para grandes empresários irá eliminar a criminalidade associada ao tráfico?

- Senhores candidatos e candidatas, como vocês pretendem dar continuidade a projetos a longo prazo, uma vez que todos os projetos apresentados devem ser cumpridos em no máximo quatro anos?

- Senhores candidatos e candidatas, como vocês pretendem manter o crescimento econômico da cidade de São Paulo diante dos incentivos fiscais do governo federal às indústria automobilística (como a redução do IPI), conciliando os consecutivos recordes de vendas de automoóveis à melhor qualidade de vida no transporte coletivo e qualidade do ar?

Em tempo, li pouco antes de concluir essa postagem uma excelente entrevista de Boris Fausto no caderno Aliás do Estado de São Paulo desse final de semana. Definitivamente uma visão muito perspicaz sobre o processo eleitoral da prefeitura de São Paulo. Clique aqui pra ler.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

"This is it! In the ostrich's crop!" - SL - Como acompanhar a NFL baby!

Ainda escreverei sobre a situação do Palmeiras, mas antes preciso refletir um pouco... Vamos ao futebol americano (que por si só já é bastante imperialista, deveria chamar-se futebol estado-unidense ou futebol norte-americano já que se pratica no Canadá também).

Antes desses meses sabáticos (se é que se pode falar "sabático" quando simplesmente se é sufocado pela rotina profissional), escrevi uma primeira postagem sobre futebol americano e desde então assisti ao meu primeiro SuperBowl, nome dado à partida única das finais da NFL (National Football League).

Desde então venho aguardando ansiosamente pelo reinício da temporada que recomeçou no início de setembro. Interessante como os esportes estadunidenses se revezam por estações, mantendo a população entretida durante todo o ano, inclusive nos feriados nacionais como o dia da independência e natal, seguindo a eficiente política de outro império ironizada pela tropicália.

Fonte: http://garagem95.blogspot.com.br/2011/09/baixe-o-disco-tropicalia-ou-panis-et.html


Panis Et Circenses
Os Mutantes

Eu quis cantar
Minha canção iluminada de sol
Soltei os panos sobre os mastros no ar
Soltei os tigres e os leões nos quintais
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer

Mandei fazer
De puro aço luminoso um punhal
Para matar o meu amor e matei
Às cinco horas na avenida central
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer

Mandei plantar
Folhas de sonho no jardim do solar
As folhas sabem procurar pelo sol
E as raízes procurar, procurar

Mas as pessoas na sala de jantar
Essas pessoas na sala de jantar
São as pessoas da sala de jantar
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer

Fonte: http://letras.mus.br/mutantes/47544/



Uma das formas de manter os fãs absortos na 2012 season é o modelo do jogo Cartola FC, que surgiu com a NFL, os chamados Fantasy Game. Como é própria do admirável século XXI, herdeiro do conflito dos modelos ideológicos do século XIX e XX, o imponderável é cada vez menos compreendido e o reflexo no esporte é evidente na obsessão em mesurar, classificar, relacionar, comparar, etc, etc, etc... A dificuldades em se amparar em dados que não do próprio Cartola FC se compara ao incrível laboratório de estatísticas da NFL como está no site (clique aqui), além de aplicativos para smartphones como o NFL Fantasy e o NFL by StatS.

Optei por "torcer" por um time que no ano passado chegou às fases finais do campeonato, o Pittsburg Steelers, aliás, é bastante estranho "escolher" um time quando não existe um vínculo emocional como no futebol. Na realidade, optei por torcer não por um time, mas para um jogador, Ben Roethlisberger, o chamado Big Ben. Talvez eu tenha me chamado a atenção por seu quarteback pesado mas com muita habilidade, o que é abasolutamente necessário com a linha de scrimmage dos Steelers, problema não resolvido na última temporada.

Para quem for um apaixonado por esportes como eu, vale a pena conhecer um pouco mais assistindo às partidas na ESPN às segundas, quintas e domingos, preferencialmente com narração de Everaldo Marques e Paulo ANtunes, uma dupla que contribuiu ENORMEMENTE para a divulgação do esporte da bola oval no Brasil, tanto pela sua didática em apresentar o futebol americano (no twitter e blog de Everaldo Marques é possível baixar um manual com as regras básicas, clique aqui e aqui) como em ironizar as transmissões tonando-as mais prazerosas (Paulo Antunes faz um programa sobre esportes americanos chamado Antunadas, clique aqui).

Se os Steelers forem ameaçados de rebaixamento, ainda que isso não exista na NFL, o curling que me aguarde...

" By the beards of the prophet!"

domingo, 16 de setembro de 2012