Ficha técnica: http://www.imdb.com/title/tt0770828/?ref_=fn_tt_tt_23
Já há bastante tempo não escrevo sobre cinema, ainda que devesse, tenho visto muitos filmes interessantes, sobretudo na TV Cultura nos programas: Mostra Internacional de Cinema (veja o site aqui!) como os axcelentes italianos "Reality - A Grande Ilusão" (2012), "Estranhos normais" (2010) e o francês "Deixa ela Entrar" (2008); além disso, alguns clássicos interessantes do cinema nacionla no programa Mestres do Riso com filmes de Mazzaropi geniais como "O Puritano da Rua Augusta" (1965); e, para relaxar, faroestes estadunidenses no "Clube do filme".
Mas não pretendo escrever sobre filmes reprisados na televisão, e sim no cinema. Especificamente, hoje, sobre o último filme do astro da DC Comics Super-Homem (penso se até neste caso o hífem foi afetado pela criptonita da reforma ortográfica... em todo caso como se trata de um nome próprio me atrevo a mantê-la), o "Superman: Man of Steel" (2013) dirigido por Zack Snider, e é indispensável recordar, escrito e produzido por Cristopher Nolan.
Sempre defendi o cinema do diretor britânico Cristopher Nolan por conseguir fazer com maestria o que pouco diretores conseguem: um blockbuster que seja capaz de refletir sobre a realidade do espectador, como fez em na trilogia de Batman. Ainda que não seja o diretor, Nolan consegue parcialmente esse feito em "Man of Steel".
Nola procura produzir o filme inteligentemente: usa como temática um super herói como outros que se consagraram nas telas de cinema nos últimos anos (ainda que revitalizar a personagem do Super-Homem seja extremamente complexo), escolhe um ator protagonista apenas carismático cercado por atores reconhecidos (como Laurence Fishburne, Kevin Costner e Russell Crowe), adapta o roteiro de uma HQ já conhecida pelos fãs (originalmente o primeiro número de Superman foi lançado em 1938 na revista Action Comics #1, pouco antes do início da Segunda Guerra Mundial, quando o Partizo Nazista na Alemanha, planejava cientificamente a criação de um Super Homem, o Übermensch, citado por Nietzsche em "Assim falou Zaratustra"), esolhe um diretor com bons trabalhos em efeitos especiais (como provou Zack Snyder em "300"(2009) e "Watchmen" (2009), por tudo isso, o filme (ou a produção do filme) impressiona, mas, assim como "The Dark Knight Rises" (2012) de Nolan as discussões mais interessantes do filme ficam em segundo plano. É exatamente sobre essas discussões que pretendo escrever.
Fonte: http://www.geekrest.com/2012/01/popeye-strikes-classic-superman-pose-in-action-comics-homage/
Legenda: capa do número 1 de Super-Homem
O blogspot permite que algumas estatísticas sejam consultadas dentro do blog, e no caso desse que vos lê, a postagem mais consultada é refernte a um filme chamado "Solomon Kane" (2009) (veja aqui). Depois de reler a postagem algumas vezes entendo o porque desse interesse: trata-se de uma postagem sobre a nossa própria concepção enquanto seres humanos, e talvez por isso tenha resolvido escrever sobre o filme: a personagem de Clarck Kent é extremamente mais interessante que a personagem do Super-Homem, até mesmo a atuação de Henry Cavill parece melhor para o repórter do que para o herói. Sem dúvida, é muito mais simples identificar-se com Clark do que com Kal-El, pois o protagonista afinal, é um adolescente se tornando adulto, talvez um dos conflitos mais complexos do amadurecimento humano, pois nesse momento os laços que ligavam o adolescente à afetividade paterna se rompem.
No caso de Kent, essa iniciação ao universo adulto é acentuada pelo reconhecimento de sua dupla descendência (a alienígena/biológica sendo filho de Jor-El e Faora-Ul do planeta Kripton, e a humana/cultural sendo filho de Jonathan Kent e Martha Kent do planeta Terra), sendo o processo mais do que adentrar a maturidade, mas determinar o destino das raças kriptoniana e humana. Infelizmente pouco desenvolvida, a discussão se embasa numa premissa extremamente interessante para se refletir sobre a vida adulta: Super-Homem tem uma vantagem sobre seus inimigos, pois sendo criado no planeta Terra aprendeu a controlar seus sentidos para então utilizar seus incríveis poderes, ou seja, através do auto controle (algumas cenas retratam um Clark Kent quase em nirvana resistindo a seus desejos) se estabelecem meios de realizar suas potencialidades.
Não quero dizer com isso que ser adulto significa reprimir seus desejos - Sigmund Freud já demonstrou as dificuldades psicológicas das práticas repressoras - mas de discutir como tornar seus desejo/potencialidade em realidade/plenitude, como escrever um romance mesmo sendo um matemático.
Infelizmente o filme também perde a oportunidade de articular uma discussão política, pois afinal (não estou estragando o filme!), o Homem de Aço vence a ameaça alienígena, determinando assim, a continuidade da raça humana. Essa decisão é tomada numa das cenas mais emocionantes, e mais uma vez, pouco explorada, do filme: o diálogo de Clark Kent com um padre, no qual o religioso lembra o super herói que algumas vezes é preciso ter fé para depois ter confiança. Contudo, essa mesma raça humana, se mostra pouco confiável...
Primeiramente quando o editor chefe do Planeta Diário, Perry White (Laurence Fishburne) proibe a jornalista Lois Lane (Amy Adams) de publicar notícias da CIA em seu jornal, fazendo com que esta última recorra a Glen Woodburn (Chad Krowchuk), um ativista cibernético como Julian Assange (qualquer semelhança entre a personagem Woodburn, traduzindo livremente, madeira queimando, e o ativismo político de Assange NÃO é mera coincidência) aceito pelo governo e mídia estadunidense, muito diferentemente da realidade. Essa confiança do super herói também se mostra frágil quando Super-Homem descobre que o governo estadunidense desenvolveu satélites para espionar e tentar estabelecer algum controle sobre ele (crítica consideravelmente irônica ao país se recordarmos que o disfarce do Super-Homem para tornar-se Clark Kent é apenas um óculos de armação negra e grossa), outra referência óbvia, dessa vez às denúncias de Edward Snowden acerca do software PRISM.
Ainda assim, um filme bastante interessante, a despeito do desserviço prestado às leis da Física moderna. Talvez fosse mais interessante que Nolan pedisse ajuda ao roteirista do Papaléguas...
Já há bastante tempo não escrevo sobre cinema, ainda que devesse, tenho visto muitos filmes interessantes, sobretudo na TV Cultura nos programas: Mostra Internacional de Cinema (veja o site aqui!) como os axcelentes italianos "Reality - A Grande Ilusão" (2012), "Estranhos normais" (2010) e o francês "Deixa ela Entrar" (2008); além disso, alguns clássicos interessantes do cinema nacionla no programa Mestres do Riso com filmes de Mazzaropi geniais como "O Puritano da Rua Augusta" (1965); e, para relaxar, faroestes estadunidenses no "Clube do filme".
Mas não pretendo escrever sobre filmes reprisados na televisão, e sim no cinema. Especificamente, hoje, sobre o último filme do astro da DC Comics Super-Homem (penso se até neste caso o hífem foi afetado pela criptonita da reforma ortográfica... em todo caso como se trata de um nome próprio me atrevo a mantê-la), o "Superman: Man of Steel" (2013) dirigido por Zack Snider, e é indispensável recordar, escrito e produzido por Cristopher Nolan.
Sempre defendi o cinema do diretor britânico Cristopher Nolan por conseguir fazer com maestria o que pouco diretores conseguem: um blockbuster que seja capaz de refletir sobre a realidade do espectador, como fez em na trilogia de Batman. Ainda que não seja o diretor, Nolan consegue parcialmente esse feito em "Man of Steel".
Nola procura produzir o filme inteligentemente: usa como temática um super herói como outros que se consagraram nas telas de cinema nos últimos anos (ainda que revitalizar a personagem do Super-Homem seja extremamente complexo), escolhe um ator protagonista apenas carismático cercado por atores reconhecidos (como Laurence Fishburne, Kevin Costner e Russell Crowe), adapta o roteiro de uma HQ já conhecida pelos fãs (originalmente o primeiro número de Superman foi lançado em 1938 na revista Action Comics #1, pouco antes do início da Segunda Guerra Mundial, quando o Partizo Nazista na Alemanha, planejava cientificamente a criação de um Super Homem, o Übermensch, citado por Nietzsche em "Assim falou Zaratustra"), esolhe um diretor com bons trabalhos em efeitos especiais (como provou Zack Snyder em "300"(2009) e "Watchmen" (2009), por tudo isso, o filme (ou a produção do filme) impressiona, mas, assim como "The Dark Knight Rises" (2012) de Nolan as discussões mais interessantes do filme ficam em segundo plano. É exatamente sobre essas discussões que pretendo escrever.
Fonte: http://www.geekrest.com/2012/01/popeye-strikes-classic-superman-pose-in-action-comics-homage/
Legenda: capa do número 1 de Super-Homem
O blogspot permite que algumas estatísticas sejam consultadas dentro do blog, e no caso desse que vos lê, a postagem mais consultada é refernte a um filme chamado "Solomon Kane" (2009) (veja aqui). Depois de reler a postagem algumas vezes entendo o porque desse interesse: trata-se de uma postagem sobre a nossa própria concepção enquanto seres humanos, e talvez por isso tenha resolvido escrever sobre o filme: a personagem de Clarck Kent é extremamente mais interessante que a personagem do Super-Homem, até mesmo a atuação de Henry Cavill parece melhor para o repórter do que para o herói. Sem dúvida, é muito mais simples identificar-se com Clark do que com Kal-El, pois o protagonista afinal, é um adolescente se tornando adulto, talvez um dos conflitos mais complexos do amadurecimento humano, pois nesse momento os laços que ligavam o adolescente à afetividade paterna se rompem.
No caso de Kent, essa iniciação ao universo adulto é acentuada pelo reconhecimento de sua dupla descendência (a alienígena/biológica sendo filho de Jor-El e Faora-Ul do planeta Kripton, e a humana/cultural sendo filho de Jonathan Kent e Martha Kent do planeta Terra), sendo o processo mais do que adentrar a maturidade, mas determinar o destino das raças kriptoniana e humana. Infelizmente pouco desenvolvida, a discussão se embasa numa premissa extremamente interessante para se refletir sobre a vida adulta: Super-Homem tem uma vantagem sobre seus inimigos, pois sendo criado no planeta Terra aprendeu a controlar seus sentidos para então utilizar seus incríveis poderes, ou seja, através do auto controle (algumas cenas retratam um Clark Kent quase em nirvana resistindo a seus desejos) se estabelecem meios de realizar suas potencialidades.
Não quero dizer com isso que ser adulto significa reprimir seus desejos - Sigmund Freud já demonstrou as dificuldades psicológicas das práticas repressoras - mas de discutir como tornar seus desejo/potencialidade em realidade/plenitude, como escrever um romance mesmo sendo um matemático.
Infelizmente o filme também perde a oportunidade de articular uma discussão política, pois afinal (não estou estragando o filme!), o Homem de Aço vence a ameaça alienígena, determinando assim, a continuidade da raça humana. Essa decisão é tomada numa das cenas mais emocionantes, e mais uma vez, pouco explorada, do filme: o diálogo de Clark Kent com um padre, no qual o religioso lembra o super herói que algumas vezes é preciso ter fé para depois ter confiança. Contudo, essa mesma raça humana, se mostra pouco confiável...
Primeiramente quando o editor chefe do Planeta Diário, Perry White (Laurence Fishburne) proibe a jornalista Lois Lane (Amy Adams) de publicar notícias da CIA em seu jornal, fazendo com que esta última recorra a Glen Woodburn (Chad Krowchuk), um ativista cibernético como Julian Assange (qualquer semelhança entre a personagem Woodburn, traduzindo livremente, madeira queimando, e o ativismo político de Assange NÃO é mera coincidência) aceito pelo governo e mídia estadunidense, muito diferentemente da realidade. Essa confiança do super herói também se mostra frágil quando Super-Homem descobre que o governo estadunidense desenvolveu satélites para espionar e tentar estabelecer algum controle sobre ele (crítica consideravelmente irônica ao país se recordarmos que o disfarce do Super-Homem para tornar-se Clark Kent é apenas um óculos de armação negra e grossa), outra referência óbvia, dessa vez às denúncias de Edward Snowden acerca do software PRISM.
Ainda assim, um filme bastante interessante, a despeito do desserviço prestado às leis da Física moderna. Talvez fosse mais interessante que Nolan pedisse ajuda ao roteirista do Papaléguas...


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