Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/07/1317885-escola-para-meninas-ensina-modos-de-princesa.shtml
Data: 28 de julho de 2013
Talvez seja o último dia de férias, quer dizer, na realidade já tive uma reunião ontem e amanhã volto para meus alunos (como seue eu tivesse poder sobre eles... meus, e como se eles fossem somente isso.. alunos).
Na realidade me interessa mais o título da reportagem de Rolf Kuntz (clique aqui!) de 9 de julho de 2013, ainda que sua conclusão seja correta: "Neste ano, haverá de novo escassez de mão de obra qualificada, segundo os economistas da Confederação Nacional da Indústria (CNI)", por isso a educação ainda ser uma pauta pouco relevante. Ou não?
Com a partida do papa Francisco no final de semana a imprensa órfã, que ainda prolongou até segunda após o anúncio do pontífice sobre homosexualismo, voltou sua pauta para qualquer coisa que aparecesse e acabou aparecendo a educação (ao longo do dia outras pautas mais interessantes como estouro de adutora no Rio de Janeiro, retomada da negociação de paz no Oriente Médio) com a publicação de dados do IPEA sobre o IDHM brasileiro. Clique aqui para o link da reportagem da Folha de São Paulo, o jornal que coloca infográficos até nos quadrinhos!
Não tenho essa concepção de educação cor-de-rosa Hello Kit de que a educação é a grande salvação da humanidade e o professor o pastor dessa solução milagrosa... Aqueles que se incomodaram sugiro a leitura do livro de Theodor Adorno, filósofo da Escola de Frankfurt, entitulado Educação e Emancipação no qual já desconstrói alguns desses mitos nos anos 30! Mas é incontestável que uma educação de qualidade seria a longo prazo o melhor investimento que um país poderia fazer nos campos econômico, social e político.
Fonte: http://www.abolitionist.com/theodor-adorno.html
Legenda: Imagem do filósofo Theodor Adorno, difícil de respeitar depois que diz que cinema e Beatles são alienação de um projeto de massificação cultural... Mas...
Numa concepção ampla de educação, um exemplo seria o quanto uma boa educação faria a diferença para a mobilidade urbana se os cursos de condutores realmente educassem os motoristas (meus pais não me ensinaram a dirigir antes da autoescola, talvez se tivesse aprendido com eles meu senso de esponsabilidade sabendo carregá-los no carro teria me tornado um motorista diferente... meu instrutor nos anos 90, Vladimir, nome e cara de russo mau humorado, dizia: "Não interessa o que são os cones de baliza na vida real porra! O que interessa é você passar no exame do DETRAN!"), possivelmente haveria menos acidentes com mortes, o que reduziria também os gastos públicos com acidentes, que poderia investir em lazer por exemplo.
A longo prazo tudo passa por um bom sistema educacional, contuo o nosso sistema político eleitoral com 4 anos de mandato par ao poder executivo favorece a elaboração de metas a curto e médio prazo, porém verdadeira reforma no sistema educacional brasileiro é algo que só ocorreria a longo prazo, quando posssivelmente um político de outro partido colheria os louros da vitória, como Dilma faz com os dados do IPEA.
Assim, os governo acabam abrindo mão de sua responsabilidade sobre a educação promovendo uma "privatização forçada pelo abandono", e particulares, tentando reestabelecer o papel fundamental da educação na família e no Estado do século XXI desenvolvem estratégias cada vez mais curiosas. A última que vi foi numa reportagem da Folha de São Paulo sobre uma escola de princesas em Uberlândia, Minas Gerais.
Legenda: desenho da Fox Anastasia lançado em 1997, uma visão sobre a Revolução Russa para crianças na qual a pobreza dos camponeses e operários russos desaparece, o responsável pela revolução é o místico Rasputin que tem inveja do czar... E "minhas alunas" ainda querem ser princesas....
Ao contrário do que parece, a proposta, devida e inteligentemente patenteada pela empresária Nathália de Mesquita, é interessante (algumas mães aprovam, veja aqui) pois não se trata de formar uma princesa, mas de educar meninas para exercer funções de sua vida cotidiana (assim como da vida cotidiana do homem, uma escola de príncipes seria ainda mais necessária e bem vinda para acabar com os preconceitos, mas provavelmente teria dificuldade em encontrar consumidores) como cozinhar, lavar passar costurar. Em outras palavras, Nathália Mesquita percebeu que a educação familiar, assim como tantas outras como a formaçao de motoristas, está se perdendo, mas ainda existe uma parte do mercado com poder aquisitivo disposto a pagar por esses valores.
Eu seria um crítico da temática das princesas, mas vejo alunas em escolas particulares vestidas como princesas mesmo dentro das escolas seja no Ensino Infantil seja no Ensino Médio, então qual o problema?
Data: 28 de julho de 2013
Talvez seja o último dia de férias, quer dizer, na realidade já tive uma reunião ontem e amanhã volto para meus alunos (como seue eu tivesse poder sobre eles... meus, e como se eles fossem somente isso.. alunos).
Na realidade me interessa mais o título da reportagem de Rolf Kuntz (clique aqui!) de 9 de julho de 2013, ainda que sua conclusão seja correta: "Neste ano, haverá de novo escassez de mão de obra qualificada, segundo os economistas da Confederação Nacional da Indústria (CNI)", por isso a educação ainda ser uma pauta pouco relevante. Ou não?
Com a partida do papa Francisco no final de semana a imprensa órfã, que ainda prolongou até segunda após o anúncio do pontífice sobre homosexualismo, voltou sua pauta para qualquer coisa que aparecesse e acabou aparecendo a educação (ao longo do dia outras pautas mais interessantes como estouro de adutora no Rio de Janeiro, retomada da negociação de paz no Oriente Médio) com a publicação de dados do IPEA sobre o IDHM brasileiro. Clique aqui para o link da reportagem da Folha de São Paulo, o jornal que coloca infográficos até nos quadrinhos!
Não tenho essa concepção de educação cor-de-rosa Hello Kit de que a educação é a grande salvação da humanidade e o professor o pastor dessa solução milagrosa... Aqueles que se incomodaram sugiro a leitura do livro de Theodor Adorno, filósofo da Escola de Frankfurt, entitulado Educação e Emancipação no qual já desconstrói alguns desses mitos nos anos 30! Mas é incontestável que uma educação de qualidade seria a longo prazo o melhor investimento que um país poderia fazer nos campos econômico, social e político.
Fonte: http://www.abolitionist.com/theodor-adorno.html
Legenda: Imagem do filósofo Theodor Adorno, difícil de respeitar depois que diz que cinema e Beatles são alienação de um projeto de massificação cultural... Mas...
Numa concepção ampla de educação, um exemplo seria o quanto uma boa educação faria a diferença para a mobilidade urbana se os cursos de condutores realmente educassem os motoristas (meus pais não me ensinaram a dirigir antes da autoescola, talvez se tivesse aprendido com eles meu senso de esponsabilidade sabendo carregá-los no carro teria me tornado um motorista diferente... meu instrutor nos anos 90, Vladimir, nome e cara de russo mau humorado, dizia: "Não interessa o que são os cones de baliza na vida real porra! O que interessa é você passar no exame do DETRAN!"), possivelmente haveria menos acidentes com mortes, o que reduziria também os gastos públicos com acidentes, que poderia investir em lazer por exemplo.
A longo prazo tudo passa por um bom sistema educacional, contuo o nosso sistema político eleitoral com 4 anos de mandato par ao poder executivo favorece a elaboração de metas a curto e médio prazo, porém verdadeira reforma no sistema educacional brasileiro é algo que só ocorreria a longo prazo, quando posssivelmente um político de outro partido colheria os louros da vitória, como Dilma faz com os dados do IPEA.
Assim, os governo acabam abrindo mão de sua responsabilidade sobre a educação promovendo uma "privatização forçada pelo abandono", e particulares, tentando reestabelecer o papel fundamental da educação na família e no Estado do século XXI desenvolvem estratégias cada vez mais curiosas. A última que vi foi numa reportagem da Folha de São Paulo sobre uma escola de princesas em Uberlândia, Minas Gerais.
Legenda: desenho da Fox Anastasia lançado em 1997, uma visão sobre a Revolução Russa para crianças na qual a pobreza dos camponeses e operários russos desaparece, o responsável pela revolução é o místico Rasputin que tem inveja do czar... E "minhas alunas" ainda querem ser princesas....
Ao contrário do que parece, a proposta, devida e inteligentemente patenteada pela empresária Nathália de Mesquita, é interessante (algumas mães aprovam, veja aqui) pois não se trata de formar uma princesa, mas de educar meninas para exercer funções de sua vida cotidiana (assim como da vida cotidiana do homem, uma escola de príncipes seria ainda mais necessária e bem vinda para acabar com os preconceitos, mas provavelmente teria dificuldade em encontrar consumidores) como cozinhar, lavar passar costurar. Em outras palavras, Nathália Mesquita percebeu que a educação familiar, assim como tantas outras como a formaçao de motoristas, está se perdendo, mas ainda existe uma parte do mercado com poder aquisitivo disposto a pagar por esses valores.
Eu seria um crítico da temática das princesas, mas vejo alunas em escolas particulares vestidas como princesas mesmo dentro das escolas seja no Ensino Infantil seja no Ensino Médio, então qual o problema?


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